Mês: Maio 2021

  • OS TUGUS DE JACARTA

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    A aldeia da Indonésia onde se dança o Vira e se canta em Português
    A muitos quilómetros de distância, em Tugu, uma aldeia da Indonésia, há uma comunidade que descende de portugueses e que mantém vivas as suas tradições.
    1641, os holandeses conquistaram Malaca, na Indonésia, a Portugal, escravizando os sobreviventes portugueses e os seus descendentes. Alguns destes escravos foram levados para Jacarta, que foi rebatizada pelos holandeses com o nome de Batavia (nome que os romanos tinham dado à Holanda). Batavia tornou-se o centro de atividades da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Aos escravos portugueses vindos de Malaca, juntaram-se outros portugueses e descendentes, vindos da Índia, Ceilão e de outros destinos.
    Em Batavia, os holandeses tentaram ao máximo apagar as tradições portuguesas destes escravos, fazendo-os adotar nomes holandeses ou com sonoridade holandesa, e forçando-os a trocar o catolicismo pelo calvinismo. Estes escravos foram obrigados a viver num pequeno pedaço de terra situado a 10km do centro de Batavia, a que deram o nome de Tugu (Toegoe, em holandês), e que hoje se chama Kampung Tugu.
    Estes escravos foram libertados em 1661, passando a ser chamados de Mardijker, palavra que significa “libertos”. Curiosamente, é desta palavra que deriva a palavra indonésia para liberdade: merdeka.
    Apesar dos esforços holandeses, esta população conservou vários vestígios da sua herança portuguesa até aos nossos dias. Trezentos e setenta anos depois de os laços com o nosso país se terem cortado, a população ainda acarinha Portugal, um país do outro lado do mundo, mas que muitos consideram como seu.
    Não é fácil chegar a Tugu, a nordeste de Jacarta, capital da Indonésia. Mesmo ao fim-de-semana, o trânsito que liga à aldeia é caótico, devido à proximidade do porto de Tanjung Priok, o principal do país, com cerca de 430 hectares.
    Apesar dos inúmeros camiões que entopem a estrada principal, sente-se uma tranquilidade ao chegar a Tugu, um ex-líbris de Portugal. Junto ao cemitério e à igreja branca datada do século XVII, há um espaço aberto e arvoredo que lembra o centro de algumas aldeias portuguesas, até pelos idosos que por ali vão deixando cair o tempo.
    Esta reportagem que aqui lhe deixamos, de uma estação televisiva indonésia, é uma prova da herança portuguesa forte na Indonésia. A reportagem está em indonésio, contando com a intervenção em inglês do embaixador de Portugal em Jacarta e de uma leitora de português de uma universidade local.
    Apesar de não entendermos uma palavra da reportagem, só as imagens já são eloquentes o suficiente para percebermos o sentimento dos Tugus relativamente a Portugal:
    Falava-se o Papiá Tugo dentro da população, um crioulo de origem portuguesa muito semelhante ao Papiá Cristão que ainda hoje é falado em Malaca. Infelizmente, já ninguém sabe falar Papiá Tugu em Jacarta, com exceção de uma ou outra palavra avulsa. O último falante deste crioulo, chamado Jacob Quiko, faleceu em 1978. O Papiá Tugu apenas subsiste em alguns poemas e canções, como a canção que aqui lhe deixamos:
    Muitas músicas são ainda cantadas, apesar de já não serem entendidas. Como a Bastiana ou a Moresco, entre outras. A Contribuição de Tugu para a musica indonésia foi muito grande. A música nacional da Indonésia, o Krontjong ou keroncong, derivou das cantigas sonolentas e saudosas da aldeia de Tugu.
    O Cafrinho terá vindo com os indo-portugueses de Ceilão. E ainda hoje os melhores cantores de Krontjong continuam a ser requisitados da aldeia. É de notar que essa influência não se limitou ao estilo mas manteve-se também no vocabulário dos temas e nos instrumentos.
    Festival Kampung Toegoe 18-11-2008 ( MetroTV )
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  • SAUDADE DOS COLÓQUIOS BELMONTE 2019

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    Pedro Paulo Camara

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    Piki Pereira

    and

    Carolina Cordeiro

    .

    Um momento kodak para sempre recordar 😊

    Carolina Cordeiro

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    ,

    e

    . Gente muita boa!

