Mês: Novembro 2021

  • FALTAM PROFESSORES

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    Obrigada, Carlos Santos.
    Quando julgava não ser mais possível o género humano superar-se na asneira, assim aconteceu…
    Aos professores tudo se exige, desde formação especializada a formação contínua, a avaliação humilhante, horários de trabalho selvagens e responsabilidades acrescidas para colmatar as enormes falhas de uma sociedade irresponsável. Mas, depois, propõe-se que, com o maior dos facilitismos, se conceda a qualquer cidadão diplomado o direito a ser professor.
    Mas, vindo de quem vem, não seria de esperar outra coisa. Quando se acha que alguém que nada tem a ver com o ensino nem percebe de Educação pode ser Ministro da Educação, não seria de estranhar que o mesmo considerasse natural pôr a dar aulas alguém que nada tivesse a ver com o ensino. Esta é a cereja em cima do bolo na passagem pelo ME de um ministro ausente, porque, veja-se só, o seu tempo não chegava para saciar uma certa e desmesurada afeição por desporto.
    Mas, o mais caricato é que a solução está ao alcance do olhar de todos. Se tratasse melhor e condignamente os que cá estão (no ensino) em vez de ir buscar licenciados para tapar os buracos que abriu, a coisa resolvia-se num instante. Haveria menos professores a abandonar a profissão, ou a pedir a reforma antecipada, e haveria mais jovens a quererem ser professores.
    Assim, como a incapacidade é muita, apagam o fogo com mais lenha para a fogueira. Num sistema repleto de professores desmotivados e exaustos pela sobrecarga de trabalho – sobretudo burocrático –, envelhecidos pelo enorme afastamento da idade para a reforma, mal pagos, sem nenhumas ajudas de custo e nómadas – fruto da instabilidade profissional –, vão querer acrescentar pessoas que nada têm a ver com a Educação que, na ausência de outro rendimento, virão para as escolas vender aulas ao baixo custo a que são pagas.
    No meio de toda esta insensatez, perdem os alunos nas suas aprendizagens.
    Mas o que interessa isso a gente que não entra numa sala de aulas há décadas, nada percebe sobre aquilo que se passa nas escolas e sobre a atividade profissional de um professor?
    Só é de lamentar que os pais – sobretudo, quem os representa –, contrariamente ao que sucedera noutras ocasiões em que se punham logo na primeira fila para a tirar a primeira pedra os professores, agora estejam tão calados perante tamanha aberração; pessoas que serão tão responsáveis pela degradação do ensino e da educação dos seus filhos, quanto os políticos que cegamente seguem.
    O delírio é tanto, achando que qualquer um pode ser professor, que em breve todo o edifício escolar construído por todos ao longo de décadas acabará por ruir na mediocridade em que se transformará a educação em Portugal.
    Mas, a rigor, há que perceber que todos estes que fazem currículo (e trampolim) às custas dos títulos de estado que envergam, não lhes interessa o modo como deixam ficar desarrumada a casa da educação depois de por lá passarem.
    Se o ministro realmente existisse, teria entendido qual o verdadeiro motivo de estar a agigantar-se o problema há muito anunciado da falta de professores; já teria admitido estar a ser altamente prejudicial à sanidade física e mental a sobrecarga de trabalho e a falta de autoridade e a dignidade retirada aos docentes; teria visto que existem professores que pagam para trabalhar, fruto das deslocações diárias ou das rendas de uma segunda casa nas terras onde são colocados; teria compreendido que a promessa de baixos salários agravados pela perda de quase 30% do poder de compra nos últimos 12 anos, afastaria os candidatos a uma vida penosa e mal paga; já teria percebido que, hoje em dia, só um insano opta por uma carreia que o atirará para longe da sua família durante décadas, com despesas de contexto avultadas, em troca de um salário indigno que, para um professor em início de carreira, já pouco difere do salário mínimo e que, para muitos professores contratados, descontando as despesas, fica abaixo do limiar da pobreza. Mas como a única pobreza dos nossos estadistas é apenas a de espírito e o nível de desconhecimento maior ainda, no meio de tanta incompetência, não tendo ainda conseguido destruir o ensino com a doença que espalharam, vão agora tentar acabar com ele com a cura que anunciam.
    Em todo o caso, seria de uma enorme desonestidade intelectual atribuir todas as culpas ao ministro pela sua inoperância ou pela atividade errante, pois os seus antecessores não foram menos brilhantes na tarefa de arruinar a educação.
    Só é de lamentar que sejam poucos aqueles que se aperceberam que o inexcedível espírito de sacrifício e de entrega dos professores foi o responsável pela sobrevivência da escola pública e pela melhoria da instrução de uma população, outrora, quase analfabeta. Só é pena terem falhado na formação de alguns…
    Alguém, em tempos, dissera ser triste a nação onde um dia seja mais bem pago um advogado do que um professor. E não é preciso ter olho clínico para encontrar nos nossos noticiários o estado calamitoso e imoral a que chegou uma nação recheada de advogados atarefados a salvar bandidos e de professores a passar mal para conseguirem exercer a sua profissão.
    Carlos Santos
    Luís Botelho and 5 others
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    • Leonor Bettencourt

