Mês: Agosto 2022

  • O TRAUMA DA MORADA

    Views: 0

    //O TRAUMA DA MORADA//
    Partilho abaixo um texto do Miguel Esteves Cardoso, no qual me revejo. Enquanto povo, ainda damos muita importância a questões de status que, numa análise lógica e racional, são totalmente desprovidas de sentido. E tudo começa com pequenos detalhes na própria imprensa. Esta refere-se sempre aos lisboetas como pessoas e aos outros como “populares”. Raios parta o atraso…
    “Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo, há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide.
    Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide.
    Nunca mais ninguém o viu.
    Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia!
    Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide.
    Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço.
    Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alfornelos, Murtosa, Angeja… ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola.
    Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (…)
    Ao ler os nomes de alguns sítios – Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para estar na Europa.
    De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai considerar?
    Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses.
    Imagine-se o impacte de dizer “Eu sou da Margalha” (Gavião) no meio de um jantar.
    Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente “E a menina de onde é?”, e a menina diz: “Eu sou da Fonte da Rata” (Espinho).
    Já para não falar em “Picha”, no concelho de Pedrógão Grande e de “Rata”, em Arruda dos Vinhos, Beja, Castelo de Paiva, Espinho, Maia, Melgaço, Montemor-o-Novo, Santarém, Santiago do Cacém e Tondela.
    Temos, assim, em Portugal, uma “Picha” para 11 “Ratas”. O que vale é que mesmo ao lado da “Picha”, temos a “Venda da Gaita”…
    E ainda existe “Colhões”, perto de Coimbra.
    E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando “E onde mora, presentemente?”, Só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz).
    É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro?
    Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do “Garganta Funda”.
    Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso?
    Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas?
    É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da “terra”.
    Ninguém é do Porto ou de Lisboa.
    Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir.
    Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do Bairro).
    É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros (“I am from the Fountain of Drink and Go Away…”).
    Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa.
    Verá que não é bem atendido. Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima !!!
    Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros.
    Há que dar-lhes nomes civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes dos restaurantes giraços, tipo : Não Sei, A Mousse é Caseira.
    Vai Mais um Rissol. (…)
    Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um percurso que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água (Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do Bogadouro (Amarante), depois de ter parado para fazer um chichi”.
    8
    1 comment
    Like

    Comment
  • BELO CLÁSSICO

    Views: 0

    Lindo!
    May be an image of car and outdoors
    Ana Maria (Nini) Botelho Neves and 27 others
    3 comments
    1 share
    Like

