Mês: Março 2021

  • Luís Filipe Sarmento

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    85.
    De mão dada com a minha mãe, em 1960, pelas alamedas do sucesso previsto, que ela vivera, depois de tantos quilómetros em caminhos-de-ferro, prometera-me a luz do sonho, como previra a avó com o seu baralho cigano. Lisboa estava em casa, a música da saleta, os primeiros livros para colorir com água pela mão de minha mãe, que tinha um sorriso tão deslumbrante como o azul quente do céu. Deu-me tanta imaginação para brincar com as palavras em cubos de madeira onde cada face mostrava a estética pueril do pós-guerra. E a guerra continuava nas vozes de San Francisco que eu desconhecia. E eu sonhava com a possibilidade do mistério dentro de cada cubo. Alheio, no interior da minha infância, às guerras que os adultos exibiam com garbo, esquecendo o péssimo exemplo que manifestavam na educação de um novo tempo que urgia. A minha mãe divertia-se quando me animava, nos seus joelhos, que lhe contasse o meu segredo sobre o mistério que escondia o cubo com a letra A. E surgia toda uma mitologia dos brinquedos e de animais selvagens. A civilização ao longe ribombava em guerras fratricidas. As acrobacias das letras dos cubos em voos e cambalhotas que insinuavam outras letras e muitas histórias dos mistérios daqueles brinquedos gigantes e desproporcionados às mãos de uma criança de quatro anos; histórias tão infindáveis como o sorriso de minha mãe antes do dia da operação final em que a terra dos pesadelos a roubou ao meu sonho. Herdei o desenho do seu sorriso e projectei, só, em todas as noites, as infinitas histórias dos mistérios dos cubos de madeira colorido. Pouco depois, comecei a escrevê-las no meu esconderijo de um armazém que guardava os brinquedos de um carrocel de feira. Aqueles eram os meus deuses que tinham guardado a minha mãe na casa distante de outro sonho. Foram anos e anos sem a consciência que os adultos me queriam impor e onde nunca perdi a minha mãe de vista mesmo depois de morta na tranquilidade obscena de um cemitério. Durante estes anos criei em segredo um universo íntimo que fez temer aqueles que se ocupavam da minha guarda, sem perderem a ocasião do insulto fácil e inconsequente, como se eu fosse um ferido perdido no acaso dos dias ou um lamentável acidente familiar. Ao sorriso azul da minha mãe eu respondia-lhe com o sorriso das mãos que nunca cresceram nos meus sonhos. Mãos de cinco anos com a memória transparente que me ilumina desde então o sono para que o sonho aconteça a milhares de sonos-luz de distância, essa medida desconhecida de quem me recusava o sonho. Desde então, vagabundeio às portas do seu sorriso azul solar, esperando o néctar das suas palavras redondas, desenhadas dentro do meu silêncio, como os seus bolinhos de sabor tão bem guardado debaixo da língua. E ao tempo cedi-lhe a minha vocação imaginada já no baralho cigano da avó. Tudo numa época em que tu, Allen, chegavas a San Francisco para anunciar o nascimento vindouro de um tempo na dimensão secreta da palavra liberdade
    Luís Filipe Sarmento

    , «B.-A.», 2021

    Foto: José Lorvão
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  • R.I.P PROFESSOR FERREIRA DA SILVA

