Mês: Julho 2022

  • As relíquias mais macabras em Portugal – Vida – SÁBADO

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    Além do coração de D. Pedro IV, que será trasladado para o Brasil, há outros restos mortais de santos e criminosos, preservados em Portugal.

    Source: As relíquias mais macabras em Portugal – Vida – SÁBADO

  • Egypt Closes Coastal Area After Shark Kills Austrian Swimmer – Bloomberg

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    Cairo (AP) — Egyptian authorities on Saturday closed off a stretch of the country’s Red Sea coastline, a day after a shark attack killed an Austrian woman swimming near the resort of Hurghada.

    Source: Egypt Closes Coastal Area After Shark Kills Austrian Swimmer – Bloomberg

  • norberto ávila

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    FOLHETIM
    Norberto Ávila
    FRENTE À CORTINA DE ENGANOS
    Romance
    Capítulo 5
    Situava-se nas traseiras da casa o quarto de Belmira e
    Dionísio, os quais, com o generoso propósito de não
    deixarem Clara sozinha no seu aposento do andar
    superior, frente às luzes e às sombras do Tejo nocturno,
    a convidavam para “um serãozinho”. Sentavam-se os três
    no sofá de cretone floreado de rosinhas silvestres e, para
    não serem mais originais nem menos afortunados que os
    patrões, sorviam doses maciças de televisão. Pois ele
    haveria condição mais democrática? O programa que
    enchia os olhos e os ouvidos dos senhores da vivenda, a
    uns metros dali, na vasta sala de estar, era o mesmo que
    regalava os olhos e os ouvidos dos modestos servidores:
    Amor com Amor se Paga. E dizia a apresentadora Claudite
    Marlene, com sua voz dengosa e requebrada, exibindo o
    documento mais apetecível: “Aqui tem, Marco, o seu
    cheque de 500 escudos, oferecido pelos famosos
    produtos de beleza Afrodix. E outro de 500 escudos
    recebe a apaixonada Sandra. / Palmas para ambos, por
    favor!” Depois, esmorecida a manifestação
    congratulatória, acrescentou: “E, desde já, boa estadia em
    Veneza! Estou certa de que vão ser oito dias
    maravilhosos!”
    Um indicativo musical assinalava o fim do programa, com
    aplausos da assistência à mistura.
    “Incrível, não é?” comentou Belmira. E pediu ao marido
    que desligasse o televisor.
    Dionísio, ainda de telecomando em punho, disse: “Foi
    uma surpresa de todo o tamanho!”
    “Quem havia de dizer!” exclamou Clara. “Além do
    dinheiro (que não é pouco), uma semana em Veneza!”
    “Aquilo é que foi um segredo bem guardado!”
    acrescentou a cozinheira.
    E Clara: “Eles aí em casa, muito bem sentados à mesa de
    jantar, preparados para este concurso… e nós sem
    suspeitarmos de nada!”
    “Desta peripécia…” tornou a outra, “nunca me hei-de
    esquecer!, acreditem. Cem anos que eu viva!…”
    “E é que representaram bem o seu papel!” considerou o
    motorista. “Tanto ele como ela!”
    A criada levantou-se: “Só é pena ser um amor de
    fingimento… um amor impossível.”
    “Sim…” suspirou Belmira.
    Então Dionísio opinou que o mundo da Televisão (isso
    bem podiam elas acreditar) era “um mundo de falsidade”.
    Levantou-se também e particularizou: “Refiro-me
    especialmente a programas deste tipo.
    E a esses do género Perdoa-me se te Ofendi, O que lá Vai
    lá Vai, É Tão Bom Fazer as Pazes…! Conheço o caso de
    dois amigos, Manuel e António, mas amigos de verdade e
    de há muitos anos, que foram uma vez a esse programa
    Perdoa se te Ofendi. Certo dia batem à porta do Manuel.
    Vai ele abrir. Era a apresentadora do programa, com um
    magnífico ramo de flores. ‘Isto é da parte de alguém que