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  • EM ALEGADO DIA MÃE

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    A MINHA MÃE ESTE ANO NÃO CELEBRA NENHUM DIA DA MÃE, NEM O NOVO NEM O ANTIGO COMO EU DANTES GOSTAVA DE RECORDAR

    582. dia da mãe #1, 5 maio 2013

     

    8 de dezembro é o meu dia da mãe

    mas calendários mudam-nos os políticos

    e mandam que seja hoje

    contrariado, obedeço

    para te dizer, mãe,

    errei quando te dizia

    não pedi para ser nascido

    bem hajas por isso

    valeu a pena ter vivido

     

    em 90 anos assististe a muita dor

    preocupações, canseiras e desgostos

    mas feliz de mim que ainda te dei

    netos, alegrias e vitórias

    livros, colóquios e memórias

     

    fica connosco para partilhares

    mais sonhos que tenho para te dar


    647. Dia da mãe fora de prazo, 4 maio 2014

     

    queria escrever um poema à mãe

    neste dia que decretaram ser dia dela

    mas não consigo esquecer o 8 dezembro

    e aliás é dia da mãe todo o santo dia

     

    queria escrever um poema à mãe

    a pedir desculpa pelo que fiz

    pelo que não disse e devia

    pelo que preocupei e não alegrei

    pelo que senti e não disse

     

    queria escrever um poema à mãe

    dizer da saudade dos afagos e ternuras

    sentir o conforto da infância

    viver o futuro que sonhaste

    apagar as tristezas do caminho

    as mágoas, dores e canseiras

     

    queria escrever um poema à mãe

    dizer palavras que nunca disse

    escrever esta partilha de amor

    lembrar os momentos protegidos

    as admoestações benignas

    mas nunca aprendi a dizer

    amo-te mãe

     

     



    À MINHA MULHER QUE TB É MÃE

     

    583. dia da mãe #2, 5 maio 2013

     

    maria nini de todos mãe

    hoje é o teu dia

    de filhos e filhas

    do marido também

    que não te sabia

    mãe destas ilhas

    que te querem bem

     

    mãe rima não tem

    pois mãe rima bem

    quando rima com mãe

    mãe é tão sublime

    que rima apenas com mãe

     

    maria nini de todos mãe

    disse um poeta

    mãe não tem rima

    é claro que rima tem

    com carinho e amor

    com este poema também

    com sofrimento e dor

    com beijos e lágrimas

    emoção, alegrias, cor

    mãe de rimas é cheia

    mulher das minhas folias

    até à última ceia

     

    maria nini de todos mãe

    cheiras a coco

    sabes a morangos

    nascida em lisboa

    casada em sydney

    trabalhas açorianidades

    neste mundo oco

    cheio de djangos

    maria nini de todos mãe

    distribuis felicidades

    enquanto canto teu nome

    até ficar rouco

     

    maria nini de todos mãe

    hoje é o teu dia

     

     


     

     

     

  • parabéns ÁLAMO OLIVEIRA

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    JOSÉ HENRIQUE ÁLAMO OLIVEIRA CELEBRA HOJE MAIS UMA PRIMAVERA E EM MEU NOME E NO DE TODOS OS ASSOCIADOS AICL ENVIO UM GRANDE ABRAÇO DE PARABÉNS

    O ESCRITOR E O AMIGO APRENDIZDEFEITICEIRO

  • VICTOR RUI DORES NO DIA DA MÃE

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    Caras e caros amigos das escritas e das cantigas
    Tomo a liberdade de partilhar convosco o link (abaixo) com o vídeo da canção “Dama d´ouros, rainha de mim”, música e interpretação de Filipe Fonseca e letra minha. Em Dia da Mãe, é esta a homenagem que queremos prestar à Mulher.
    Fiquem bem e recebam o meu abraço de mar
    Victor Rui Dores
  • 1 DE MAIO

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    1. eu canto do maio, maio 1, 2013

     

    eu canto do maio as mortes inúteis

    os deportados para timor

    o sangue derramado

    tudo o que se pedia eram 8 horas

    de trabalho, 8 de descanso e 8 de recreação

     

    eu canto do maio a memória de 1886

    do degredo, do cárcere, das torturas

    das manifes proibidas, das bandeiras

    vermelhas do sangue inocente

    sem olhar a partidos nem a pessoas

    apenas o direito inalienável

    ao trabalho, ao descanso, à recreação

    para que os novos fascistas de hoje

    não roubem essas memórias

    esses direitos, essas lutas

     

    eu canto do maio o dia do trabalhador

    hoje desempregado, sem-abrigo, doente

    nos novos gulags e campos de concentração

    sem grades nem gás mortal