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    R.I.P PROFESSOR FERREIRA DA SILVA
    HOMENAGEM NA SUA PARTIDA
    Faltam palavras para evocar o Homem e o Cientista que honrou a Universidade do Porto e a sua Faculdade de Ciências. O Professor Doutor José Ferreira da Silva, personalidade com um vasto e importante currículo na área da investigação, cultura e ensino, deixou-nos ontem ao cabo de uma brilhante carreira de que destacamos alguns pontos mais relevantes:
    O Professor Doutor Ferreira da Silva foi Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, possuindo os Doutoramentos em Física e Engenharia Eletrotécnica pela Universidade de Leinden. Foi o responsável científico pela linha de investigação em Supercondutividade do Centro de Física da Universidade do Porto, atualmente integrada no IFIMUP (Instituto de Física de Materiais da Universidade do Porto).
    Regeu as disciplinas de Física para as Licenciaturas em Física e Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Biofísica para as licenciaturas em Medicina e Ciências do
    Meio Aquático, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e Biomecânica para os cursos da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, da Universidade do Porto.
    Publicou numerosos trabalhos científicos nas revistas da especialidade e artigos de divulgação em jornais e revistas periódicas, tendo sido membro dos Conselhos Científicos da Faculdade de Ciências do Porto e da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto.
    Foi “Referee” do programa “Science and Esprit” das Divisões XII e XIII da Comissão Científica das Comunidades Europeias. Colaborou em dois projetos comunitários de investigação sobre os novos supercondutores de alta temperatura crítica. Foi o responsável
    científico de um projeto nacional da Junta Nacional Investigação Científica e Tecnológica sobre estes novos supercondutores. Nesta linha de investigação, colaborou com as Universidades de Grenoble e Cantábria (Santander).
    Foi participante regular nas European Conferences on Applied Supercondutivity – EUCAS (em Edimburgo, no ano de 1995, e Veldhoven, na Holanda, em 1997) de cuja Comissão Consultiva
    Internacional fez parte. Colaborou na orientação científica de doutoramentos na área da Biomecânica e realizado ações de divulgação da Física em contextos interdisciplinares – Biologia, Medicina, Desporto – em Escolas Secundárias e diversas Universidades e Institutos de Ensino Superior.
    Foi presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto no biénio 1998-2000.
    Foi presidente da Comissão Coordenadora do Mestrado em Física para o Ensino e convidado a participar nas atividades culturais do ciclo “O Futuro do Futuro” – Linha da Matéria – integrada no programa “Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura”.
    Finalmente referiremos entre as suas últimas atividades, o interesse pela História e Filosofia das Ciências, que divulgou em numerosos colóquios, palestras e congressos. Era membro do Conselho Científico do CTEC – Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência/ Universidade Fernando Pessoa com quem regularmente colaborou como consultor, quer em colóquios quer em intervenções televisivas, com destaque para a série “Encontros Imediatos”, emitida na RTP2.
    O seu reconhecido mérito científico levou-o a obter uma homenagem pública durante o III Congresso Internacional “Fronteiras da Ciência”, subordinado ao tema “O Homem e o
    Cosmos”, realizado na Universidade Fernando Pessoa, no final de 2009, e enquadrado no Ano Internacional da Astronomia.
    Grato ao estimado colega Doutor Raul Berenguel pelo CV e pelo video da homenagem antes referida de que destacamos o frame que, mau grado a deficiente qualidade, serve para memorizar e divulgar publicamente às novas gerações o papel desempenhado por este notável investigador de pensamento aberto à novidade e à mudança de paradigmas em Ciência.
    Na foto: o Professor José Ferreira da Silva, com o autor destas linhas ao centro e o Professor Salvato Trigo, Reitor da UFP.
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    • Nas breves palavras de agradecimento, ilustradas na imagem acima, pela homenagem de que fora alvo, o Professor Ferreira da Silva ainda teve tempo para citar as investigações de Richard Haines, cientista do Ames Research Center, da NASA, sobre observações de objetos aéreos anómalos feitas por pilotos civis e militares. O que prova bem o interesse e a atenção que o prestigiado físico portuense devotava ao problemas dos “Não Identificados”. Coragem e caráter num verdadeiro homem de Ciência.
  • politicamente correto, femininismo e outros

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    Joao Paulo Esperanca

    added a new photo.

    Entretanto nos EUA:
    《It snowed last night…
    8:00 am: I made a snowman.
    8:10 – A feminist passed by and asked me why I didn’t make a snow woman.
    8:15 – So I made a snow woman.
    8:17 – My feminist neighbor complained about the snow woman’s voluptuous chest, saying it objectified snow women everywhere.
    8:20 – The gay couple living nearby threw a fit, and said it should have been two snow men instead.
    8:22 – The transgender man… woman…person asked why I didn’t just make one snow person with detachable parts.
    8:25 – The vegans at the end of the lane complained about the carrot nose since veggies are food and not used to decorate snow figures.
    8:28 – I was being called a racist because the snow couple is white.
    8:31 – The middle eastern guy across the road demanded that the snow woman be covered up.
    8:40 – The police arrived, saying someone had been offended.
    8:42 – The feminist neighbor complained again that the broomstick of the snow woman needed to be removed because it depicted women in a domestic role.
    8:43 – The council of equality officer arrived and threatened me with eviction.
    8:45 – A TV news crew showed up. I was asked if I knew the difference between snowmen and snow-women? I replied “Snowballs”, and I am now called a sexist.
    9:00 – I was on the News as a suspected terrorist, racist, homophobe, sensibility offender, bent on stirring up trouble during difficult weather.
    9:10 – I was asked if I have any accomplices. My children were taken by social services.
    9:29 – Far Left protesters offended by everything marched down the street demanding for me to be arrested.
    By noon, all the snow had melted.
    Moral: There is no moral to this story. It is exactly what we have become
    … all caused by Snowflakes.》
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  • creoulos portugueses na Ásia

