Do ponto de vista informativo, a semana que passou ficou marcada por um episódio, que obrigou o CA a emitir um desmentido formal junto dos OCS.
As informações prestadas falam por si, e quando a realidade e os factos desmentem as palavras, dispensam-se críticas.
Há quase 1 ano e meio atrás o Mundo deparou-se com um novo vírus. Em reacção, quase todo o mundo fez um lockdown, com custos para a saúde humana que ainda desconhecemos. Todas as consultas que não foram feitas, todos os exames complementares que não foram realizados, todas as cirurgias que foram adiadas… qual o peso de tudo isto na morbilidade e mortalidade humana?
A postura deste CA, perante um ataque informático de contornos que estão em esclarecimento, um potencial fenómeno de elevado impacto nos nossos serviços, não poderia ser o de fazer uma espécie de lockdown e adiar o máximo possível, toda a actividade.
Não o poderíamos fazer!
Todo o médico no início da sua actividade profissional jura, como herdeiro de Hipocrates, “a Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação”. E é isso que todos os açorianos que servimos esperam de nós!
Por isso, nada mais nos restava que minimizar publicamente os efeitos do ataque informático, garantindo sempre que o HDES continuava a prestar os cuidados assistenciais, porque esta é a atitude mais responsável, esta é a atitude que melhor permitiria que os que servimos continuassem a confiar em nós, e não adiassem deslocações ao HDES, em consultas, exames, cirurgias. Bem sabemos como, tantas vezes, cada dia conta… Obviamente que o ataque ao sistema informático originou algumas rupturas pontuais, que exigiram um reforço do trabalho dos nossos colaboradores. Mas o facto, incontestável, é que a segurança dos utentes esteve sempre, como sempre está, nas prioridades de todos os profissionais desta casa, que tudo fizeram para a garantir. Nem podemos aceitar que se ataquem pilares desta instituição, como são os assistentes operacionais, alegando-se que possam extraviar resultados analíticos. É um ataque ao bom nome desta valorosa classe, desnecessário e injusto.
Saliento: alinhar numa mensagem de “caos” perante os nossos utentes é irresponsável, uma vez que isso poderia levar a que muitos utentes com actos médicos já marcados pudessem sentir-se desmotivados, aumentando assim o número de faltas, que já de si é naturalmente elevado – e de forma desnecessária, com aumento do risco para os próprios utentes e criando potencialmente mais problemas, para o HDES e todo o SRS, no futuro.
Não houve caos. Repito as vezes que forem necessárias.
Houve uma situação muito complicada – que ainda decorre parcialmente – que exigiu de todos um esforço redobrado, um empenho total e uma nova solidariedade entre todos. Não entender isto e alinhar por uma estratégia desleal de critica fácil, alarmismo gratuito e calúnia danosa para o bom nome de todos, em tempo de dificuldades acrescidas, é surpreendente e lamentável.