Mês: Novembro 2021

  • NO MEU TEMPO É QUE ERA MAU

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    NO MEU TEMPO É QUE ERA MAU
    «A televisão só tinha dois canais, éramos obrigados a ver o TV Rural e o 70×7; não havia computadores, nem Internet, não tínhamos acesso a quase nada; Portugal era ainda mais periférico, havia discos e livros que não chegavam cá, os artistas em geral também não passavam por aqui; perante um imprevisto ninguém conseguia avisar que afinal não poderia comparecer a um encontro, ao outro restava-lhe ficar especado à espera; os automóveis não tinham direção assistida e estacionavam-se em cima dos passeios; os condutores andavam com o autorrádio pela mão como se fosse um chapéu de chuva; os jogos do ZX Spectrum demoravam uma eternidade a entrar; as cassetes de vídeo eram de má qualidade e, no final, havia que as rebobinar; viajar era muito difícil, as passagens de avião caríssimas e a rede de autoestradas escassa, de Bragança a Lisboa eram nove horas de viagem; havia uma fila na fronteira para entrar em Espanha e outra para regressar; no desporto não ganhávamos nada a não ser no hóquei em patins; ficámos uma vez em terceiro lugar no Europeu e o Carlos Lopes ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e festejámos como se não houvesse amanhã; as cidades estavam cheias de cães vadios e havia o hábito generalizado de cuspir para o chão; não se reciclava o lixo; toda a gente fumava, mesmo aqueles que não fumavam, porque não havia quaisquer restrições, fumava-se mesmo em espaços fechados com crianças por perto; a Medicina dava menos respostas; morria-se mais cedo.
    Se olharmos mais para trás percebemos que as coisas ainda eram piores. Porque, nascido em 1974, já sou da geração que cresceu em democracia. Há outros que nem sequer isso. Assim, sempre que oiço alguém repetir a frase “no meu tempo é que era bom”, ponho-me a pensar. E chego à conclusão de que a chave para desvendar o verdadeiro significado da frase está no sujeito omisso. O que eu e todos eles realmente querem dizer é: “no meu tempo é que (eu) era bom”. Era bom porque era mais ágil, mais bonito, sem rugas, com menos preocupações, ia menos vezes ao médico, passava mais tempo na praia, o cabelo ainda estava todo lá, comia o que quisesse e não engordava, corria o dia inteiro e não me cansava, dormia mais de oito horas por dia, julgava-me imortal. E, além disso, todos os meus entes queridos ainda estavam vivos e todos os meus entes queridos eram mais novos. No meu tempo é que eu era bom, agora, enfim, cá se vai andando.
    O que seria realmente bom era se tivesse acesso a tudo isto no tempo em que (eu) era bom. Como invejo os miúdos. Como gostaria de poder escolher, desfrutar, descobrir… E de ainda ter tempo. Só me faz confusão aqueles que, perante a enormidade da escolha, se fecham nos mesmos canais, nos mesmos temas, nos mesmos círculos. Apetece-me dizer-lhes: “Aproveitem, que no vosso tempo é que é bom”.»
    Manuel Halpern, O Homem do Leme
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  • AÇORES, ENTERRARAM A CULTURA E O BE SÓ AGORA DESCOBRIU

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    BE desmascara algumas realidades no setor cultural da região…
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    || Alexandra Manes alerta para atrasos nos apoios à cultura ||
    👉 A deputada do Bloco de Esquerda alerta para o facto de, no final do ano, quase um terço dos projetos apoiados pelo Regime Jurídico de Apoio às Atividades Culturais ainda não receberam um cêntimo por parte da Direção Regional da Cultura. Associações e outras entidades que promovem atividades culturais viram, no ano de 2021, a sua programação comprometida, sendo que algumas delas tiveram de cancelar ou reprogramar atividades ao longo do ano.
    📌 Notícia completa: https://tinyurl.com/4w5tf7
    ESCREVI SOBRE ISTO ANTERIORMENTE
    https://www.lusofonias.net/arquivos/413/AnaChronicAcores/1475/CRONICA-404-AQUI-JAZ-A-CULTURA-ACORIANA.pdf
    https://www.lusofonias.net/arquivos/413/AnaChronicAcores/1469/CRONICA-403-CULTURA-INIGUALAVEL.pdf
    https://www.lusofonias.net/arquivos/413/AnaChronicAcores/1477/Cronica-405-candidaturas-cultura-2021.pdf
  • CIENTISTA PORTUGUÊS DE TOPO

