CALCINHAS EM BAIXO E CALADINHOS, QUE VAMOS LEVAR NA BOLHA!
É de uma enorme injustiça aquilo a que temos assistido na cidade do Porto durante estes últimos dias. E para consolidar a coisa, fomos sujeitos a uma série de mentiras, de manobras de linguagem e hipocrisia que só podem causar repulsa.
1-Ainda não há três semanas que o Sporting se sagrou campeão. Multidões nas ruas.- Perante a indignação andaram os jornalistas à cata de responsabilidades. Em vão! Ninguém era responsável. Tudo terminou com a justificação de um ofício perdido que foi da PSP para a Câmara de Lisboa, ou vice versa, e o pessoal aceitou, conformadinho, a situação de risco que se viveu e, hoje, está associada, entre outros factores, ao crescimento da pandemia na região de Lisboa.
Os Leões celebraram a vitória à porta fechada, sem público no Estádio. O povo aceitou. Aceita sempre.
Por esses dias foi anunciada a final da Liga dos Campeões em Portugal, no Dragão, na cidade do Porto. Bom, desta vez, o nosso primeiro não veio proclamar que era mais uma homenagem aos profissionais de Saúde-
Mas iria ter público. Seis mil e tal adeptos. O povo perguntou qual a razão para haver público nesse evento e nos outros eventos desportivos serem à porta fechada?
2 – A resposta foi vaga e veio a final da Taça de Portugal entre o Benfica e o Braga. A ‘Festa do Futebol’ sobre a qual escrevi um post. Nem benfiquistas, nem bracarenses, nem sócios, nem adeptos entraram no estádio de Coimbra em obediência às ordens governamentais que impunham severo confinamento. E a ‘Festa do Futebol’ tornou numa final em prisão domiciliária. Foi há uma semana! Parece que correu muito tempo, mas não. Foi no último sábado.
3 – Esta semana, a senhora ministra Vieira da Silva veio fazer uma explicação muito pormenorizada sobre a final europeia. Surgiu a ‘teoria da bolha’. E soube-se que iriam estar no estádio do Dragão um número mais avantajado de adeptos. Mas que não haveria problemas pois vinham todos dentro de uma ‘bolha’ que rolaria do aeroporto até ao Estádio e, terminado o jogo, a ‘bolha’ correria até aos aviões.
Como é habito, mentiram mais uma vez. Os adeptos começaram a chegar a meio de semana, aproveitaram para conhecer aquela bela cidade e emborcar uns quilolitros e cerveja. E acho que fizeram muito bem. Mandaram o Governo levar na ‘bolha’!
Os reinantes caladinhos e uma briosa e competente Comandante da PSP ditou as regras. Mas a missão era impossível, como se viu.
4 – Dou de barato a festança dos ‘bifes’ na cidade Invicta.
5 – Afinal, no Estádio estavam para cima de 25 mil adeptos ingleses!!!
6 – O que me levou a perceber que o Partido, e o governo que o serve, estava nas tintas para quem cumpre regras. Nestes dias, jogam-se as finais de campeonatos portugueses em várias modalidades, com atletas portugueses e não há ‘bolha’ nem meia ‘bolha’. São à porta fechada e sem público!
7 – A realidade inventada, vendida e comercializada pelos reinantes, a alegria com que mentem, com que ludibriam, com que passam culpas ou fazendo que não sabem é a melhor forma de nos ir à ‘bolha’. Veja-se o ministro Cabrita que, ao ser questionado sobre a situação, declarou que não sabia de nada e esperava um bom jogo. Assim, com esta sobranceria.
8 – Tinha outra ideia da Ministra de Estado e, agora, também da ‘Bolha’. Afinal também nos finta com a mesma indiferença de muitos dos seus colegas.
9 – E pronto! Aqui estamos quietinhas, sossegadinhos, calcinhas em baixo, para, mais uma vez, levarmos na ‘Bolha’. Bem proclamava o velho Almirante: ‘O Povo é sereno’. Serenos demais, diga-se.