Mês: Julho 2022

  • CAI

    Views: 0

    May be an image of monument, tree, outdoors and text that says "අ COPYRIGHT MBEMBU BUALA PRESS"
    OS CABINDAS NÃO SE LHES PODE PEDIR QUE EXIJAM MENOS: «OPTAR POR SER QUEM SÃO.»
    A VISÃO DE ADRIANO MOREIRA SOBRE CABINDA
    Adriano Moreira faz 100 anos no próximo dia 6 de Setembro. Recebeu ontem, em Portugal, o grau de Doutor Honoris Causa do Instituto Universitário Militar. Recordemos o que, sobre Cabinda, escreveu em artigo publicado Diário de Notícias em 30 de Novembro de 2004.
    «Nesta questão da globalização, em que circulam expressões como Estado-continente para designar os de maior extensão territorial e Estado-baleia para referir os das populações desmedidas, acrescendo o fenómeno dos grandes espaços que agregam várias soberanias cooperativas, as atenções desviam-se facilmente das pequenas identidades políticas, cuja autonomia de Governo não foi consagrada pela História, e olham com displicência para as que lhes parecem uma arqueologia de resíduos.
    Casos como os do Mónaco, São Marino, Andorra, parecem amparados por um sobrevivente respeito dos ocidentais pela História, mas a dissolução da Jugoslávia, a desagregação da URSS, a complexidade do Médio Oriente, destinos como o do Tibete, encontram difícil amparo em escalas de valores participadas.
    Nesta data, Cabinda é um território cuja situação tem de ser avaliada tendo em vista este conjunto de variáveis: um pequeno território com uma população de dimensão correspondente; multiplicação de soberanias interessadas no seu estatuto efectivo, num quadro internacional incerto, com todas as sedes de legitimidade em crise, bastando lembrar os efeitos que a segunda guerra do Iraque teve na consistência das solidariedades no Conselho de Segurança, na NATO, e na própria União Europeia.
    Em primeiro lugar, acontece que o respeito pela identidade e vontade de ocupar um lugar igual na comunidade internacional não depende nem da dimensão territorial nem da expressão numérica da população: é um direito dos povos, que não foi limitado pela regra indicativa da ONU, no sentido de as fronteiras da independência serem as que tinham sido traçadas pela soberania colonizadora.
    No caso de Cabinda, o ordenamento constitucional português, que durou até 1976, nunca impediu a afirmação reiterada da identidade específica de Cabinda, nem a especificidade do título que uniu Cabinda à coroa de Portugal, o anualmente e solenemente festejado Tratado de Simulambuco, em relação também, com expressão única, com o facto de os bustos dos reis portugueses em exercício por vezes assinalarem as sepulturas dos líderes políticos locais que faleciam.
    A decisão de cada povo, com sentimento de identidade, convergir para espaços políticos mais vastos, optando por limitações de soberania, por grupos de soberanias cooperativas ou por autonomias regionalizadas, faz parte da liberdade com que organiza a preservação da sua identidade, não pode ser uma imposição exógena, que contrarie os princípios e valores a que a Carta da ONU vinculou a defesa da paz e da dignidade dos povos e dos homens.
    É finalmente certo que o petróleo, como as antigas especiarias, tende para fazer esquecer as limitações que estavam implícitas na resposta do anónimo marinheiro de Vasco da Gama, e que Cabinda enfrenta o risco de ser absorvida pela percepção actual da África útil.
    A resposta firme tem de adoptar a recente advertência do PNUD (2004): «São necessárias políticas multiculturais que reconheçam diferenças, defendam a diversidade e promovam liberdades culturais, para que todas as pessoas possam optar por falar a sua língua, praticar a sua religião e participar na formação da sua cultura, para que todas as pessoas possam optar por ser quem são.»
    Os cabindas não exigem mais, e não se lhes pode pedir que exijam menos: «Optar por ser quem são.»
    Fonte: F8
    Like

    Comment
    Share
    0 comments
  • centenario-de-pedro-da-silveira.pdf

    Views: 0

    https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2022/07/centenario-de-pedro-da-silveira.pdf
    
    
    
    
    
    
  • judeus célebres

    Views: 0

    ALFREDO BENSAÚDE
    Alfredo Bensaúde nasceu no dia 4 de março de 1856, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel. Foi mineralogista, engenheiro e professor universitário, fundador e primeiro diretor do Instituto Superior Técnico de Lisboa.
    Iniciou os estudos preparatórios na sua cidade natal e, com 15 anos de idade, foi enviado pelo seu pai para a Alemanha, onde prosseguiu o seu percurso académico. Frequentou os estudos preparatórios da Escola Técnica Superior de Hannover e, mais tarde, o curso de engenharia na Escola de Minas de Clausthal-Zellerfeld, onde obteve o grau de engenheiro no ano de 1878.
    Três anos mais tarde, em 1881, concluiu o seu doutoramento na Georg-August-Universität Göttingen, com a especialização em mineralogia.
    Em 1884, regressa a Portugal, tendo sido nomeado professor de Mineralogia e Geologia no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa. A implementação das técnicas e métodos práticos que estudará na Alemanha revolucionaram a forma de ensino das disciplinas que tinha a seu cargo. Alfredo Bensaude é considerado um dos reformadores do ensino tecnológico em Portugal no início do século XX.
    Após a implantação da República Portuguesa, foi convidado a fundar e instalar o Instituto Superior Técnico de Lisboa, do qual foi professor e primeiro diretor (1991-1922). Regressou, em 1922, a Ponta Delgada, tendo assumido a administração das empresas do seu pai, devido ao falecimento deste.
    Autor de várias obras e artigos sobre a sua área profissional, Alfredo Bensaude foi declarado académico emérito da Academia das Ciências de Lisboa em 1929. No dia 6 de novembro desse mesmo ano foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada e, a 14 de novembro de 1936, Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública.
    Alfredo Bensaúde faleceu no dia 1 de janeiro de 1941, em Ponta Delgada.
    May be an image of 1 person
    9
    Like

    Comment
    Share
    0 comments