Mês: Novembro 2021

  • SANTA MARIA E OS INTERESSES

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    Texto de análise publicado nesta página em 2012. “Tudo como dantes, quartel general em Abrantes”…
    “Os interesses de Santa Maria ou a inércia consolidada …
    Sem dúvida alguma, existem interesses velados (por parte de quem, já todos sabemos) na destruição lenta e gradual das valências, das capacidades, de algumas instituições e da capacidade de resposta que Santa Maria já teve e de que necessita para que a sua economia não sucumba.
    Já todos sabemos que existem interesses dissimulados por detrás das repetidas desculpas, evocando a crise e a falta de verbas, para que não se mantenham infraestruturas que são essenciais em Santa Maria. Os serviços, que até há pouco eram o motor de grande parte da economia mariense, estão aos poucos a ser eliminados, ou a serem transferidos para S. Miguel. Não se criam novos serviços, novas empresas, não há respostas às necessidades da população da ilha. Cada vez mais quem necessita de algo tem que o procurar fora da ilha.
    Desde que foi criado o chamado “Grupo de Coesão” que esse desgaste se vem fazendo a coberto de “novos “ processos de gestão do arquipélago, de “inovações do desenvolvimento e da tecnologia” e da economia açoriana, com desculpas de mau pagador, vai-se atirando areia para os olhos daqueles que estão a sofrer na pele e assistem ao estertor da vida mariense, em prol do desenvolvimento de duas ilhas que são as principais desse Grupo de Coesão: S.Miguel e Terceira.
    Os interesses políticos são óbvios: Estas duas ilhas têm 2/3 da população total do Arquipélago, ou seja 75% do total dos votos dos Açorianos. Os restantes 25% encontram-se distribuídos por todas as outras ilhas.
    Há que não esquecer que em Outubro próximo terão lugar eleições para o novo Governo Regional. Santa Maria, que está na ponta esquecida do Arquipélago, será em breve, se a esta política não houver quem tenha a coragem de fazer frente, um satélite de S. Miguel.
    Não tarda que Santa Maria venha a ter o papel que a ilha do Porto Santo desempenha no arquipélago da Madeira, o de uma estância turística, ou a praia dos madeirenses ricos.
    Santa Maria será a estação de veraneio dos micaelenses.
    Será, para eles, muito fácil apanhar o barco e em poucas horas estar a gozar do descanso das areias douradas das praias marienses.
    Não irão de avião, porque estes serão escassos os que aterrarão em breve em Santa Maria. Sei que nos dias de hoje, já muitas das escalas técnicas estão a ser feitas em Ponta Delgada. Já nem para isso o grande e bem estruturado aeroporto de Santa Maria serve. Já serviu, mas nunca deixou de haver a “pedra no sapato” por parte dos diversos governos regionais por Santa Maria estar equipada com valências aeroportuárias que não existiam em S. Miguel.
    Chegaram os tempos da “vendetta” política. Tira-se Santa Maria do mapa. Os marienses, se quiserem algum serviço, compram um bilhete e vão a S. Miguel… é na economia da ilha vizinha que vão deixar o seu dinheiro.
    Santa Maria vai sucumbindo… os seus naturais, resignados e contagiados por um mal que é proveniente da inércia a que há muito se habituaram, limitam-se a constatar o seu morrer lento e a imaginar o que será no século XXI voltar ao ritmo lento que já existiu no início do século passado, naquela pequena ilha que um dia já foi tão grande.
    O isolamento de Santa Maria só é quebrado nos meses de verão, com o chamado turismo da saudade. A geração de emigrantes que vive no outro lado do Atlântico ainda tem laços e memórias que os fazem querer voltar ciclicamente, ano após ano, no mês de Agosto a Santa Maria. Matam saudades das gentes, de amigos e familiares que ainda por lá vivem, dos seus caminhos e da sua gastronomia.
    É o tempo do reencontro…por enquanto.
    Daqui a uns anos, poucos já serão os que a irão procurar, pois esta geração já não existirá e a geração seguinte, já não será chamada para voltar às suas raízes, pois os seus interesses são desviados para outros horizontes mais chamativos.
    Para que Santa Maria não morra, para que se trave este assassinato da nossa terra, é necessário que aqueles que a amam, que se encontram a viver lá e os que estão fora, se dispam de interesses partidários e individuais e se unam em prol do interesse principal que é o interesse económico, a seiva da ilha. Há que unir esforços, dar as mãos e lutar contra os interesses políticos de meia dúzia de dissimulados que com palmadinhas nas costas e sorrisos seráficos vão sugando o que podem, ditando a sentença de morte da nossa querida ilha.
    Talvez não fosse má ideia uma reflexão profunda, que as pessoas se juntem, se esqueçam das quezílias políticas e falem umas com as outras, que unam esforços e as suas capacidades e de uma única voz a façam ouvir e saibam como defender os interesses de Santa Maria que não são mais do que uma aposta real e futura nas pessoas e nas suas famílias.
    A ilha de Santa Maria é pequena, mas os marienses são muitos.
    Há que salvar a nossa ilha!”
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  • O enigma do arranjo geoestratégico | Artur Alonso – Incomunidade

