Mês: Fevereiro 2022

  • MACAU, URBANIDADES

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    URBANIDADES


    ANTÓNIO ARESTA

    Posted: 31 Jan 2022 01:28 AM PST

    Os saberes da actualidade conduzem-nos a uma reflexão sobre a nossa interioridade, isto é, a interioridade de cada um.

    E é confortado que constato que os saberes de António Damásio e Robert Lanza convergem em muitos pontos. Sob as suas batutas direi que a intangibilidade da Memória confere-nos a imaterialidade que se associa directamente à Consciência, essa condição que nos define na relação com o mundo dito material.

    É assim que cada fotografia de décadas, que retrata um tempo irretornável, convoca a imemorialidade de cada um – nome que dou ao tempo que precede a existência da nossa própria consciência – por via do legado de memórias indirectamente vividas.

    Entramos assim, pela chave da consciência ou do seu legado, no campo da autenticidade. A autenticidade de Macau dos princípios do século XX, ou do século XIX. Uma urbe, herdeira de séculos precedentes, uma matriz urbana e arquitectónica mista, e uma convivialidade entre Macaenses, Chineses e Portugueses os últimos dos quais, por serem poucos e virem de longe, aqui se inseriam, tornando-se, eles também, pela via do afecto à terra, em Macaenses. Desses há a destacar nomes como Camilo Pessanha, Manuel da Silva Mendes e, num tempo subsequente, Hermman Machado Monteiro, Joaquim Morais Alves, José Silveira Machado ou J. J. Monteiro entre tantos outros. Esse processo de enraizamento era único e singular, assente numa sedimentação iniciada no século XVI, originadora e legitimadora da genuinidade da cidade.

    Se é obsoleto o desejo de retornar a outro tempo, essa apiração preenche-nos a Memória, como a desejar que o mesmo ficasse congelado, contrariando o seu fluir e, com ele, as mutações, mais ou menos radicais, que foram acontecendo para além da vontade de alguns. É no capítulo da alteração do espaço envolvente, que fisicamente nos confina, que se encontra a chave da transfiguração que, quer se queira quer não, nos afecta.

    Porém a mais importante dos ingredientes é, infelizmente, a incompreensão ou ignorância radical da Multiculturalidade que desde há muito existe em Macau.

    Aprofundemos a questão da Consciência, aquele cérebro em forma de panejamento, pintado por Miguel Ângelo na Capela Sistina. Miguel Ângelo Buonarroti sinaliza definitivamente o cérebro como sede da Consciência, isto é, da divindade.

    Com Copérnico e depois Galileu, a humanidade deu lentos passos que, para o século XVI, eram heresias proclamar que estava “teologicamente errada” a teoria de que a terra se move. Esse peso da ignorância foi conquistado, mas o peso permanece noutros planos de rotunda ignorância a que já aludi.

    Ter consciência da Etnicidade Macaense e da história múltipla de Macau, talvez possa ser só percepcionada , vista de fora, como algo que desperta, geralmente, estranheza, na medida em que conflituará com a percepção que cada um tem de si e da sua circunstância, que é tudo o que define o horizonte do próprio Inconsciente de cada um, remetendo-se tudo o resto para o plano dos clichés ou mitos urbanos que há muito se foram construíndo e consolidando.

    Talvez tenhamos esquecido alguns pressupostos, entre os quais o da condenação de estarmos solitariamente enclausurados num corpo material dedicado à nossa percepção das coisas do mundo. Na interpretação do Universo, um elemento essencial já anteriormente referido como Consciência, é peça de um puzzle que o paradigma predominante tem tentado contornar porque não se encaixa num mundo objectivo e materialista, independente e alheio a qualquer percepção da noção disso, anuncia precisamente a pedra angular dos princípios que compõem essa nova teoria que nos revela os aludidos planos do Ciente. Com efeito, e citando o biólogo Robert Lanza que enverada pelos mesmos caminhos de António Damásio, direi que:

    – A nossa percepção da realidade exige a participação da consciência.

    – As percepções externas e internas do ser humano são dois lados da mesma moeda, absolutamente inseparáveis.

