Mês: Julho 2022

  • FMI quer alterações no sistema de pensões. Governo concorda – ECO

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    As autoridades portuguesas planeiam “criar um grupo de trabalho para explorar as opções para reforçar a sustentabilidade da Segurança Social”.

    Source: FMI quer alterações no sistema de pensões. Governo concorda – ECO

  • GUERRA EM MOÇAMBIQUE

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    MOÇAMBIQUE
    A GUERRA PROSSEGUE
    SILENCIOSA – Na comunicação social mundial …..
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    Nangade: Terroristas atacam base das FDS e apoderam-se de armas -
    INTEGRITYMAGAZINE.CO.MZ
    Nangade: Terroristas atacam base das FDS e apoderam-se de armas –
  • a escrava açoriana de ALMEIDA MAIA

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    A ESCRAVA AÇORIANA
    «Acossados pela necessidade e pelo amor da aventura, emigram. Metem toda a quimera numa saca de retalhos, e lá vão eles. Os que ficam, cavam a vida inteira. E, quando se cansam, deitam-se no caixão com a serenidade de quem chega honradamente ao fim de um longo e trabalhoso dia.»
    Miguel Torga, «Um Reino Maravilhoso», 1941
    O público-leitor exigia e Almeida Maia não desapontou. Depois do sucesso de «Ilha-América» (Letras Lavadas edições, 2020), o autor dá agora a conhecer «A Escrava Açoriana», um extraordinário romance, alicerçado em factos verídicos, minuciosamente documentados e adornado com um expediente ficcional extremamente atrativo e, em tudo, verossímil. É recuperada a temática da emigração açoriana – presente também no seu último trabalho de grande fôlego –, mas, desta vez, a ocorrida no último quartel do século XIX, e que teve como destinos o Havai e, sobretudo, o Brasil.
    Antes de tudo o resto, importa saber que «A Escrava Açoriana» retrata uma história de vida difícil, de superação e de resistência; dá-nos conta de como o arrojo no feminino (em tempos brutos e másculos) pode desafiar e vencer a força das imposições sociais. É uma história de suplantação de barreiras, de preconceitos e crendices, mas é também o retrato fiel de uma sociedade misógina, entregue à miséria, à fome e ao cinzentismo, matizada assim mormente pelo distanciamento geográfico e pela negligência absoluta de um reino em luta árdua pela manutenção do poder estabelecido. Era a penúria e a indigência a escorraçarem os açorianos das suas próprias ilhas.
    Rosário – a protagonista – é a representação clara da vontade e da tenacidade daqueles que almejam ser um pouco melhor, dos que procuram mais além, dos que não se resignam e ousam partir em busca da quimera. Rosário pertence ao grupo daqueles corajosos que alicerçam o progresso e a mudança social, mesmo quando essa transição não se perspetiva harmoniosa. Ela será a prova de que a evolução de uma sociedade e de um país, em geral, é tangível, somente, através da vontade das próprias pessoas. Não subsista, porém, a ideia de que estaremos ante uma mulher impoluta e de alma imaculada. Toda a heroína trava os seus combates, pelo que se pode esperar também um carácter determinado, capaz das grandes atrocidades, em busca dos objetivos a que se propôs.
    A obra arranca numa Ponta Delgada campesina, a feder a peixe e a sofrer com a quebra dos rendimentos provindos da transação comercial da laranja, atividade comercial que durante anos sustentou a economia micaelense. Os morgados ressentem-se e o povo vive na penúria. Os que ousam o sonho, veem na travessia para o Brasil uma possibilidade de enriquecimento mais ou menos rápido, mais ou menos certo. Entram em cena os engajadores, trafulhas que nada mais fazem do que ludibriar pobres diabos que, depois de se empenharem no pagamento do seu bilhete ou assinarem contratos fraudulentos, se veem reféns de uma dívida paga exclusivamente através de trabalho escravo, prostituição ou outras atividades de índole similar. Após as peripécias da longa travessia até à costa brasileira, chegam todas as vicissitudes de uma emigração nas condições já descritas.