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    Chama-se Rui Costa, é português e um longo caminho de descobertas sobre o cérebro fez dele um dos mais premiados cientistas portugueses e um dos mais reconhecidos especialistas em movimento e aprendizagem a nível mundial. E ele contou-nos a sua história e explicou-nos como o cérebro funciona em alguns momentos.
    Veja o segundo episódio de “Descobridores” e conheça mais uma história de um português com um percurso inspirador em https://bit.ly/3oyUupy
  • GERINGONÇA AÇORIANA E EXIGÊNCIA DO CHEGA

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    Chega-Açores quer rever acordo que suporta o governo regional
    O deputado único do Chega no parlamento açoriano quer tornar o acordo escrito, assinado há um ano, menos abstracto
    As declarações do líder do Chega caíram com estrondo nos Açores. Depois de André Ventura ter anun-ciado, na quarta-feira, que pela direcção nacional o apoio do partido ao governo regional “morreu”, a res-ponsabilidade está agora do lado do deputado único do Chega no parla-mento açoriano, José Pacheco. Após a posição de Ventura, Jos Pacheco já conversou com o presi-dente do governo regional, José Manuel Bolieiro. Ao que o PÚBLICO apurou, o Chega-Açores quer rever o acordo escrito que firmou com os três partidos que integram o execu-tivo açoriano (PSD, CDS-PP, PPM). É uma das reivindicações exigidas pelo partido para continuar a fazer parte da maioria que suporta o Governo dos Açores, composta ainda pela IL e pelo deputado não-inscrito. Entende o Chega-Açores que o acordo de incidência parlamentar assinado em Novembro de 2020 é demasiado vago, uma vez que não inclui medidas nem metas concretas.
    Nesse acordo existem quatro capítu-los: um “novo modelo de governa-ção”, a “reforma das leis eleitorais”, a “afirmação da transparência, pre-venção e combate à corrupção” e a “redução da subsidiodependência”. Os últimos dois são os que mais incómodo têm causado ao Chega. No capítulo referente à “redução da sub-sidiodependência”, lê-se, por exem-plo, que os partidos “se comprome-teram, durante a actual legislatura, a criar condições de desenvolvimento económico e de promoção da inclu-são social” para reduzir, “através da inserção social e laboral”, o “número
    de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), em idade activa com capacidade de trabalho, aumentando a sua colaboração com a comunidade onde estão inseridos”. As expressões citadas, aliás, constam também do acordo assinado entre o PSD e a Iniciativa Liberal, ipsis verbis, no outro documento que suporta o executivo açoriano. O deputado regional do Chega quer rever o acor-do para incluir objectivos específicos na redução do RSI. Também na área da corrupção, sabe o PÚBLICO, tem causado mal–estar no Chega açoriano o adiamen-
    to da criação de um gabinete contra a corrupção, previsto no Plano e Orçamento da região para 2021, mas que ainda não está executado. Acres-ce que o actual acordo foi assinado pelo anterior líder do Chega-Açores, Carlos Furtado, que, em Junho, saiu da liderança regional e se desvincu-lou do partido no parlamento açoria-no, em colisão com André Ventura. Ontem prosseguiram as negocia-ções entre o deputado regional do Chega e as forças que suportam o governo açoriano. Durante a tarde, por exemplo, Pacheco encontrou-se com João Bruto da Costa, líder par-lamentar do PSD-Açores. Do lado do governo regional, tem existido aber-tura para acolher as posições do par-lamentar do Chega. O Presidente da República falou ontem sobre o assunto e frisou que é o representante da República para os Açores quem “tem competência para intervir”. Seja como for, Marce-lo Rebelo de Sousa garante estar atento: “Estou a acompanhar.” O tempo vai escasseando: na pró-xima segunda-feira começa a discus-são do Orçamento da região para 2022. José Pacheco — e o próprio Ven-tura — remeteram a posição final da estrutura regional do partido para uma conferência de imprensa que se realiza hoje em Ponta Delgada. Até lá, permanece o quadro de incerteza.
