Mês: Fevereiro 2022

  • abusos na igreja

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    José Soares

     

    A Comissão

     

    Atingem as três centenas, as queixas à Comissão Independente aos Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa. Esta Comissão iniciou um período de recolha de denúncias de vítimas de casos ocorridos desde 1950, suscetíveis de serem remetidos às autoridades judiciais e serem investigados.

    Segundo o coordenador da comissão, o pedopsiquiatra Pedro Strecht, existem depoimentos de pessoas entre os 30 e os 80 anos, “todas abusadas enquanto crianças” e a comissão já tem “situações agendadas para contacto pessoal. As histórias de abuso e trauma ouvidas e/ou registadas contêm momentos de profunda dor e sofrimento e, claro está, décadas de silenciamento de cada pessoa, todos merecem a nossa profunda empatia e respeito”, disse ainda aquele coordenador.

    Já escrevi inúmeros trabalhos sobre o assunto, sendo um deles a 30 de abril de 2002, no jornal Açoriano Oriental, com o título “Muro das Lamentações” e ainda recentemente neste jornal uma crónica sob o título “Holocausto católico”, onde falava do relatório, resultado das investigações em França, bem como dos números assustadores que tal relatório revelou e ainda uma das últimas crónicas intitulada “As lágrimas de Deus”.

    Há mais de cinquenta anos que tenho conhecimento de vários casos, tanto por investigação feita sobre o assunto, como por queixas recebidas de muitas pessoas que me abordavam para confidenciarem os seus dramas. O Papa Francisco há muito que sabe destas situações. No seu país de origem, Argentina, o problema atinge proporções escandalosas, como, de resto, por toda a América Latina. No Brasil a situação é calamitosa.

    A Comissão demonstra já que irá ter muito trabalho em Portugal. No final dos seus trabalhos, a comissão vai elaborar um relatório a ser entregue à Conferência Episcopal Portuguesa, que decidirá as ações a tomar. O trabalho desta comissão independente vai decorrer até 31 de dezembro, num espaço físico “descaracterizado” e “autónomo” da Igreja.

    Além de Pedro Strecht, a comissão integra o psiquiatra Daniel Sampaio, o antigo ministro da Justiça e representante da República para os Açores, Álvaro Laborinho Lúcio, a socióloga Ana Nunes de Almeida, a assistente social e terapeuta familiar Filipa Tavares e a realizadora Catarina Vasconcelos.

    As denúncias e testemunhos podem chegar à comissão através do preenchimento de um inquérito “online” em darvozaosilencio.org, através do número de telemóvel +351917110000 (diariamente entre as 10:00 e as 20:00) e por correio eletrónico, em: geral@darvozaosilencio.org.

  • mutilação genital

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    Subject:

    15.000 MENINAS AMEAÇADAS DE MUTILAÇÃO GENITAL NA ALEMANHA! + IRREGULARIDADES NAS VOTAÇÕES PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA NOS CÍRCULOS DA EMIGRAÇÃO + UM EXEMPLO OU UMA PROVOCAÇÃO?

     

    15.000 MENINAS AMEAÇADAS DE MUTILAÇÃO GENITAL NA ALEMANHA!

     

    A Ministra Federal Alemã para Assuntos da Família levantou agora a sua voz contra a mutilação genital feminina e revelou, na revista Spiegel, que na Alemanha 68.000 mulheres vivem com mutilação genital e que 15.000 meninas se encontram ameaçadas de serem mutiladas. Em todo o mundo existem 200 milhões de mulheres com os órgãos genitais mutilados.

    Imagine-se que haveria o costume cultural de mutilar a glande do pénis masculino tal como existe o costume de mutilar o clitóris das mulheres! Surgiria logo um clamor em todo o mundo e rapidamente se poria fim a tão desumano e cruel costume. Mas, como se trata de mulheres que estão sofrendo, a questão é tratada como um assunto meramente cultural e, por isso, deixada nas mãos de costumes culturais bárbaros que, por sua vez, são determinados mais por machos do que por Homens! O assunto ainda se torna mais trágico dado serem as mulheres a ensanguentar as mãos, tornando-se elas nas carrascas da tradição!