    Aquando da apresentação da obra em Ponta Delgada, sugeria a Professora Susana Goulart Costa algo que conservei na retina da memória, e que se relaciona com uma possível visão da temática aqui ficcionada abandonando aquele tempo e aquele espaço. Abstraindo-nos de datas, factos e locais marcantes que sustentam a diegese, torna-se possível percecionar toda uma visão muito mais abrangente, com paralelos por toda a humanidade, e desde o início dos tempos: está aqui subjacente a ideia primária da busca incessante por melhores condições de vida, e até a adaptação do individuo às condições que o envolvem. No que se refere ao caso específico da emigração açoriana, é certo que, mesmo naquele fluxo que rumou “às califórnias de abundância” anos mais tarde, também se encontrarão bastos exemplos de viagens mais ou menos falhadas e sonhos amplamente gorados. Curiosamente, tanto neste caso agora descrito na obra em apreço, como noutros que se busquem na diáspora açoriana residente nos EUA ou no Canadá, não faltarão exemplos da saudade do “pio do milhafre”, assim como do aceno lançado pela ilha e sentido lá longe, a Oeste de “ilha-mãe”. O regresso futuro que domina a condição presente.
    «A Escrava Açoriana» é o sexto romance do autor e aquele que melhor representa a sua maturidade literária, alicerçada em dez anos de vida dedicada à escrita. Desta vez, e fruto da sua consistência e qualidade ficcional, conta com a chancela da Cultura, uma editora de âmbito nacional que, certamente, o ajudará a cativar um público mais vasto e diversificado. Apercebamo-nos ou não, a insularidade e sequente distanciamento dos polos culturais portugueses são ainda um claro entrave àqueles açorianos que procurem transpor a barreira arquipelágica, mesmo para aqueles que pautam o seu trabalho pelo rigor, empenho e seriedade, como é o caso do autor em causa.
    Este é um romance marcado pela força do feminino, desde logo pela confessa vontade do autor de eleger uma mulher como protagonista, aliás, um desígnio seu, como poderemos comprovar no texto de agradecimento com que encerra a obra. Depois, contemos também com a voz do narrador, que chega, uma vez mais, no feminino, o que se revela uma vantagem, já que carrega um pouco mais de sensibilidade e torna mais reais e credíveis todas as descrições de uma sociedade marcadamente patriarcal e machista, com todas as amorfias que tal condição acarreta. O “impulso decisivo” para esta escolha chegou com a leitura da poesia de Marianna Belmira de Andrade, assim como pela inspiração na vida de Alice Moderno, como confessou o autor no dia de apresentação da obra.
    Este é um romance soberbo e bastante original, sobre uma temática amplamente ignorada por grande parte da sociedade portuguesa. Chega redigido numa prosa elegante, escorreita, mas também muito precisa, rica e minuciosa, plenamente capaz de conduzir o leitor através daquelas que foram as mutações sociais, económicas e até mesmo políticas operadas em Portugal e no Brasil, na transição do século XIX, para o século XX.
    Com um olhar atento e um cuidado extremo com o detalhe histórico, mas também com uma veia criativa muito ativa, não há como deixar de aplaudir a forma brilhante como o autor traz à narrativa a peça “Emigrantes”, quadro icónico do pintor micaelense, Domingos Rebêlo, o que é também sintomático da enorme sensibilidade cultural do autor.
    Esta é uma história dura, talvez das mais marcantes de toda a emigração açoriana e portuguesa; uma história que tinha de ser contada e, mais do que tudo, uma história que não devia repetir-se. No entanto, e permitindo-me a partilha do título de uma notícia veiculada em dezembro de 2021, por um dos meios de comunicação social mais influentes em Portugal, terei de assumir que o problema não ficou sepultado com o peso dos anos, e que ainda se encontra entre nós, não exclusivamente no Brasil ou no Havai, mas Portugal, em nossa casa, mesmo ao nosso lado!
    «O trabalho escravo continua em explorações agrícolas no Alentejo (…)». *
    * in: https://cnnportugal.iol.pt/…/61ca20160cf21847f0a197ef , consultado a 05 de julho de 2022
    Pedro Almeida Maia, «A Escrava Açoriana», Cultura Editora, 2022
    May be an image of text that says "AESRIANA PEDRO ALMEIDA AÇORIANA MAIA Airreverência de uma mulher em tempos de incerteza. ROMANCE"
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  • vestido de noiva