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    Acabo de ver um filme filipino muito interessante – “Lola”.
    Às tantas, uma personagem diz para a ferik (senhora idosa): “Paciência, nona!”
    “Nona” nas Filipinas é tratamento vulgarmente atribuído a todas as senhoras de idade, sejam conhecidas ou desconhecidas.
    A origem desta palavra é “dona”, em português, e generalizou-se durante os 2 ou 3 séculos em que o português (ou uma mistura de malaio e português) foi a língua franca na Insulíndia.
    Esta palavra é ou foi muito usada em outros países asiáticos (Malásia, Índia, Indonésia, Timor-Leste, etc.) e também presente no léxico do patuá ou crioulo de Macau na variante “nhonha”, também comum a outros países.
    Em geral, essa palavra usa-se no sentido de “menina” (senhora jovem) ou “senhora” (de mais idade), conforme os países ou regiões.
    A certa altura do filme, numa cena de tribunal os atores passam a falar em inglês. Lembrei-me do recente artigo do Prof. Savage sobre o português em Timor-Leste e pensei: o que ganharam os filipinos em substituir o castelhano pelo inglês? Ficaram mais ricos? conquistaram a felicidade? Entraram para o 1º mundo? Pararam de emigrar?
    Os timorenses sabem as respostas a estas perguntas todas e, tal como os filipinos continuam a dizer “Paciência, nona!” e a comer “chorizo” ou “adobo”, Timor continuará a querer manter a língua portuguesa como sua, sabendo que a felicidade ou a riqueza não se ganha simplesmente falando a língua A ou B. Não só não se ganha nada, como se perde a identidade – aquilo que nos distingue dos outros.
    Uma última nota para a tradução do filme. Tendo sido feita a partir da tradução para a língua inglesa, portanto uma tradução em 2ª mão, são inevitáveis alguns problemas:
    A certa altura uma personagem fala em “pasta de camarão”. Trata-se da tradução literal do inglês “shrimp paste”, a evitar. Em português a palavra é “BALICHÃO”, bebida diretamente do malaio “balchan”.
    Espero que esta chamada de atenção possa ser aproveitada por algum tradutor, já que há um grande número de vocábulos culinários de origem asiática que enriqueceram a língua portuguesa, mas são desconhecidos dos portugueses europeus que não têm nenhum contacto com a Ásia. É o caso de LACASSÁ, SUTATE, etc.
    O intercâmbio luso-asiático na culinária está bem retratado neste artigo, que fala essencialmente no caso de Macau:
    Luso-Brazilian Studies: Food and Identity in the Macanese Fiction of Henrique de Senna Fernandes
    LUSO-BRAZILIANSTUDIES.BLOGSPOT.COM
    Luso-Brazilian Studies: Food and Identity in the Macanese Fiction of Henrique de Senna Fernandes
    This blog is devoted to the cultures and histories of countries and regions in the world where Portuguese is spoken, or where there are Portuguese cultural residues. It contains a selection of my own critical writing on the subject, some of which is work in progress, as well as translations and lin…
  • o porto da Horta