    Como está a situação em outros países europeus?

    A situação precária das mulheres imigrantes é levada a sério ou será que apenas interessa ainda a força muscular masculina para uma economia, de si já masculina?

    Onde estão os direitos humanos e a quem se aplicam?!!!

    Somos testemunhas de uma barbárie ao serviço de machos e de uma tradição poligâmica (1). Ocupamos muito do nosso tempo com trivialidades na opinião publicada e não empenhamos suficiente energia no sentido de acabarmos com esta praga cultivada.

    António da Cunha Duarte Justo

    Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7082

     

    UM EXEMPLO OU UMA PROVOCAÇÃO?

     

    Talvez apenas uma Objecção justificada!

     

    Em Kassel, os Samaritanos (ASB) isentaram do trabalho os empregados que não querem ser vacinados e continuam a pagar-lhes os seus salários. Na cidade e distrito de Kassel, a associação regional emprega cerca de 600 pessoas, 300 das quais no serviço de salvamento e ambulância.

    Os Samaritanos são uma associação de assistência social e organização de ajuda (ASB) que ajuda todas as pessoas – independentemente da sua filiação política, étnica, nacional e religiosa. O foco principal do seu serviço é: serviços de salvamento e ambulância até serviços de saúde e sociais, tais como enfermagem! “Ajudar aqui e agora” é o lema da Federação dos Samaritanos!

    Com isto dão um sinal errado ou certo?

    Vivemos num mundo surrealista onde, por vezes, as decisões políticas são tomadas para além de toda a compreensão. Esta decisão dos Samaritanos corresponde ao espírito transmitido na parábola do Samaritano, saindo, também eles, da normalidade, tornando-se talvez por isso numa provocação para alguns!

    É de admirar e justa a coragem mostrada pelos Samaritanos numa sociedade em que as trincheiras sociais se tornam cada vez mais fundas e em que cada um quer ter a razão toda sem deixar nada para os outros!

    A atitude de mandar para casa os empregados não vacinados e de lhes continuar a pagar o ordenado parece contraditória ou até provocadora na nossa sociedade, mas talvez não passe de uma objecção justificada!

    António da Cunha Duarte Justo

    Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7092

     

     

    IRREGULARIDADES NAS VOTAÇÕES PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA NOS CÍRCULOS DA EMIGRAÇÃO

    Urge a alteração da Lei Eleitoral dos Círculos da Emigração e dos Círculos eleitorais em Portugal

     

    Nos círculos eleitorais da emigração houve irregularidades, quer no que toca ao cumprimento da lei eleitoral, quer em relação à combinação tida entre partidos sobre a exigência ou não da cópia do Cartão do Cidadão como factor de identificação! Por falta da alegada documentação de votantes (cópia do Cartão de Cidadão) foram invalidados 157.205 votos no círculo da Europa!

    O problema fez-se sentir mais no círculo da Europa que devido à reclamação apresentada pelo PSD (alegada falta da cópia do CC por parte de votantes) viu os votos anulados. No círculo fora da Europa foram tidos em conta todos os votos independentemente de serem acompanhados ou não da fotocopia do CC.

    Como sempre, foram eleitos um deputado do PS e outro do PSD no círculo da Europa! E como sempre estes foram abandonados e obrigados a trabalhar por conta própria! Pelo círculo da Europa foi reeleito Paulo Pisco como Deputado do PS e foi eleita Maria Ester Vargas para deputada do PSD. Pelo Círculo Fora da Europa foram eleitos: Maló Abreu pelo PSD e Augusto Santo Silva pelo PS.

    Um outro problema é o facto de todos os votos fora do PS e do PSD serem propriamente anulados pelo sistema de atribuição de mandatos. (Sobre o método de contagem de votos e correspondente atribuição de mandatos veja-se https://antonio-justo.eu/?p=7056 )!

    Como é tradição, foram eleitos um deputado do PS e outro do PSD! E como sempre abandonados a trabalhar por conta própria!