      Excelente texto. Entretanto, dentro em breve, irei falar do acesso ao ensino ,em certo departamento da nossa Universidade e com o qual fiquei atónita.
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      • 15 h

  • falta construir o passeio

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    Av. D. Manuel I, sentido norte/sul.
    Os peões têm duas opções:
    – andar sobre a relva ou
    – caminhar pelo meio da rua!
    Não custará muito a construção de um passeio.
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  • rafael carvalho nomeado

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    Rafael Carvalho nomeado para os Azorean Business Awards
    O músico e compositor Rafael Carvalho, natural da Ribeira Quente, conhecido pelo seu trabalho ligado ao ensino e revitalização da Viola da Terra, está nomeado para o prémio “Cultura e Arte – Música”, da primeira edição dos “Azorean Business Awards”. Estão ainda nomeados, na mesma categoria, Maria Bettencourt e Sara Cruz.
    Rafael Carvalho tem um percurso pessoal e profissional ligado à Viola da Terra, desde muito novo. Começou a ensinar Viola da Terra aos 15 anos, na Ribeira Quente e continuou em várias Escolas de Violas. Desde 2008 que lecciona no Conservatório Regional de Ponta Delgada, como professor contratado. Já editou 3 livros do “Método para Viola da Terra”, usado no Conservatório, mas que tem ajudado músicos em várias partes do mundo a aprender o instrumento.
    De 2012 a 2021 já editou 6 álbuns de Viola da Terra, a solo, no intuito de divulgar e promover o repertório tradicional da Viola mas também trazendo música original sua para o repertório do instrumento. Soma, ainda, inúmeras colaborações musicais com vários artistas Açorianos, e não só, em concertos, residências artísticas e edições.
    Ao mesmo tempo, tem produzido inúmeros eventos de promoção e divulgação da Viola da Terra, há mais de uma década, como o Encontro de Violas Açorianas, Festival Violas do Atlântico, A Viola Que Nos Toca, Orquestra de Violas da Terra, Encontro de Escolas de Violas da Ilha de São Miguel, Comemorações do Dia da Viola da Terra, entre muitos outros.
    No intuito de se afirmar e calendarizar na agenda cultural da Ilha de São Miguel, a iniciativa “Azorean Business Awards” (ABA) nasce da vontade de desenvolver um evento com estratégias empresariais inovadoras em contexto local mas, com visão futura no alargamento dessas mesmas estratégias para um contexto participativo Nacional ou até Internacional, envolto numa correlação positiva entre convívio social com diversão e a responsabilidade social na recuperação económica do Arquipélago dos Açores.
    Para criar incentivo e orgulho nos nomeados, a organização está a desenvolver um exclusivo e original Prémio ABA, num total de 5 Prémios, com as seguintes nomeações a saber: PRÉMIO REVELAÇÃO – Melhor Ideia/Projecto com 3 nomeados; PRÉMIO RECONHECIMENTO -Melhor Associação com 3 nomeados; PRÉMIO CULTURA & ARTE – Música, 3 nomeados; PRÉMIO CULTURA & ARTE – Humor & Criatividade, 3 nomeados. PRÉMIO EMPRESA COM CARISMA – Homenagem, prémio decidido pela organização. As votações estão a decorrer em https://abawards.pt/nomeado/rafael-carvalho/.
    A cerimónia de entrega dos prémios decorrerá a 11 de Dezembro, na Quinta da Madeira Velha, na Povoação.
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    Filipe Alves, Jorge António Cunha and 18 others
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  • REVOLTA NAS ILHAS SALOMÃO

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    The Solomon Islands saw anti-government riots for a second day on Thursday as thousands of protesters swarmed the capital Honiara, setting fire to buildings in the city’s Chinatown.
    Eyewitnesses and local media showed images of buildings engulfed in flames and plumes of thick smoke billowing above the capital.
    The unrest defied a 36-hour lockdown declared a day after protesters attempted to storm parliament and topple Prime Minister Manasseh Sogavare.
    The prime minister said his government was still in control. (DW)
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    • Normano Gonçalves

      Não haverá “mãozinha” invisível na origem dos tumultos?
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      • 25 m
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  • PRINCÍPIOS, RECUSA PRÉMIO DE CINEMA DE TURIM