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    (Artigo meu publicado, nesta data, no “Tribuna das Ilhas”, da Horta).
    OS “VELHOS”, OS “CEGOS”, OS “SURDOS”, O FUTURO E O PORTO DA HORTA!
    Há muitas pessoas que sabem que eu tenho enormes reservas ao projecto de construir, dentro da bacia da doca principal do Porto da Horta, um extenso molhe, com quebra mar virado para a doca. Sabem-no porque fui um dos proponentes de uma Petição sobre este tema, dirigida à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores; sabem-no porque, no âmbito da actividade autárquica da CDU/Faial, levei, em vários momentos, à Assembleia Municipal o debate de Votos e Moções muito críticas sobre esse projecto, que foram todas aprovadas; sabem-no porque apoiei uma Reunião Extraordinária da Assembleia Municipal sobre esse assunto.
    A raiz deste problema está no facto da orientação dada à nova doca norte, quase perpendicular à ponta da doca principal, ter criado um sério problema de projecção de forças reflectidas para a bacia da doca principal, especialmente quando temos dias seguidos de mar com vagas de grande período, que geram no cais comercial (doca antiga) uma fortíssima instabilidade e que levam essa instabilidade às marinas norte e sul e a toda a parte sul da bacia da doca. Todos já vimos vídeos de navios porta contentores atracados, mas a mexer tanto, que não podem descarregar ou carregar contentores. Muitos de nós já vimos, ou tivemos notícia, de navios a rebentar espias na doca, por acção dessas forças. Já tivemos notícia de iates de recreio grandes terem saído apressadamente da doca com receio de terem prejuízos se continuassem atracados.
    O reordenamento da doca principal precisa de ser feito, mas não pode ser feito à custa da diminuição da operacionalidade de todo o espaço. O actual projecto de meter dentro da doca, outra doca, para acabar com a agitação nas marinas e na zona de pesca, ignora o efeito que mais esse obstáculo terá em grande parte da doca comercial e ignora, porque nem foi estudado, o efeito ambiental na água de uma extensa zona que passaria a dispor apenas de uma entrada de 50 metros. Os dois projectos anteriores foram recusados e este, do mesmo projectista, estará a ser estudado, mas não se sabe com que dados, uma vez que as bóias do projecto CLIMAT da UA, que iriam ser postas para obterem dados actuais, nunca foram vistas.
    Anda agora por aí um “falador institucional” que chamou, aos muitos que têm esta posição e estas preocupações, “velhos do Restelo”! É evidente que estes “velhos” podem apelidar como “cegos” esses que dizem que não há problema nenhum, quando vários deles são confrontados todos os dias com esses mesmos problemas; podíamos apelidar como “surdos” esses outros que defendem que, bom ou mau, este projecto tem que ser executado, “porque é preciso entrar dinheiro nesta economia”. Eu, a generalidade dos subscritores da Petição e muitos outros cidadãos, preferimos não esquecer, nem um minuto, que outras e ainda mais gravosas asneiras feitas no interior do nosso porto artificial, pode levar à sua liquidação como porto de fundamental importância para a Região em várias áreas e especialmente na área da náutica internacional de recreio, que o escolhe massivamente como porto de escala na travessia. Esta obra não pode comprometer o futuro!
    As obras em terra devem avançar, as obras nos equipamentos flutuantes das marinas devem avançar, as obras no espelho de água não podem avançar, sem que se perceba como é que se pode neutralizar ou diminuir a nova instabilidade na doca sul que surgiu só depois de ter sido construída a doca norte, com esta absurda orientação, tão absurda que até parece que foi de propósito!
    O espaço que me está atribuído não permite que desenvolva aqui muitos argumentos, mas recomendo aos interessados que leiam o texto da Petição e as Moções e Votos aprovados pela Assembleia Municipal.
    Horta, 8 de Março de 2021
    José Decq Mota
    Chrys Chrystello
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  • O devastador efeito da solidão na saúde dos idosos