    Comment
    Share
    3 comments
  • MARIDO RICO PRECISA-SE

    Views: 0

    MARIDO RICO: PRECISA-SE
    Saiu numa edição do Financial Times (maior jornal sobre economia do mundo).
    Uma jovem mulher enviou um e-mail para o jornal a pedir dicas sobre “como arranjar um marido rico”.
    Contudo, mais inacreditável que o “pedido” da rapariga – que não é das da Rua de Baixo -, foi a resposta do editor do jornal que, muito inspirado, respondeu à mensagem, de forma bem fundamentada, em termos econômicos. Divirtam-se. Vale a pena ler.
    Sensacional!
    E-mail da rapariga:
    “Sou uma mulher linda (maravilhosamente linda) de 25 anos.
    Sou bem articulada e tenho classe.
    Quero casar-me com alguém que ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano.
    Há algum homem que ganhe 500 mil ou mais nesse jornal, ou alguma mulher casada com alguém que ganhe isso e que me possa dar algumas dicas?
    Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso.
    E 250 mil por ano não me vão permitir morar em Central Park West.
    Conheço uma mulher (do meu grupo de ioga) que casou com um banqueiro e vive em Tribeca!
    E ela não é tão bonita quanto eu, nem é inteligente.
    Então, o que é que ela fez que eu não fiz?
    Qual a estratégia correta?
    Como chego ao nível dela?
    Raphaella S.
    Resposta do editor do jornal:
    “Li o seu pedido com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e fiz uma análise da situação.
    Primeiramente, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não estou a tomar o seu tempo à toa…
    Posto isto, considero os factos da seguinte forma:
    Visto da perspectiva de um homem como eu (que tenho os requisitos que procura), o que oferece é simplesmente um péssimo negócio.
    Eis o porquê: deixando o convencionalismo de lado, o que sugere é uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: Você entra com a beleza física e eu entro com o dinheiro.
    Mas há um problema.
    Com toda a certeza, com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará a aumentar.
    Assim, em termos económicos, você é um activo que sofre depreciação e eu sou um activo que rende dividendos.
    Você não somente sofre depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva, ou seja, sempre a aumentar!
    Explicando melhor, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano.
    E no futuro, quando se comparar com uma fotografia de hoje, verá que se transformou num caco.
    Isto é, hoje você está em ‘alta’, na época ideal de ser vendida, mas não de ser comprada.
    Usando a terminologia de Wall Street, quem a tiver hoje deve mantê-la como ‘trading position’ (posição para comercializar) e não como ‘buy and hold’ (comprar e manter), que é para o que você se oferece…
    Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um ‘buy and hold’) consigo não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim!
    Assim, em termos sociais, um negócio razoável a ponderar é, namorar.
    Sem ponderar…
    Mas, já a ponderar e, para me certificar do quão “articulada, com classe e maravilhosamente linda” você é, eu, na condição de provável futuro locatário dessa “máquina”, quero tão-somente o que é de praxe: fazer um ‘test drive’ antes de fechar o negócio… podemos marcar?”
    Philip Stephens, associate editor of the Financial Times – USA
    May be an image of 1 person
    3
    Like

    Comment
    Share
    0 comments
  • Substituição de Marta Temido na Saúde “não será rápida” – Observador

    Views: 0

    A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou a sua demissão. António Costa já aceitou e comunicou ao Presidente. Fonte de São Bento diz que a substituição não será rápida.

    Source: Substituição de Marta Temido na Saúde “não será rápida” – Observador

  • Os altos e baixos (e as polémicas) que marcaram os 1.414 dias de governo de Marta Temido – Observador

    Views: 0

    Pedidos de desculpas comovidos, os choques com os antecessores, as crises nas urgências e as interrogações na PPP. As polémicas de Marta Temido, de heroína socialista a ex-ministra da saúde.

    Source: Os altos e baixos (e as polémicas) que marcaram os 1.414 dias de governo de Marta Temido – Observador

  • Marta Temido apresenta demissão por sentir “que deixou de ter condições” para se manter no cargo – Observador

    Views: 0

    Ministra apresentou demissão, quando SNS vive período conturbado. Primeiro-ministro “respeita decisão”, agradece trabalho na gestão da pandemia e promete prosseguir reforma de reforço do SNS.

    Source: Marta Temido apresenta demissão por sentir “que deixou de ter condições” para se manter no cargo – Observador

  • FOI-SE A MINISTRA DA SAÚDE…

    Views: 0

  • EXAGERO POLITICAMENTE (IN)CORRETOS Man eating kebab enrages animal rights activists | Sky News Australia

    Views: 0

    A man has enraged animal rights activists in New York City after gleefully eating a kebab in front of them.Sky News host Paul Murray says he found the footage “hilarious”.”The way I view this footage is it’s hilarious, if you’re woke this is really offensive,” he said.

    Source: Man eating kebab enrages animal rights activists | Sky News Australia

  • Quake Info: Weak Mag. 2.5 Earthquake – North Atlantic Ocean, 93 km East of Ponta Delgada, Azores, Portugal, on Monday, Aug 29, 2022 at 11:06 am (GMT +0)

    Views: 0

    Detailed info, map, data, reports, updates about this earthquake: Weak mag. 2.5 earthquake – North Atlantic Ocean, 93 km east of Ponta Delgada, Azores, Portugal, on Monday, Aug 29, 2022 at 11:06 am (GMT +0) –

    Source: Quake Info: Weak Mag. 2.5 Earthquake – North Atlantic Ocean, 93 km East of Ponta Delgada, Azores, Portugal, on Monday, Aug 29, 2022 at 11:06 am (GMT +0)