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- ActiveCarlos FinoVejam bem, que não há só gaivotas em terra, quando um homem se põe a pensar…
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no dia em que recomeça a guerra na europa deixa-nos um homem que me ensinou a paz….,
um dos meus primeiros mentores deixou-nos hoje
Adiante na imagem, sentado ao meu lado esquerdo (de que lado mais poderia ele sentar-se?). Tudo isto nas imagens se passa em maio 1967 escassos meses antes de ele ser enviado como Capelão Militar para a Guiné em novembro desse ano, e onde esteve até março 1968 quando foi expulso de Capelão Militar por pregar o direito dos povos colonizados à autonomia e independência.
foto 1 jorgealvarez e j.chrystello ao lado do padre mário, à esquerda o professor de história, ao centro o de inglês, e na direita a de filosofia e o de geografia. foto 2 tó paim, chico nazaré, carlosmacedo, mário dessa na primeira fila, atrás jorgealvarez e j.chrystello ao lado do padre mário., à direita rui terrasseca, ao lado da prof.ª de filosofia e do de inglês (gomes da torre). foto 3 carlosvillas-boastavares, o??? (era um rapaz tão pacato e calado que até o nome se lhe perdeu na memória dos tempos), o filho do dono da papelaria papélia (?), jorgealvarez e eu
Um dos professores que mais me marcou, foi o Padre Mário de Oliveira, de 1965 a 1967, quando foi meu professor de Moral no antigo 6º e 7º ano do Liceu Normal D. Manuel (hoje, Rodrigues de Freitas, no Porto), o famoso padre Mário de Macieira da Lixa (Felgueiras) mais tarde conhecido como o Padre da Lixa, preso pela PIDE pouco depois e autor de vários livros contestatários da linha oficial do Vaticano. Este padre não fazia sabatinas como o velho Padre Brochado do outro liceu. Falava de temas que compreendíamos e nos interessavam e estava sempre muita gente à porta do quarto num anexo do Hospital Infantil de Maria Pia a tentar falar com ele. As aulas eram partilhadas com interesse por muitos e nelas aprendi mais do que em muitas outras cadeiras. É a ele, talvez, que devo o despertar da consciência cívica e politica que mais tarde marcou a minha vida
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A trajetória de vida do ‘arcebispo dos pobres’, não se afastou da meta de levar os pobres e miseráveis à categoria de cidadãos. Os quatro anos do Concílio Vaticano II (1962 a 1965) o transformariam, do pouco conhecido arcebispo auxiliar do Rio de Janeiro, num dos personagens mais influentes na igreja contemporânea. Durante o Concílio, Dom Hélder Câmara surpreendeu e movimentou cardeais e bispos a favor da inserção da Igreja nos setores populares. Fez mais: propôs ao papa João XXIII entregar o Vaticano e obras de arte aos cuidados da UNESCO, como património cultural da humanidade, enquanto o papa passaria a morar, na qualidade de bispo de Roma, numa paróquia da capital. Este era o “arcebispo dos pobres”, como ficou conhecido. Sonhava com a Igreja menos imperial e mais parecida com a comunidade dos pescadores da Galileia
Isto representa o que gostaria de ter visto no Santo Cristo e não vi. Esta afinal é a terra que sempre aceitou a escravatura nas ilhas com um feudalismo atroz e a Inquisição e mais recentemente se deitou na cama do alegado fascismo «soft» português do séc. XX. Todos no Campo de São Francisco, em silêncio à espera do Santo Cristo, o Espírito Santo ou N. Sra. de Fátima. Talvez no inconsciente, de umas sacas de roupa da América, agora em versão Bruxelas. A mesma que faz manifestações e abaixo-assinados a favor de alegados criminosos violadores de crianças. Tudo sabiam e tudo era em silêncio. Talvez seja por isso o atraso que ninguém fala. Talvez cada povo tenha o que mereça. Pode ser que as tradições encerrem nelas algo de mais sinistro.
Quando nos confrontamos com a preservação de tradições centenárias podemos deparar-nos com situações antagónicas como esta. A extrema religiosidade do povo açoriano assenta nas mesmas premissas que tantas outras de que enferma a sociedade portuguesa em geral: a religião é também o ópio do povo. Já António de Oliveira Salazar dizia “quanto mais ignorantes mais felizes” e de facto, se nada se contestar pode-se obter a aparência de felicidade. A tradição é, afinal, quem mais ordena, seja ou não, a tradição da sujeição à superstição e à escravatura, exigindo-se, ao mesmo tempo que seja aceite pelo obscurantista e opressor como parte do sistema que lhe permite obscurecer a verdade e, perpetuar a opressão.