    Na presente legislatura torna-se urgente uma alteração da Lei Eleitoral para a Assembleia da República não só para os círculos da Emigração como também para os círculos eleitorais em Portugal; torna-se urgente acabar com os círculos eleitorais confinados aos distritos. Um outro assunto será a necessidade de dar possibilidade, a todos os eleitores portugueses, de votarem pelo correio ou por internet, como já exposto em artigo e notas https://antonio-justo.eu/?p=7009

    Já não chega que Lisboa se limite a mostrar um sorriso malicioso de rosto democrático para os emigrantes! Lisboa não pode continuara a tratar os emigrantes enteados, nem a abusar dos seus representantes fazendo deles um seu alibi!

    Boa sorte aos deputados e juntem-se para defenderem os interesses dos emigrantes! Enquanto os deputados da emigração não se juntarem e unirem estarão a tornar-se cúmplices de um sistema de costas voltadas para os emigrantes.

    António da Cunha Duarte Justo

    Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7085

     

     

     

  • restaurantes não são santuários

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    “Restaurantes Não São Santuários”
    ​ por João Pereira Coutinho
    Este texto é dedicado ao “Chef” Avilez, que estragou dois magníficos restaurantes, o Tavares e, principalmente, o Belcanto. E como esta praga não é nacional apenas, dedicado também ao Alain Ducasse, que assassinou o em tempos magnífico Louis XV, o restaurante (emblemático) do Hotel de Paris, em Monte Carlo. Felizmente, neste caso, pelo menos continua a magnífica garrafeira.
    Restaurantes não são santuários…
    Estou cansado da religião dos chefs: restaurantes não são santuários…
    O melhor restaurante do mundo?
    Ora, ora: é o Eleven Madison Park, em Nova York.
    Parabéns, gente.
    A sério.
    Espero nunca vos visitar.
    Entendam: não é nada de pessoal.
    Acredito na vossa excelência.
    Acredito, como dizem os críticos, que a vossa mistura de “cozinha francesa moderna” com “um toque nova-iorquino” é perfeitamente comparável às 72 virgens que existem no paraíso corânico.
    Mas eu estou cansado da religião dos chefs.
    Vocês sabem: a elevação da culinária a um reino metafísico, transcendental, celestial.
    Todas as semanas, lá aparece mais um chef, com a sua igreja, apresentando o cardápio como se fossem as sagradas escrituras.
    Os ingredientes não são ingredientes.
    São “elementos”.
    Uma refeição não é uma refeição.
    É uma “experiência”.
    E a comida, em rigor, não é comida.
    É uma “composição”.
    Já estive em vários desses santuários.
    Quando a comida chegava, eu nunca sabia se deveria provar ou rezar.
    Os meus receios sacrílegos eram acentuados pelo próprio garçom, que depositava o prato na mesa e, em voz baixa, confidenciava o milagre que eu tinha à minha frente:
    – Pato defumado com pétalas de tomate e essências de jasmim.
    Escutava tudo com reverência, dizia um “obrigado” que soava a “amém” e depois aproximava o garfo trêmulo, com mil receios, para não perturbar o frágil equilíbrio entre as “pétalas” e as “essências”.
    Em raros casos, sua santidade, o chef, aparecia no final.
    Para abençoar os comensais.
    No dia em que beijei a mão de um deles, entendi que deveria apostatar.
    E, quando não são santos, são artistas.
    Um pedaço de carne não é um pedaço de carne.
    É um “desafio”.
    É o teto da Capela Sistina aguardando pelo seu Michelangelo.
    Nem de propósito: espreitei o site do Eleven Madison Park.
    Tenho uma novidade para dar ao leitor: a partir de 11 de abril, o Eleven vai fazer uma “retrospectiva” (juro, juro) com os 11 melhores pratos dos últimos 11 anos.
    “Retrospectiva.”
    Eis a evolução da história da arte ocidental: a pintura rupestre de Lascaux; as esculturas gregas de Fídias; os vitrais da catedral gótica de Chartres; os quadros barrocos de Caravaggio; a tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm.
    Gosto de comer.
    Gosto de comida.
    Essas duas frases são ridículas porque, afinal de contas, sou português.
    E é precisamente por ser português que me tornei um ateu dos “elementos”, das “composições” e das “essências”.
    A religião dos chefs, com seu charme diabólico, tem arrasado os restaurantes da minha cidade.
    Um deles, que fica aqui no bairro, servia uns “filetes de polvo com arroz do mesmo” que chegou a ser o barômetro das minhas relações amorosas: sempre que estava com uma namorada e começava a pensar no polvo, isso significava que a paixão tinha chegado ao fim.
    Duas semanas atrás, voltei ao espaço que reabriu depois das obras.
    Estranhei: havia música ambiente e a iluminação reduzida imitava as casas de massagens da Tailândia (aviso: querida, se estiveres a ler esta crônica, juro que nunca estive na Tailândia).
    Sentei-me.
    Quando o polvo chegou, olhei para o prato e perguntei ao dono se ele não tinha esquecido alguma coisa.
    “O quê?”, respondeu o insolente.
    “O microscópio”, respondi eu.
    Ele soltou uma gargalhada e explicou: “São coisas do chef, doutor.”
    “Qual chef?”, insisti.
    Ele, encolhendo os ombros, respondeu com vergonha: “O Agostinho”.
    O cozinheiro virou chef e o meu polvo virou calamares.
    Infelizmente, essa corrupção disseminou-se pela pátria amada.
    Já escrevi sobre o crime na imprensa lusa.
    Ninguém acompanhou o meu pranto.
    É a música ambiente que substituiu o natural rumor das conversas.
    É a iluminação de bordel que impede a distinção entre uma azeitona e uma barata.
    É o hábito chique de nunca deixar as garrafas na mesa, o que significa que o garçom só se apercebe da nossa sede “in extremis” quando existem tremores alcoólicos e outros sinais de abstinência.
    Meu Deus, onde vamos parar?
    Não sei.
    Mas sei que já tomei providências: no próximo outono, tenciono aprender a caçar.
    Tudo serve: perdiz, lebre, javali.
    Depois, com uma fogueira e um espeto, cozinho o bicho como um homem pré-histórico.
    O pináculo da civilização é tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm?
    Então chegou a hora de regressar às cavernas de Lascaux…”
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    • Paulo Roldão