    se quer reconciliar consigo!’ Quem será, quem não será?
    Ela então, com um sorriso de açúcar, revela-lhe o nome
    de António (que muito por acaso estava ali em casa a
    jantar naquele dia, mas isso não foi referido,
    naturalmente), um amigo com quem ele estaria
    desavindo ‘há mais de vinte anos’… Manuel finge certa
    relutância em aceitar a reconciliação. Depois de muita
    conversa (e a câmara a filmar), porque vira e porque
    torna, porque a ofensa tinha sido muito grave, e não sei
    que mais, que perdoar era uma coisa muito bonita, acaba
    por aceitar o farfalhudo ramo de flores. E promete
    comparecer no programa, tal dia, às tantas horas. Retirase a apresentadora, e os dois amigos, por entre
    gargalhadas, atacam de novo, e com mais prazer ainda, o
    apetitoso arroz de marisco!”
    Clara riu-se gostosamente.
    “E depois?” perguntou Belmira, levantando-se.
    “No dia do programa, frente à apresentadora e frente às
    câmaras, Manuel e António caíram nos braços um do
    outro, perdoando-se mutuamente de hipotéticas graves
    ofensas!” Fez uma pausa, criando expectativa. “Um
    pouco antes, mas em particular, cada um havia recebido
    o seu cheque de 200 mil escudos!”
    E riram-se os três.
    “Ai, deixem-me ir embora, que já é muito tarde,” disse
    Clara, preparando-se para sair. “Gostei muito deste
    bocadinho.”
    “E nós também,” respondeu Belmira.
    Mas logo a criada suspendeu o passo: “Uma curiosidade
    minha, se me permitem: O Menino Marco disse ali… que
    era estudante de Arquitectura…”
    “Qual quê!” fez a cozinheira.
    E logo Dionísio: “Ora… arquitectou essa patranha, e
    outras mais. O que ele frequenta é o Instituto Superior de
    Publicidade. E já lá o tenho ido levar dezenas de vezes.”
    Mais divertidos que preocupados, recolheram-se os
    servidores da casa a seus leitos em horas muito cristãs,
    que o mesmo é dizer: cerca de uma menos um quarto.
    -5-
    Apoio: Direcção Regional das Comunidades, Presidência do Governo da RAA
    Outro tanto não sucedeu (nem poderia suceder) com os
    senhores, que ansiosamente aguardavam a chegada de
    Marco e Sandra, heróis e anti-heróis daquela noite,
    consoante o ponto de vista.
    Glória, sentada no sofá de veludo cor de beringela, dava
    evidentes sinais de irresistível sonolência. Fortunato e
    Laura, mais ou menos espicaçados pelo nervosismo,
    deambulavam de um lado ao outro, desencontrados.
    Laura, que se apercebeu da dormência da sogra,
    consultou o relógio de pulso. E disse: “Já passa da uma.”
    Dirigiu-se a Glória e despertou-a, com suficiente
    amabilidade. “Ó Glorinha, minha sogra, vamos mas é
    deitar.”
    “Hã? O que foi?”
    “Já é muito tarde.”
    “Eles já vieram?”
    “Quem?”
    “O Marco e a Sandra.”
    “Não vieram. E sabe-se lá a que horas…?”
    Fortunato deu uma achega: “Sim. Sabe-se lá a que horas…
    Pode-lhes ter dado na cabeça ir a algum bar, a alguma
    discoteca, festejar o grande acontecimento.”
    Laura ajudou a sogra a levantar-se: “Ora vamos lá então.”
    “Não vou dormir,” conjecturou a velhota. “Tenho a
    certeza que não vou dormir.”
    “Pelos sinais, bem visíveis…” respondeu o filho, eu diria
    o contrário.”
    A contragosto, Glória ergueu-se finalmente: “Quero
    abraçar os meus queridos netos. Felicitá-los.”
    “É mesmo o que eles merecem:” resmoneou Fortunato,
    sarcástico: “abraços e felicitações!”
    “Pois então!” acrescentou a mãe.
    “Representaram um lindo papel, não haja dúvida!”
    insistiu o comerciante.
    “Homem, não sejas assim,” contemporizou a mulher. “Daí
    não vem mal ao mundo. E… quinhentos mil escudos para