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    O diretor britânico Ken Loach rejeitou o prêmio do Festival de Turim, motivand com um comunicado amargo para os organizadores, mas consistentes com a vida e os ideais do artista.
    ′′ É com grande pesar – lê-se – que me encontro obrigado a recusar o prémio que me foi atribuído pelo Festival Torino Film, um prémio que seria honrado em receber, para mim e para todos os que trabalharam nos nossos filmes. Os festivais têm a importante função de promover a cinematografia europeia e mundial e Turim tem uma excelente reputação, tendo contribuído de forma evidente para estimular o amor e a paixão pelo cinema “.
    E prossegue ′′ No entanto, há um problema grave, ou seja, a questão da externalização dos serviços que são prestados pelos trabalhadores com os salários mais baixos. Como sempre, a razão é a poupança de dinheiro e a empresa que ganha o contrato reduz os salários e corta o pessoal. É uma receita destinada a alimentar conflitos. O facto de isso acontecer em toda a Europa não torna esta prática aceitável “.
    ′′ Em Turim – ainda escreve o diretor – foram externalizados para a Cooperativa Rear os serviços de limpeza e segurança do Museu Nacional do Cinema (MNC). Após um corte de salários, os trabalhadores denunciaram intimidação e maus tratos. Várias pessoas foram demitidas. Os trabalhadores mais mal pagos, os mais vulneráveis, perderam então o emprego por se opuseram a um corte salarial. Obviamente, é difícil para nós nos debruçarmos sobre uma disputa que acontece em outro país, com práticas de trabalho diferentes das nossas, mas isso não significa que os princípios não sejam claros. Nesta situação, a organização que contrata serviços não pode fechar os olhos, mas deve assumir a responsabilidade das pessoas que trabalham para ela, mesmo que estas sejam empregadas por uma empresa externa. Eu esperaria que o Museu, neste caso, dialogasse com os trabalhadores e seus sindicatos, garantisse a resumida dos trabalhadores despedidos e reconsiderasse a sua política de externalização.
    Não é justo que os mais pobres tenham que pagar o preço de uma crise econômica pela qual não são responsáveis “.
    ′′ Fizemos um filme dedicado precisamente a este tópico, ′′ Bread and Roses Como eu poderia – conclui Loach – não responder a um pedido de solidariedade dos trabalhadores que foram demitidos por lutarem pelos seus direitos? Aceitar o prêmio e me limitar a alguns comentários críticos seria um comportamento fraco e hipócrita. Não podemos dizer uma coisa na tela e depois traí-la com nossas ações. Por isso, embora com muita tristeza, me encontre obrigado a recusar o prêmio “.
    Achei importante trazê-lo de um artigo encontrado na rede.
    Obrigado Awisha Carolina Gentile
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    British director Ken Loach rejected the Turin Festival award, motivating it with a bitter communication for the organizers, but consistent with the artist’s life and ideals.
    «It is with great regret – it is read – that I am forced to refuse the award that was awarded to me by the Turin Film Festival, an award that I would have been honored to receive, for myself and for all those who have worked on our films. Festivals have an important function to promote European and global cinematography and Turin has an excellent reputation, having obviously contributed to stimulating love and passion for cinema.
    And it continues «However there is a serious problem, i.e. the issue of the externalization of the services carried out by workers with the lowest wages. As always, the reason is the saving of money and the company that gets the contract reduces due to salaries and cuts the staff. It’s a recipe designed to fuel conflict. The fact that this happens all over Europe does not make this practice acceptable».
    «In Turin – the director still writes – the cleaning and security services of the National Cinema Museum (MNC) have been outsourced to the Rear Cooperative. After a cut in salaries, the workers have reported bullying and mistreatment. Several people have been fired. The most underpaid workers, the most vulnerable, have therefore lost their jobs to oppose a pay cut. Obviously it’s hard for us to distract ourselves from the details of a dispute taking place in another country, with working practices different than ours, but that doesn’t mean that the principles are unclear. In this situation, the organization that provides services cannot close its eyes, but must take responsibility for the people who work for it, even if they are employed by an outside firm. I would expect the Museum, in this case, to have dialogue with workers and their unions, to ensure the re-recruitment of fired workers and rethink its own outsourcing policy.
    It is not right that the poorest people have to pay the price for an economic crisis that they are not responsible for.”
    «We made a film dedicated to this very topic, ‘Bread and Roses’. How could I – Loach concludes – not respond to a solidarity request from workers who have been fired for fighting for their rights? Accepting the award and limiting myself to some critical comments would be weak and hypocritical behavior. We can’t say something on the screen and then betray it with our actions. For this reason, although with great sadness, I find myself forced to refuse the prize.
    I thought it was important to me to report it from an article found on the web,
    Thank you Awisha Kind Carolina