      Nada como a slowfood, ou como dizemos em português, comida de panela. 🙂
  • PICO RECORDE DE PASSAGEIROS EM JANEIRO

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    Pico bate recorde no crescimento de passageiros
    No mês de Janeiro de 2022 desembarcaram nos aeroportos dos Açores 68 806 passageiros, um aumento de 129,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
    Os passageiros desembarcados com origem noutras regiões do território nacional atingiram 32 446, interilhas 33 029 e internacionais 3 331.
    Relativamente ao número de passageiros embarcados, no total, ascendeu aos 71 828.
    Os valores relativos aos passageiros desembarcados distanciam-se ainda dos registados no mesmo mês de 2020 (-24,1%), aumentando, contudo, 129,2% face a Janeiro de 2021.
    À semelhança dos passageiros desembarcados, os valores relativos aos passageiros embarcados apresentam também uma variação negativa face a Janeiro de 2020 (-23,4%), mas uma variação positiva de 118,1% face ao mesmo mês de 2021.
    Relativamente à tipologia de voo, verifica-se no mês de Janeiro uma variação homóloga positiva de 93,3% dos passageiros embarcados nos voos interilhas, de 132,4% nos voos territoriais e mais de 4 vezes nos voos internacionais.
    Quanto ao desembarque de passageiros, também por tipologia de voo, ocorreu igualmente um aumento mensal homólogo de 94,6% nos voos interilhas, de 159,6% nos voos territoriais e cerca de 6 vezes mais nos voos internacionais.
    Por ilha, todas apresentam variações homólogas positivas, sendo que a que apresenta a maior variação é a do Pico com 174,6% e a menor variação é a de São Jorge com 18,3%.
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  • Spain (Chick Corea) by José André Trío – YouTube

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  • Tom Vinícius Toquinho e Miúcha 06 – Samba de uma Nota Só (One Note Samba) – YouTube

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