    cada um… não é nada que se possa desprezar.”
    “Preferia eu dar-lhes esse dinheiro, do meu bolso.”
    “Sim,” dardejou D. Laura, “castigando-os como outro dia,
    da maneira que sabemos.”
    “Preferia, pois. E não ver-me agora neste enxovalho.”
    A passo lento, Laura e Glória iam subindo a escada. A
    velhota, amparada ao braço da nora: “Não vou dormir.”
    “Assim dormisse eu todas as noites,” ambicionou Laura.
    “Mal desliza entre os lençóis, já o ressonar se ouve na
    casa toda.”
    “Credo. Eu não ressono.”
    “Quem é então? A Rainha de Inglaterra? / Vamos.”
    Súbito, ouviu-se o ruído de um automóvel, aproximandose. Que logo parou.
    “Finalmente,” disse Laura, voltando-se para baixo, com a
    sogra.
    Fortunato Galisteu precipitou-se para a poltrona.
    Sentou-se e, pegando num jornal, fingiu-se mergulhado
    na leitura.
    “São eles?” perguntou Glória.
    “Vamos,” respondeu a nora. Mas começou a conduzi-la
    no sentido inverso.
    Mal reatingiram ambas o piso do salão, eis que Marco e
    Sandra faziam a sua entrada, muito eufóricos.
    “Oi!” exclamaram eles, em uníssono.
    Fortunato mantinha o olhar fixo no jornal.
    “Viva!” saudou a mãe.
    “Parabéns! Parabéns!” secundou a velha Glória,
    precipitando-se para os netos, aos abraços e aos beijos.
    Agradeceram os jovens, satisfeitos, perguntando, quase
    desnecessariamente, se elas haviam visto o programa.
    “Pois não havíamos de ver?” disse a mãe.
    “Eu adorei!” acrescentou Glória. “Mas que sorte,
    meninos! Fiquei tão contente!”
    Fortunato, ainda sem erguer os olhos do jornal,
    resmungou: “A mamã faria bem em deitar-se.”
    “Homem, que despropósito!” protestou a mulher. “Não
    vês que ela está a felicitar os netos?”
    “A felicitá-los? E porquê? Posso saber?”
    “Que disparate!” acrescentou Laura.
    Entretanto, empijamados e movidos por uma súbita
    curiosidade bisbilhoteira, Belmira e Dionísio
    espreitavam num recanto do corredor.
    Fortunato atirou com o jornal e levantou-se
    bruscamente. Depois, dirigindo-se aos filhos: “Será que
    também eu devo felicitá-los?”
    Marco achou que “não seria caso para espanto”; Sandra,
    “até a coisa mais natural deste mundo”.
    “E seria isso mesmo se eu não tivesse vergonha na cara!”
    vociferou o pai.
    “Vergonha?!” perguntou o filho. “Porquê?”
    “Olha: os telefonemas, manifestando estranheza e
    indignação… foram aos montes!”
    A mãe achava que tudo aquilo era exagero.
    “O pai ficou aborrecido?” quis saber a rapariga. Mas logo
    foi dizendo que não havia razão para semelhante
    escarcéu…
    “Sandra!” esbravejou Fortunato. Não te faças anjinha!”
    Glória parecia obcecada: “500 mil escudos cada um…”
    “Onde foi que se viu semelhante chorrilho de
    asneiradas?!” bradejou ainda o empresário. “Um irmão e
    uma irmã apaixonados? A beijarem-se na boca, daquela
    maneira, cinematograficamente?!”
    “Então?” perguntou Marco. “Foi ou não foi espectacular?”
    Em cima, na varanda da escada, presença discreta,
    espreitava a criada nova.
    “Mais:” insistia o pai furibundo: “com o casamento
    marcado para o dia do aniversário da avó!…”
    “Ai, achei tão engraçado!” exclamou Glória.
    “…dia que, ainda por cima, para mim e tua mãe, tem um
    significado tão grande!, por ser o das nossas bodas de
    prata!…”
    “Adorei esse pormenor,” confessou Laura.
    “ E sabe a grande novidade, papá?” perguntou o rapaz. E,
    dizendo isto, tirou do bolso um papel dobrado.
    Fortunato ficou na expectativa, remascando o rancor
    provisório.
    “A TV Planeta vai organizar cursos de formação,” revelou neta vai organizar cursos de formação,” revelou Marco.