    – Sem consciência, a matéria reside num estado indeterminado de probabilidade.

    – O universo é perfeitamente ajustado para que haja vida nele, que tem um significado real, já que a vida cria o universo, e não o contrário. O universo é simplesmente a lógica espaço-temporal do ser.

    – O tempo não tem existência real fora da percepção dos animais sensoriais. É o processo pelo qual percebemos as mudanças no universo.

    – O espaço, como o tempo, não são objectos. São outra forma de compreensão humana e carecem de realidade independente. Assim, não há matriz absoluta da sua própria existência e independente da vida em que os eventos físicos ocorrem.

    É em todo este contexto de percepção, que encaro a extraordinária e vasta obra de António Aresta, pessoa que muito estimo e por quem nutro especial Amizade.

    Aresta é professor, isto é, alguém que professou, abraçou, aderiu à causa do Ensino, de educar, elucidar, esclarecer, e logo Filosofia. Mas isto não lhe basta. Será antes motivo para se ter lançado para outros planos de interesses, daqueles que nos segredam que não há apenas uma só realidade, mas várias, condicionadas pelas experiências de vida de quem ficou no rectângulo ou ousou saír, como muitos dos nossos maiores.

    Mestre em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi professor em Macau durante onze anos, entre 1987 e 1998, tempo mais do que suficiente para que pessoas como ele, sensíveis, cultas e atentas, sorvessem o muito que por esse Lugar mágico existe.

    Será exaustivo listar a sua extensíssima bibliografia de investigador nato e dedicado à Macaulogia. De qualquer modo citarei alguma obra:

    A Educação Cívico-Política em Macau, 1989

    A inovação Curricular no Ensino da Filosofia em Macau, 1993

    Camilo Pessanha, Professor no Liceu de Macau, 1994

    O Poder Político e a Língua Portuguesa em Macau [1770-1968]

    Um relance legislativo, 1995

    Manuel da Silva Mendes e a Poética do Taoísmo, 1995

    O Neo-Confucionismo na Educação Portuguesa: Pedro Nolasco da Silva na História da Educação em Macau, 1996

    Os Estudos Sínicos no Panorama da História da Educação em Portugal, 1997

    José Miranda e Lima: Professor Rágio e Moralista, 1997

    Falar Português: subsídio para a história do ensino da lingua portuguesa em Macau (1960-1968), 1997.

    Monsenhor Manuel Teixeira e a História da Educação em Macau, 1998

    Benjamim Videira Pires, um educador português em Macau, 1999

    A Educação Portuguesa no Extremo Oriente, 1999

    Joaquim Afonso Gonçalves, Professor e Sinólogo, 2000

    O Professor Luís Gonzaga Gomes e a divulgação pedagógica da cultura chinesa, 2001

    Manuel da Silva Mendes, Professor e Homem de Cultura, 2002

    Álvaro Semedo e os exames na China Imperial, 2010

    A Professora Graciette Batalha, 2010

    Camilo Pessanha, 2011

    Cinco Figuras do Diálogo Luso-Chinês em Macau, 2012

    Figuras de Jade: os Portugueses no Extremo Oriente, 2014

    Álvaro Semedo, 2015

    D. Arquimínio Rodrigues da Costa, Bispo de Macau [1976-1988], 2016

    Macau Histórico Cultural, 2016

    Um filósofo em Macau no século XIX (Francisco Severino Rondina) 2016

    Manuel da Silva Mendes, 2017

    O Pensamento Moral de Leôncio Ferreira, 2017

    Figuras de Jade II, 2019

    A importância da investigação de António Aresta coloca-o ao mesmo nível de Manuel da Silva Mendes, com a diferença de que, tendo António Aresta saído de Macau, não só não permitiu que Macau dele saísse, como tem estado em Macau em toda a sua extensa obra.

    É sempre de fora que as realidades surgem mais nítidas, porque os actores não se podem observar, apenas os espectadores e os investigadores.