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    May be an image of outdoors
    You, Ana Maria (Nini) Botelho Neves and 29 others
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  • caos nos aeroportos

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    Continua a haver centenas de voos cancelados por todo o continente europeu. A falta de trabalhadores, o aumento rápido da procura e protestos estão a dificultar a gestão dos aeroportos e voos.
    Caos nos aeroportos continuam por toda a Europa
    RTP.PT
    Caos nos aeroportos continuam por toda a Europa
    Continua a haver centenas de voos cancelados por todo o continente euro
  • santana castilho, o bananal

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    As estranhas liturgias no bananal
    Vivemos uma crise (a do custo de vida e correlata agitação civil), que sucede a duas outras crises (pandemia e guerra na Ucrânia). Para muitos países, mais pobreza e mais agitação social estão garantidas (o massacre de Melilla é exemplo próximo). O aumento da polarização política, as perdas económicas generalizadas e a corrida ao rearmamento são perturbadores e vão aumentar muitos dos abismos sociais existentes, tornando mais instáveis as democracias que conhecemos.
    Mas, entre nós, o alarme dos últimos dias não foi devido a estes problemas, sequer ao aumento da pobreza, da dívida pública, da inflacção e dos preços dos combustíveis. Outrossim, teve origem em estranhas liturgias no bananal em que o Governo se transformou, isto é, nos atropelos de Pedro a Costa e de Costa a Pedro. Com efeito, ao aeroporto de Lisboa não bastava o recente rótulo de um dos piores do mundo, as longas horas de espera que são impostas aos utentes e a catadupa de cancelamentos diários de voos. Faltava-lhe ser pano de fundo de um dos episódios mais grotescos da política portuguesa, com António Costa a humilhar o seu ministro das Infraestruturas e da Habitação e a deixar bem à vista a irresponsabilidade e o amadorismo com que o Governo tratou um assunto de tão grande interesse nacional.
    A coberto desta trapalhada, o desagregar dos sistemas de saúde e educação passou para segundo plano. Na Saúde, onde segundo a OCDE (Health at a Glance 2021), somos o terceiro país da Europa a despender mais recursos financeiros privados (39% da despesa total), os serviços de urgência encerram em cascata, cresce o número dos portugueses sem médico de família e a directora-geral recomenda que não se adoeça em Agosto.
    Na Educação, desde que António Costa é primeiro-ministro, aboliram-se os mecanismos fiáveis de avaliação de resultados e a produção de dados comparáveis. A reprovação, que antes era um estigma de aluno, é hoje um estigma de professor. A escola imprepara as crianças e arruína os professores, enquanto crescem as medidas sem lógica nem critério, a saber e a título de exemplo:
    – Professores com doenças graves foram tratados como lixo. Na prática, o que se fez foi transformar a satisfação de uma necessidade de saúde num concurso, por via de regras absurdas. Com o novo regime de mobilidade por doença, as baixas médicas de longa duração aumentarão. Com elas, aumentará a necessidade de substituições temporárias, cada vez mais difíceis de conseguir, e, consequentemente, o número de alunos sem aulas.
    – O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior deu orientações às respectivas instituições para aumentarem o número de vagas de acesso aos cursos de Educação. Só que o problema reside na procura e não na oferta, já que o número de alunos em cursos para a docência caiu 70% nas duas últimas décadas, ficando, ano após ano, por preencher as vagas postas a concurso. O problema é o acumular de erros, desde Maria de Lurdes Rodrigues, tornando a carreira docente cada vez menos atractiva, num vórtice de desgoverno, que culminou há pouco com a soez referência de João Costa aos professores: “…foram formados para serem professores de bons alunos. Era como formar médicos para verem só pessoas saudáveis”.
    – Conclusões recentes do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) disseram-nos que a maior parte das crianças do 2º ano do ensino básico não entende o que lê e não sabe escrever.
    Os dados relativos às reprovações e abandono escolar de 2020/21, divulgados pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, embora mostrem uma ligeira subida desses indicadores no ensino básico, face a 2019/20, exprimem, globalmente, sucesso. Todavia, quando cruzados com a análise que o IAVE fez sobre o que os alunos demonstraram realmente ter aprendido, a perplexidade ressalta: os indicadores das provas de aferição não são coerentes com os dados das reprovações e abandono. Donde, a pergunta legítima: o que mede o sucesso? O que os alunos realmente aprendem, ou a estatística (construída) sobre os chumbos?
    Ora a resposta é simples: aquilo que é apresentado aos portugueses não são os factos ocorridos. É, antes, a perspectiva, naturalmente interessada e ficcionada, que o Governo tem sobre esses factos. A esta forma de os tratar, frequentemente triunfalista, chama-se propaganda.
    In “Público” de 6.7.22
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    • João Marôco

      “Propaganda” que vai inverter a tendência de melhoria dos conhecimentos e competências dos alunos portugueses. A fatura virá daqui a alguns anos….
      Insistir nos erros do passado não é simplesmente ignorância, é burrice!….
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      • 37 m
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  • maravilha em pedra

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    Que beleza !
    No photo description available.
    Someone magically embroidered the stone so that it would look like fabric..
    Marble drape
    Church of the Jesuit, Venice

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    Ana Maria (Nini) Botelho Neves and 8 others
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  • ALEGRIA CIRQUE DU SOLEIL ACTS REVEALED! First Look from under the Big Top in Montreal – YouTube

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  • Salvatore Adamo-C’est Ma Vie (Anos 70) – YouTube

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