    “A saber: Assistência de Realização…”
    Logo a irmã, tirando igualmente um papel do bolso:
    “…Noções de Teledramaturgia…”
    “Estava lá o cartaz, mesmo à entrada do estúdio,”
    acrescentou Marco. “Vai daí, pensei eu: Nos nossos dias,
    Publicidade e Televisão são comadres que passeiam de
    braço dado. Ora, como temos combinado que, mais ano
    menos ano, conseguindo eu o meu diploma de técnico
    publicitário, tomarei à minha conta toda a publicidade
    dos Supermercados Fortunato…”
    “Sim…” murmurou o pai, reflexivo.
    “…possuir alguns conhecimentos de realização
    televisiva…”
    “Sim…”
    “…representa uma vantagem considerável.”
    “Sim!” exclamou Fortunato, convencido.
    “Portanto…” continuou o rapaz, “como este curso é
    apenas à noite, três vezes por semana, às segundas,
    quartas e sextas-feiras…”
    “E o meu é às terças, quintas e sábados,” informou
    Sandra.
    “… é perfeitamente possível fazê-lo, com uma perna às
    costas.”
    Fortunato passeava na sala, polegares nos bolsos do
    colete: “Esse curso é… gratuito? É pago?”
    “É pago,” disse o rapaz.
    “Eu pago,” concordou Fortunato.
    Sandra, seguindo o pai, perguntou: “E o meu curso
    também, papá?”
    “Como? Terei de custear dois cursos extra, ao mesmo
    tempo? Porque é que a minha filha não se dedica, por
    agora, bem a fundo, ao seu curso de Letras?”
    “Ora, meu pai,” justificou a rapariga, “Teledramaturgia e
    Literatura são aparentadas… e comem no mesmo prato.”
    “É verdade,” confirmou o irmão.
    “Pronto, Sandra,” condescendeu o pai. “Terás o teu curso
    de Tele-não-sei-quê. (Que não sei para que serve, mas
    enfim…)”
    “Obrigada, paizinho.” E aplicou-lhe na face um beijo
    repenicado.
    Laura retomou a sogra pelo braço: “Vamos, Glorinha.
    Finalmente amainou a tempestade.”
    “Parece que sim. Já vou dormir sossegada. Boa noite.”
    Sandra e Marco retribuíram os votos da velhota.
    Fortunato também, com ligeiros, repentinos prenúncios
    de melhor disposição. Pelo que, em tão favorável
    circunstância, Laura e Glória recomeçaram a subir as
    escadas.
    E disse o anafado empresário: “Ora, meus filhos: vamos
    então conversar…” Com um gesto amável indicou-lhes o
    sofá de veludo beringela. E os adventícios premiados
    daquela noite, num alvoroço interior, prepararam-se
    para um diálogo elucidativo e salutar.
    (Continua)
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    You, Pedro Paulo Camara, Conceição Mendonça and 6 others
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  • Jornadas do Livro e da Cultura Portuguesa em Bordéus homenageiam Eduardo Lourenço

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    O escritor e filósofo Eduardo Lourenço vai ser homenageado na segunda edição das Jornadas do Livro e da Cultura Portuguesa que decorrem em Bordéus até este

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  • Burghers: os descendentes dos portugueses no Sri Lanka

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    Falam crioulo de origem portuguesa e a sua origem remonta à época dos descobrimentos. Burghers: os descendentes dos portugueses no Sri Lanka.

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  • morreu Peter Brook

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    Le metteur en scène britannique Peter Brook est mort
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    Le metteur en scène britannique Peter Brook est mort
    Connu pour avoir dirigé une série de pièces de Shakespeare, le ressortissant
  • marcelino pan y vino

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