    E a investigação sobre Macau apossou-se de António Aresta, calcorreando pela investigação e subsequentes palavras, ruas, calçadas e vielas das histórias que compõem a História de Macau, esse Lugar onde a Miscigenação tem sido uma constante e o Macaense uma nação de indivíduos, todos geneticamente diferentes e todos iguais, e onde as milhares de narrativas se acumulam aos personagens, tantos, que é difícil enumerá-los.

    Macau foi e é o paradigma do multiculturalismo, muito antes da existência do vocábulo que a aldeia global nos trouxe. O Macaense foi ao longo dos séculos o verdadeiro embaixador, portador, e usufrutuário da cultura portuguesa que soube legitimar, tornando-se o elemento conjugador, ambivalente, habitante de uma Cidade cujo sortilégio é indizível, mas cujo apelo se fixou em homens como António Aresta, inteiramente comparável a um outro homem do Norte, Manuel da Silva Mendes. Corremos o risco de entrarmos pelo plano da mitografia. Mas mesmo resistindo a ele, é imperativo reconhecer hoje o futuro daquilo que António Aresta é: uma voz fundamental para a historiografia de Macau, porque um investigador é um arqueólogo que navega nas águas da história e António Aresta é um navegante de alto mar.

    A obra que já realizou, e onde se patenteia um rigor e uma riqueza histórica no resultado da pesquisa, alcandora-o a um lugar superior no plano dos pesquisadores e autores da Macaulogia, não apenas na qualidade como na quantidade da obra produzida.

    Assim, fazer a apresentação de uma obra de alguém como António Aresta é tarefa ingrata porque esgota a adjectivação. Porém uma obra que continuamente se desenrola constitui uma esperança do aprofundamento e enriquecimento dos saberes sobre Macau, acabando por se constituir, involuntariamente no melhor do seu próprio elogio pela intenção, pela investigação e pelo alcance desta, porque é obrigação de todos saber que se trabalha sempre sobre o Passado para o Futuro, mesmo que o primeiro usufruto seja o Presente.

    O meu interesse pelas culturas orientais, nomeadamente a Chinesa e a Nipónica, levam-me a acreditar que o muito está no pouco e que o maior dos elogios à obra de António Aresta não reside nestas modestas palavras, mas na certeza que tenho de que a sua obra transcenderá, em muito o devir, e será esse o maior elogio e reconhecimento para com António Aresta.

    A este meu distinto amigo, resta-me humildemente dizer obrigado pela sua obra, e pelo futuro que vejo para ela, e ao Instituto Internacional de Macau, o meu aplauso pela visão de dar ao futuro a forma material neste nosso presente.