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    A CAUSA DAS COISAS
    O devastador efeito da solidão na saúde dos idosos
    O avanço da medicina e a maior conscientização sobre cuidados com a saúde foram alguns dos principais fatores que promoveram grande aumento da expectativa de vida na maior parte do planeta.
    Mas se por um lado o fato pode ser celebrado, afinal, a busca pela longevidade sempre foi algo perseguido pela humanidade, por outro gera uma espécie de efeito colateral na população mais idosa: a solidão.
    O avanço da idade naturalmente exige cuidados extras com alimentação, movimentação física e acompanhamento médico, mas pouco se fala sobre o impacto social e psicológico sobre os mais velhos. A relação entre saúde mental e problemas físicos, porém, já foi comprovada pela ciência.
    Estudos apontam que a solidão entre idosos possui uma ligação com um número maior de doenças crônicas, por exemplo. O isolamento social é capaz, em casos mais graves, de elevar as chances de morte em até 14% entre pessoas com faixas etárias mais avançadas.
    Isso ocorre porque o estresse causado pela solidão pode levar, entre outras coisas, a inflamações celulares que comprometem estruturas do organismo e interferem no sistema imunológico, deixando o corpo mais suscetível a doenças.
    Além disso, há pesquisas que afirmam que a solidão na terceira idade pode ser tão prejudicial quanto o tabagismo ou o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Estima-se que o sentimento de isolamento aumenta em quase 30% os riscos de doenças coronarianas e acidentes vasculares.
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  • A EMBAIXADA ENVIADA POR D. MANUEL I AO PAPA LEÃO X.

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    A 12 de março de 1514, os habitantes de Roma acorrem à rua para ver passar um desfile monumental: A EMBAIXADA ENVIADA POR D. MANUEL I AO PAPA LEÃO X.
    Clique na imagem para ler este artigo no magazine sem fins lucrativos O Leme.
    Embaixada enviada por D. Manuel I ao Papa
    LEME.PT
    Embaixada enviada por D. Manuel I ao Papa
    História de Portugal
  • história antiga de Santa Maria, Açores

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    O SUL, A Fajã de Pedro Velho.
    Em tempos recuados o lugar que hoje conhecemos como Sul denominava-se Fajã Pedro Velho, por ser esse o nome do dono de aquele lugar. Pedro Velho era descendente de um sobrinho de Gonçalo Velho Cabral. Mais precisamente era neto de Nuno Velho Cabral Travassos e Melo (nasc. 1451), filho de Violante Velho Cabral irmã de Gonçalo Velho. Nuno Velho veio ainda criança para Santa Maria acompanhando o seu tio materno Gonçalo Velho.
    Do segundo casamento de Nuno Velho com África Anes nasceu Duarte Nunes Velho – pai de Pedro Velho que viria a dar o seu nome à fajã que hoje conhecemos como o Sul.
    Pedro Velho no seu testamento feito a 10 de Julho de 1587 ordena ser enterrado na igreja matriz na capela do Bom Jesus edificada pelo seu pai e vincula a terça dos seus bens em beneficio da sua alma nomeando administrador do vinculo o seu filho padre José Pimentel Velho. Este filho foi ouvidor eclesiástico em Santa Maria.
    A primitiva ermida de Nossa Senhora da Piedade na Malbusca foi por ele mandada edificar na propriedade que herdara de seu pai. Apesar desta ermida já não existir o local da antiga edificação está assinalado com uma cruz de pedra.
    O Padre José Pimentel Velho fez testamento a 6 de Maio de 1594 e mais tarde a 7 de Março de 1630 doou os seus bens a Bárbara Velho, casada com Estêvão Dias de Bulhões, “doou também uma escrava Ana, e Maria sua mãe, e Cosme, escravo baço, recomendando que não os vendam e os tratem bem.”
    Um neto de Bárbara Velho, Padre Bartolomeu de Bulhões por escritura de 18 de Janeiro de 1674, viria a ser o proprietário das terras doadas pelo Padre José Pimentel Velho à sua avó, que incluíam a Malbusca, Sul, Zimbral e casas sobradadas na rua Direita de Vila do Porto (actual Rua Frei Gonçalo Velho).
    Bartolomeu de Bulhões mandou edificar a ermida de Nossa Senhora da Boa Morte na Fajã Pedro Velho. Em 1886 essa ermida seria construída no lugar do Panasco porque a primitiva, demasiado próxima do mar, fora destruída por um temporal.
    You, Luís Botelho and 41 others
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    • É bom saber um pouco da história da nossa ilha. Gostei imenso. Obrigado a quem publicou.
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  • (15) Mentores – “Estrela da tarde” + “No teu poema” + Canoas do Tejo” | The Voice Portugal – YouTube

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  • Exames do 9.º ano e provas de aferição canceladas

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    Exames do 9.º ano e provas de aferição canceladas
    VOZPROF.COM
    Exames do 9.º ano e provas de aferição canceladas
    O Ministério da Educação decidiu cancelar as provas de aferição, no 2.º, 5.º e 8.º ano