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  • Teresa Martins Marques · AREIAS MOVEDIÇAS

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    AREIAS MOVEDIÇAS
    Lúcia chegou a casa no final de uma sexta-feira muito pesada. A manhã preenchida pelo voluntariado na APAV, depois, duas aulas no ISPA e, ao fim da tarde, o consultório. Continuava neste ritmo há vários anos, e a solução para abrandar seria aposentar-se como professora. Não podia sequer colocar a hipótese de abandonar o consultório, onde seguia vários casos complicados, e muito menos a APAV, onde as infelizes sorviam cada palavra de consolo.
    Acabava de ver anunciados os fatídicos números oficiais de mulheres assassinadas em Portugal. Apesar de todo o trabalho feito em colaboração com a Associação de Mulheres contra a Violência os números eram obscenos. A única resposta para os agressores está na polícia e nos tribunais, mas frequentemente as vítimas só tarde fazem queixa, as que a fazem.
    As mulheres do Monte da Caparica tinham em comum ameaças ou mesmo tentativas de morte. A Odete apanhou o marido a violar a irmã mais nova. Foi denunciá-lo à polícia, e teve de fugir de casa. A Maria levou anos e anos a levar pancada do marido bêbedo e foi a filha que a levou à esquadra. A Antónia era manipulada por um namorado violento que a obrigava a prostituir-se. A Marta vivia com um drogado que a sovava sempre que estava de ressaca. Mulheres de outro tempo, submissas?
    Mas o que dizer das gerações mais novas que, segundo inquéritos recentes entre universitários, entendiam que umas bofetadas durante o namoro não faziam mal a ninguém? O que lhes reservaria o futuro? Nem mesmo o presente lhes reservava alguma coisa, a não ser sofrimento. Lúcia recorda-se de ter ouvido uma história recente a uma amiga − a Margarida Braga Neves, também presenciada pela colega Isabel Rocheta − ambas professoras na Faculdade de Letras. Dirigiam-se ao conselho directivo, quando depararam com uma cena estranha ao fundo do corredor: caída no chão, uma aluna chorava convulsivamente e pedia para chamarem a mãe.
    − Isabel, ela deve estar a sentir-se mal! − Disse a Margarida, visivelmente preocupada.
    − Talvez tenha caído e se calhar não consegue levantar-se. Vamos ver o que é. − Respondeu a Isabel.
    Entretanto aproximaram-se outras alunas, intrigadas com o caso.
    − Desculpe, está a sentir-se mal? − pergunta a Margarida.
    Resposta nenhuma e o choro aumenta.
    − O que é que podemos fazer por si ? − diz a Isabel.
    Os soluços eram a única resposta. Entretanto, vem esbaforida a correr uma aluna, certamente avisada pelas outras:
    ¬ − Raquel! Não me digas que foi o João!
    A Raquel acenou afirmativamente com a cabeça e continuou o choro.
    A colega informa as duas professoras:
    − O João é o namorado ciumento que passa a vida a bater-lhe! Grande estupor!
    − Ela tem de fazer queixa na polícia! − Diz, indignada, a Margarida.
    − É claro que sim.− ¬ Corrobora a Isabel.
    − Isso é o que nós lhe dizemos todos os dias, mas ela não faz caso! Isto não pode continuar! Estás a ouvir Raquel, o que as professoras estão a dizer?
    Finalmente a Raquel parou de soluçar:
    − O João … o João não faz por mal… Ele gosta de mim, tem este mau feitio, daqui a pouco já está a telefonar-me a pedir desculpa. Deixem lá. Chama a minha mãe para me vir buscar − pedia à colega.
    A Margarida e a Isabel olhavam uma para a outra consternadas.
    − Isto é um círculo vicioso… − disse a Isabel.
    − Pois é. − Respondeu, com ar triste, a Margarida. Esta rapariga não imagina onde está a meter-se, porque isto vai ser cada vez pior!
    − Temos de ver se o namorado é nosso aluno. − Sugeriu a Isabel.
    − Como explicar-lhe que o silêncio a torna cúmplice do agressor? − perguntou a Margarida, com ar desanimado.
    É este o cículo vicioso da violência − pensava Lúcia, ao lembrar-se desta história. Só na primeira agressão é que esta rapariga foi vítima. Na segunda já foi cúmplice. Pelo silêncio, pela ausência de queixa na polícia. Pela frase fatídica : “ Deixem lá, ele logo me pede desculpa…”
    in Teresa Martins Marques, A MULHER QUE VENCEU DON JUAN, Áncora Editora, 2013.
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  • ILHA DAS FLORES

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    Ponta da Fajã,
    com chapéu cor-de-rosa
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    You, João Silveira, Fábio Mendes and 96 others
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