  • PEDRO ARRUDA SOBRE AS ELEIÇÕES

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    Deixem-me, desde já, admitir o eventual erro da minha análise. Não sou sociólogo, nem politólogo, que é a difícil ciência de interpretar políticos, nem sequer tudólogo, esse novo fenómeno televisivo que nos assoberbou com inúmeros especialistas em tudologia, nos vários canais de televisão, antes e durante o auge destes anos da peste. Poderei, quanto muito, reivindicar o vago direito à condição de historiador, que não é grande fundamento académico para análise de questões comportamentais, mas avançarei, na mesma, com a minha singela interpretação para a pergunta política do momento, que tanto apoquenta jornalistas, comentadores e Marcelos de toda a espécie: o porquê da maioria absoluta do PS de António Costa? Na minha parca visão, existem duas razões, que até são paradoxais entre si, para este retumbante resultado. Em primeiro lugar, julgo que fica claro, embora tal não tenha sido alvo de plebiscito, que a grandíssima maioria dos portugueses acabaram por fazer uma avaliação e validação positiva da gestão socialista, e do governo de Costa, da pandemia. No fundo, a ideia de um Governo autoritário e repressivo é algo que não perturba e que até agrada aos portugueses. É que, sejamos claros, foi um governo dito socialista que, quando colocado debaixo de uma ameaça, optou, sem pestanejar, pela via do fascismo sanitário. Que os especialistas recomendassem a perda de direitos fundamentais é uma coisa, que os políticos o decidissem, e até com verdadeiras ganas de o fazer, é outra, substancialmente diferente. Quando confrontados com a decisão de escolher entre a Liberdade ou a Vida, os políticos, e políticos ditos socialistas, como Costa, optaram voluntariamente por matar a Liberdade. E não me venham dizer que sou um assassino de velhinhos porque basta olhar para a Suécia para perceber que isso não é verdade. A questão fundamental aqui é exatamente essa escolha política da ponderação da opção entre os princípios basilares de um Estado de Direito Democrático e de uma sociedade livre, que imperava defender, ou o Estado Totalitário de uma sociedade presa na ditadura sanitária, à qual se ofereceram voluntária e sorridentemente. “Antes morrer livres do que em paz sujeitos” vem-me imediatamente à cabeça. Ora, aparentemente, esta contradição fulcral não perturbou os portugueses, que deram uma maioria ao Primeiro-ministro dos confinamentos, das quarentenas, da vacinação em massa e, talvez o mais grave, ao pai histórico do precedente mais assustador e absurdo, de violação do ideal europeu, o passaporte sanitário. Costa ficará na história como o sancionador do maior ataque aos ideais de uma Europa livre, a Europa de Maastricht e Schengen, uma Europa de circulação aberta para todos os cidadãos, com a instituição do salvo conduto vacinal, o maior instrumento de segregação e de limitação das liberdades individuais na história do continente europeu. Para os portugueses, tudo isto está bem quando acaba bem, o importante era matar o bicho, mesmo que para isso fosse preciso matar tudo aquilo que nos faz ser uma sociedade aberta, livre e democrática. A segunda razão de fundo que vejo para a maioria absoluta de Costa, e é aqui que reside o paradoxo fundamental, é o CHEGA!. Houve, creio que claramente, tanto à esquerda como ao centro, que são a maioria do país, uma concentração de voto no PS para evitar a possibilidade de reedição, no país, daquilo que tinha acontecido nos Açores, um Governo refém, fosse no parlamento, ou até mesmo em coligação governamental, do partido de André Ventura. É aqui que reside o paradoxo das massas. Os mesmos eleitores que se assustam com um partido xenófobo e racista a governar o país são os mesmos que aceitam um Primeiro-ministro que lhes coarta sem pestanejar as liberdades mais essenciais. Esta contradição fundamental está no centro do nosso momento político e é extraordinário que a maioria das pessoas não o consiga discernir. No fundo, Portugal é um país do respeitinho e da autoridade, uma sociedade amorfa e abdicante, que se revê na panaceia de um líder, que nos proteja da ameaça, desde que o ordenadosinho não deixe de cair na conta ao final do mês. A verdade, como se vê pelos resultados eleitorais deste domingo, é que o PREC nunca acabou, restará é saber quem é que, verdadeiramente, está com a revolução e quem é que, no fundo, está com a reação. Eu, por mim, sei que nunca irei com a Ditadura, seja ela de que tipo for… ✊
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    Pilar Melo Antunes and 5 others
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  • O SALTO