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    “A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar” (Sun Tzu “A arte da guerra”) O pivô geopolítico Num artigo publicado, em 1904, para a Royal Geographical Society, Halford John Mackinder criou o conceito do pivô geopolítico, localizado na Heartland; um território focado no centro da Eurásia, estendendo-se do Volga ao Yangtzé e do Himalaia ao Ártico. O Estado que controlasse a Heartland teria acesso aos mares abertos do Atlântico, Pacifico, Índico, Mar Vermelho e Mediterrâneo. Controlando a Ilha Mundo, desde a Eurásia à África do Norte, dominando os Montes Urais e o istmo de […]

    Source: O enigma do arranjo geoestratégico | Artur Alonso – Incomunidade

  • poema de finados

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    2 de Novembro Dia de Finados
    Aos meus e aos vossos mortos
    Como é doce e terna a face eterna dos nossos mortos! Como é acolhedora a sua memória nas nossas vidas! Como podem eles tornar mais suave a passagem que nos levará ao seio onde habitam! Nestes dias de luto deixo-vos um poema de amor de Christina Georgina Rosseti (1830-1894) e uma foto do Dia de Finados em Díli no Cemitério de Santa Cruz da autoria de Machel Silveira.
    «Quando eu morrer, meu muito amado
    Quando eu morrer, meu muito amado,
    Não me cantes canções tristes,
    Nem plantes rosas sobre a minha cabeça,
    Nem ciprestes frondosos
    Que cresça, verde, à minha volta a relva,
    húmida da chuva e do orvalho,
    e se quiseres, recorda,
    e se quiseres, esquece.
    Não verei já as sombras,
    Nem sentirei a chuva;
    Não mais escutarei do rouxinol
    O dolorido canto;
    E sonhando à luz daquele crepúsculo
    Que não cresce nem mingua,
    Pode ser que eu me recorde
    Poderá ser que eu esqueça.»
    Trad. de Joana Ruas
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    You, Helena Olga Jesus, Rosely Forganes and 5 others
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  • a máfia da Caniçada