    (Rui Pedro Paiva – Público de 19/11/2021)
    Rui Pedro Paiva
    O deputado único do Chega no parlamento açoriano quer tornar o acordo escrito, assinado há um ano, menos abstracto
    As declarações do líder do Chega caíram com estrondo nos Açores. Depois de André Ventura ter anunciado, na quarta-feira, que pela direcção nacional o apoio do partido ao governo regional “morreu”, a responsabilidade está agora do lado do deputado único do Chega no parlamento açoriano, José Pacheco.
    Após a posição de Ventura, Jos Pacheco já conversou com o presidente do governo regional, José Manuel Bolieiro. Ao que o PÚBLICO apurou, o Chega-Açores quer rever o acordo escrito que firmou com os três partidos que integram o executivo açoriano (PSD, CDS-PP, PPM). É uma das reivindicações exigidas pelo partido para continuar a fazer parte da maioria que suporta o Governo dos Açores, composta ainda pela IL e pelo deputado não-inscrito.
    Entende o Chega-Açores que o acordo de incidência parlamentar assinado em Novembro de 2020 é demasiado vago, uma vez que não inclui medidas nem metas concretas.
    Nesse acordo existem quatro capítulos: um “novo modelo de governação”, a “reforma das leis eleitorais”, a “afirmação da transparência, prevenção e combate à corrupção” e a “redução da subsidiodependência”.
    Os últimos dois são os que mais incómodo têm causado ao Chega. No capítulo referente à “redução da subsidiodependência”, lê-se, por exemplo, que os partidos “se comprometeram, durante a actual legislatura, a criar condições de desenvolvimento económico e de promoção da inclusão social” para reduzir, “através da inserção social e laboral”, o “número
    de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), em idade activa com capacidade de trabalho, aumentando a sua colaboração com a comunidade onde estão inseridos”. As expressões citadas, aliás, constam também do acordo assinado entre o PSD e a Iniciativa Liberal, ipsis verbis, no outro documento que suporta o executivo açoriano. O deputado regional do Chega quer rever o acordo para incluir objectivos específicos na redução do RSI.
    Também na área da corrupção, sabe o PÚBLICO, tem causado mal-estar no Chega açoriano o adiamen
    to da criação de um gabinete contra a corrupção, previsto no Plano e Orçamento da região para 2021, mas que ainda não está executado. Acresce que o actual acordo foi assinado pelo anterior líder do Chega-Açores, Carlos Furtado, que, em Junho, saiu da liderança regional e se desvinculou do partido no parlamento açoriano, em colisão com André Ventura.
    Ontem prosseguiram as negociações entre o deputado regional do Chega e as forças que suportam o governo açoriano. Durante a tarde, por exemplo, Pacheco encontrou-se com João Bruto da Costa, líder parlamentar do PSD-Açores. Do lado do governo regional, tem existido abertura para acolher as posições do parlamentar do Chega.
    O Presidente da República falou ontem sobre o assunto e frisou que é o representante da República para os Açores quem “tem competência para intervir”. Seja como for, Marcelo Rebelo de Sousa garante estar atento: “Estou a acompanhar.”
    O tempo vai escasseando: na próxima segunda-feira começa a discussão do Orçamento da região para 2022. José Pacheco — e o próprio Ventura — remeteram a posição final da estrutura regional do partido para uma conferência de imprensa que se realiza hoje em Ponta Delgada. Até lá, permanece o quadro de incerteza.
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