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    O SALTO
    Luís Castro Mendes
    Opinião
    Ubi libertas ibi patria.
    Ovídio
    Vemo-los nas fotografias de Gérard Bloncourt, datadas dos anos 1960: viviam nos bidonvilles à volta das cidades de França, em condições miseráveis, trabalhavam como pedreiros e mulheres-a-dias nessa França dos “trinta gloriosos” anos de crescimento económico (1945-1975), um país que se reconstruía e transformava dia a dia. Eles eram os peões e os párias nessa sociedade e eram desprezados com o fino desdém que a França reserva aos metecos.
    Em duas ou três gerações mudaram, como o seu país de origem mudou. Essas transformações nem sempre foram mutuamente percebidas. Na escola pública em Paris, ainda em 1990, um menino português garantia às minhas filhas que em Portugal não existiam cinemas nem supermercados, apenas aldeias perdidas nas serras, numa das quais ele se aborrecia perdidamente durante as férias. Hoje tal imagem não existe nem poderia existir, porque os jovens portugueses de França conhecem o seu país e dele se orgulham ou simplesmente o consideram um país europeu como os outros. Os portugueses deixaram de ser metecos em terras de França (continuando os magrebinos nessa condição) e a cultura francesa abre-se à nossa cultura, como a excelente Temporada Cruzada de manifestações culturais portuguesas em França e francesas em Portugal irá neste ano uma vez mais demonstrar.
    A comunidade portuguesa em França, essa que descende das heroicas figuras que Bloncourt retratou, teve a sua origem num movimento migratório com início nos anos 60 do século passado, a que se deu o nome de “O Salto”.
    Eles agrupavam-se, vindos em táxis ou em camionetas, nos pontos indicados pelos passadores e esperavam. Às vezes juntavam-se a eles os desertores, os foragidos políticos, com o sonho noutros horizontes, os da Revolução. Juntavam-se e esperavam, vindos de muitos lugares e de muitas vidas.
    E por vezes acontecia o que eles mais temiam: em lugar do passador aparecia a polícia, por denúncia de informadores. Emigrar era um crime, a força de trabalho tinha de ficar disponível a preço vil e sair para ir trabalhar por melhor salário era uma traição equiparável a desertar da luta pela África Portuguesa ou a combater a política de Salazar, que nos garantia a todos a guerra e a miséria.
    Sucedeu que uma vez alguns desses criminosos, apanhados de malas na mão perto da linha da fronteira, foram conduzidos a um juiz da comarca de Chaves, que proferiu na altura um despacho escandaloso:
    Considerando que se trata de cidadãos portugueses que se encontravam em território nacional, não considero provado o crime de emigração clandestina, uma vez que estes cidadãos nunca saíram do país e é mera conjetura a sua intenção de emigrar, pelo que os mando ir em paz.
    A princípio tentaram as autoridades uma aproximação tolerante e construtiva, que evitasse o escândalo. Uma delegação de funcionários superiores da PIDE pediu para ser recebida por esse juiz e solicitou-lhe, com bons modos, que alterasse para o futuro a sua jurisprudência.
    O magistrado respondeu-lhes com a ideia obstinada da independência dos tribunais e convidou-os, com modos um pouco mais ásperos, a saírem do seu gabinete. A brandura dos nossos costumes e o medo do escândalo levou a que a única consequência para esse juiz tivesse sido a sua imediata transferência para uma outra comarca, bem longe da raia. Assim, o contingente seguinte de emigrantes clandestinos apanhados do lado de cá da fronteira foi cumprir a sua merecida pena de prisão, que para os pobres não havia brandura de costumes que valesse. Era esta a independência da justiça antes do 25 de Abril, essa de que alguns hoje sentem saudades…
    Aquele juiz era meu pai.
    Dedicado à comunidade portuguesa e de origem portuguesa em França
    Diplomata e escritor
    May be an image of nature and tree
    Carlos Fino, Ana Maria (Nini) Botelho Neves and 66 others
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      Carlos Fino

      Extraordinário episódio, que me fez reviver a minha passagem a salto, justamente na fronteira de Chaves, em 1971, fugido à PIDE e às guerras na sequência das greves estudantis desse ano e da entrada dos “gorilas” na Faculdade de Direito. Na noite anter…

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      La poesía es un arma cargada de futuro - Paco Ibañez
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    • Lucila Meira

      Pensava que passadores e GNR eram amigos e colaboravam entre si? A minha irmã mais velha também se tramou em Coimbra. Não pode terminar o curso. Foi para Angola com marido delegado do ministério público que teve que fazer lá a tropa. E ela terminou o …

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    • Jose Guilherme Anjos Pires

      Também em 1968 fugi por S.Gregório em Melgaço perseguidos pela gnr e depois por 2 pides conseguimos a tempo ficar escondidos em Espanha algum tempo , até rumar a Paris em Maio
    • Carlos Torres

      Muito bom sou um fã do Senhor Carlos Fino desde muito jovem,posso partilhar,melhor eu jà partilhei desculpe mas não resisti abraço amigo força sempre.
  • BEST British Choirs on Britain’s Got Talent | Got Talent Global – YouTube

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  • Tango Flashmob – Munich Hofbräuhaus – Quadro Nuevo – La Cumparsita – YouTube

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