Embora muitos autores clássicos tenham pesquisado e escrito sobre religião e festas, o seu estudo não é considerado prioritário, especialmente em regiões subdesenvolvidas, onde diante da escassez de recursos, há temas mais urgentes. Religiosidade e festas populares parecem a muitos, tema de menor importância. Para o povo são temas importantes, como podemos constatar no quotidiano. Nos locais mais remotos do Portugal e nas ilhas, constituem assunto fundamental. A rotina diária é interrompida ao longo do ano, pela organização ou a participação em festas, que assinalam a quebra periódica da rotina. Para os que as organizam, elas não representam momentos de lazer, mas de trabalho, intenso e prazeroso, no seu preparo e na sua realização.
A relação estreita entre religião e festas foi apontada por Durkheim (Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Ed. Paulinas, 1989.) para quem (1989: 372), “nos dias de festa, a vida religiosa atinge grau de excecional intensidade”…. “as festas teriam surgido da necessidade de separar o tempo em dias sagrados e profanos” (1989: 373). Referindo-se ao descanso religioso, lembra (1989: 372/273) que “o caráter distintivo dos dias de festa corresponde, em todas as religiões, à pausa no trabalho, suspensão da vida pública e privada à medida que estas não apresentam objetivo religioso”. Adiante afirma: “O que constitui essencialmente o culto é o ciclo das festas que voltam regularmente em épocas determinadas”. (Id. 419). Assim a repetição do ciclo das festas constitui elemento essencial do culto religioso.
O autor salienta (1989: 452), a importância dos elementos recreativos e estéticos para a religião, comparando-os a representações dramáticas e mostrando (1989: 453), que às vezes é difícil assinalar com precisão as fronteiras entre rito religioso e divertimento público. Este autor estabelece, portanto, relações íntimas entre religião e festas, entre recreação e estética, mostrando o parentesco ou a proximidade entre o estado religioso e a efervescência, o delírio, os excessos ou exageros das festas.
Como escrevia, há pouco tempo, o Padre Mário de Oliveira, meu professor de Religião e Moral nos 6º e 7º anos do Liceu Normal D. Manuel II:
“De Jesus, o de Nazaré, sim, a Igreja católica afastou-se quase cem por cento.
Também se afastou quase cem por cento de Cristo, mas apenas daquele Cristo Crucificado pelo Império e pelo Templo, que era, afinal, o próprio Jesus de Nazaré, pelo menos, no desassombrado testemunhar das suas discípulas e dos seus discípulos, que não hesitaram em colar para sempre esse título messiânico, libertador, ao seu nome histórico. Jesus, como testemunha o Evangelho, resistiu até ao sangue contra o Império e as suas seduções. A Igreja, ao contrário, acabou por cair nos braços do Império e disse sim a todas as suas seduções. Felizmente, sempre houve, através dos tempos, Igreja que resistiu até ao sangue contra o Império, concretamente a Igreja dos mártires assassinados e de muitos outros mártires incruentos, alguns deles, martirizados como “hereges” pela perseguição assassina da própria Igreja oficial, amancebada com o Império e que, numa postura de manifesta traição, aceitou transformar-se de via ou caminho de libertação para a liberdade, que inicialmente era, em religião, e, depois, pior ainda, em religião oficial do Império. Foi uma Igreja assim, em estado de completa traição ao Evangelho, que acabou a identificar Jesus, o Crucificado pelo Império, com o Cristo divinizado pelo Império. É por isso que o que hoje chamamos Cristianismo é sobretudo Paganismo, melhor, Cristianismo paganizado. Quase não tem nada a ver com Jesus, o de Nazaré, que o Templo e o Império mataram, depois de o terem prendido e julgado sumariamente. É neste ponto que estamos ainda hoje.”
Andei dias na dúvida se devia abordar tão candente tema da política portuguesa que tudo faz esquecer, mesmo as questões mais prementes. Escreveu o Padre Mário de Oliveira “O papa usa saias. Os cardeais usam saias. Os bispos católicos usam saias. Ninguém acha mal, pelo contrário. São clérigos, por isso, uns seres estranhos e separados dos demais. Parecem humanos, mas não são. São clérigos = separados. E um assessor de deputada não pode usar saias?!”
O problema não é a saia, ele usa o que quiser e não deve ser criticado, ou impedido, mas temos de conhecer as verdadeiras intenções desse uso. Já as tinha usado antes em público? No quotidiano anda de saias ou apenas se serviu disso para se exibir e provocar atenção mediática. Será que os membros do partido Livre querem protagonismo pelo que vestem para ocultar o que pensam? Ou são seguidores dos métodos populistas?
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