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CRÓNICA 444 AS OBRAS DE SANTA ENGRÁCIA NA LOMBINHA DA MAIA
Mais lentas que as obras de Santa Engrácia, mais demoradas que a adjudicação da estação espacial de Santa Maria, mais indefinidas que o novo aeroporto de Lisboa, com um raso de execução que pretende rivalizar com a Sagrada Família de Barcelona, estas são as obras da malfadada estrada Lombinha da Maia – Maia na costa norte da ilha de São Miguel.
Nas eleições de 2020 eu tinha esperanças e escrevi neste jornal “Eu fiquei tranquilo pois a malfadada estrada entre a Maia e a Lombinha da Maia (cuja passagem de viaturas foi já encerrada com pompa e circunstância) irá entrar em obras à medida que a data de eleições se aproxima. Também gosto muito dos anos em que há eleições regionais pois as estradas e caminhos agrícolas passam a merecer a atenção das entidades que se apressam a mandar fabricar alcatrão e betão para as repararem, pavimentarem ou remendarem. Até acredito que será desta vez que vão reparar a estrada entre a Lombinha e a Maia em S Miguel (caminho municipal 519) quase intransitável desde as derrocadas de dezembro de 2015…”
Já em 2022 escrevi aqui
Perdi a conta às vezes que já escrevi sobre este assunto nos jornais mas parece que a estrada costeira entre a Lombinha da Maia e a Maia (caminho municipal 519) em obras há dois anos vai candidatar-se ao Prémio Santa Engrácia, quando a conclusão das suas obras ocorrer. Depois de dezembro 2015 várias derrocadas ocorreram, felizmente sem vítimas a lamentar, apesar do enorme trânsito que tinha, em especial autocarros escolares. De promessa em promessa os anos passaram. Os transportes privados, os públicos, incluindo os transportes escolares, fazem desvios morosos por Calços da Maia, Gorreana e São Brás em estradas que não foram feitas para tal movimento e depois de anos de a estrada ter estado cortada à circulação entre a Lombinha e a Maia, mantém-se o silêncio sobre o andar das obras ou a razão da sua paragem. Eu fiquei tranquilo em julho 2020 pois a malfadada estrada entre a Maia e a Lombinha da Maia (cuja passagem de viaturas foi encerrada com pompa e circunstância) iria entrar em obras à medida que a data de eleições se aproxima. Mas já vieram e foram umas tantas eleições e de conclusão da obra nada. Murmura-se que o projeto foi mal pensado e não resultava…
Hoje num blogue local vi algumas imagens das obras incompletas e coloquei algumas questões a mim mesmo.
- A via não foi alargada e mantêm-se a precária largura que nalguns locais mal permite duas viaturas e muito menos os autocarros (escolares ou não) que já eram um perigo para quem ali circulava, pois cimentar as arribas sem alargar a via parece um grave erro
- Se a empresa adjudicatária da obra não tinha capacidade ou tecnologia para cumprir o caderno de encargos
- Se o projeto foi mal elaborado ou se foi para despachar depressa e mal, sem se estudar convenientemente a zona.
- Se não conceberam que seria talvez mais fácil, seguro e económico, expropriar algumas parcelas de terra e abrir nova via de raiz pelo cimo do monte sobranceiro à Maia
- Se quando as obras falharam o objetivo se fez algo mais do que inscrever nova verba no orçamento anual da Câmara.
Há anos que, com enormes prejuízos, não podemos usar a via mais curta entre as duas localidades mas ao ver as imagens das obras paradas há muito tempo temo que não viva o suficiente para tornar a utilizar essa via…
Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713[Australian Journalists’ Association – MEEA]Diário dos Açores (desde 2018)Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)Tribuna das Ilhas (desde 2019)Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)Jornal do Pico (desde 2021) | |