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    A CAUSA DAS COISAS
    A Máfia da Caniçada – 18 arguidos suspeitos de conluio para edificar seis moradias ilegais na zona protegida da Albufeira da Caniçada, em Vieira do Minho, serão todos submetidos agora a julgamento, decidiu a juíza de instrução criminal de Braga, não deixando a magistrada de criticar o sucessivo “jogo do empurra”, entre os acusados, procurando assim alijarem as suas responsabilidades, estando sujeitos além do mais a ver demolidas as seis vivendas clandestinas, a suas próprias expensas, caso sejam condenados, no julgamento, em Braga.
    Segundo a magistrada judicial, “estas pessoas e empresas de construção civil ‘empurram’ uns para os outros a autoria da obtenção dos documentos e das fotografias” junto de várias entidades, “sem que alguém assuma que instruiu por mão própria os requerimentos para os seus licenciamentos onde se verificaram todo o tipo de atropelos documentais e legais”.
    Agora o Ministério Público quer demolição das seis moradias, construídas ilegalmente na envolvente da Albufeira da Caniçada, na margem esquerda do Rio Cávado, em Vieira do Minho, acusando todos os 18 arguidos, pessoas e empresas, tendo a acusação do MP sido confirmada, esta semana, pela juíza de instrução criminal, em Braga, Ana Paula Barreiro.
    Um dos principais arguidos é o empresário Martine Pereira, muito conhecido como piloto amador de automobilismo, a par do antigo vice-presidente da Câmara, o advogado Pedro Álvares, e do anterior presidente da Junta de Freguesia de Louredo, em Vieira do Minho, António Lima Barbosa, uma notária, Susana Sousa, bem como dois técnicos superiores da Câmara Municipal de Vieira do Minho, o arquiteto João Pimenta e o engenheiro Nuno Cota, respondendo genericamente por violação de regras urbanísticas e por outros crimes.
    Dois engenheiros, José Rito e Luís Ferreira, a par de um arquiteto, Duarte Barros, todos ligados à elaboração de projetos para obras de moradias unifamiliares, estão acusados de violação de regras urbanísticas e de falsificação relacionados com as seis vivendas ilegais.
    Segundo o MP de Braga, os factos registaram-se no período compreendido entre 2008 a 2017, envolvendo a construção dessas seis moradias, na área envolvente da Albufeira da Caniçada, “violando normas legais de condicionante urbanística”, sempre com o mesmo truque, que é junto do Município de Vieira do Minho invocar a existência de edificações, antes do ano de 1951, única hipótese de contornar o plano de ordenamento da região, com fotos das supostas antigas casas, através de montagens fotográficas, quando na realidade tais casas eram de outros terrenos, num casos, em Rossas, no outro extremo do concelho.
    Terão sido violados, nomeadamente, o Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada (POAC) e procedimentos de intervenção imperativa de autoridades administrativas, como da Agência Portuguesa do Ambiente, da Entidade Regional do Norte da Reserva Agrícola Nacional e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, sendo que segundo a juíza de instrução criminal, Ana Paula Barreiro, a exceção prevista para os anos anteriores “permite de uma penada ultrapassar a intervenção de todas essas entidades e instrumentos jurídicos”, lesando, por isso, “a idílica e aprazível Albufeira da Caniçada”.
    Quatro sociedades comerciais com objeto social centrado no negócio imobiliário e outros quatro empresários ligados às mesmas, Martine Pereira, Fernando Neves, José Moreira e João Lopes, responderão pela acusação de crimes relacionados com construções ilegais, adquiridas, entre outros, por Paulo Högemann e Jorge Silva, tendo este processo criminal iniciado com denúncias dos Indignados de Louredo, secundadas pelo Bloco de Esquerda, tendo sido investigado pelas autoridades administrativas e judiciais, além da PJ de Braga, tendo resultado num total de 18 arguidos, entre cidadãos e empresas, da região do Minho.
    in: Jornal O Minho – https://ominho.pt/
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  • FUNERAL MAX STAHL

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  • poema para amanhã

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    in crónica do quotidiano inútil chrys c 1972

    I. 343.1. (dia de fiéis) (novembro 2, 1971)

     

     

    parado, com respeito de vivo

    por entre veneradores de memórias-saudade

    observo as faces humoradas das pessoas anónimas

    sinaleiros uniformizados regulam o trânsito

    param com um sorriso malicioso nas pupilas brilhantes

    com corpo de adormecer estrelas passa uma figura impante de formas

    os carros param, há comentários

    brilham sóis no sexo das pedras pisadas

    e lá dentro no cemitério do “eterno repouso”

    nem um só morto se moveu dentro do caixão.