Mês: Março 2021

  • José Gabriel Ávila · O negócio das vacinas (Crónica Rádio Atlântida)

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    O negócio das vacinas (Crónica Rádio Atlântida)
    O rolar do tempo trouxe-nos a mudança de estação.
    Com receios mais que fundados, a Primavera surpreendeu-nos com perfumes da natureza, desabrochando e florindo. Bem precisamos de novos ares, pois confinados a regras pesadas, os benefícios sanitários estão difíceis de surtir efeito.
    O certo é que o rolar dos dias não pára. Os que temos mais idade, enclausurados em quatro paredes e a alguns milhares de passos ao ar livre, perdemos o gosto em visitar as ruas da cidade, em tomar pulso ao dinamismo social, em poder visitar amigos, em conviver e alimentar a amizade e a esperança, não vá o diabo tecê-las e enviar-nos para uma enfermaria do hospital.
    Esperávamos que a primavera deste ano nos trouxesse os frutos do trabalho aturado de tantos cientistas que, dia e noite não descansaram para encontrar uma vacina, para combater o maldito vírus que atacou a nossa vida.
    A descoberta aconteceu, mas foram, por ironia do destino, esquecidos os homens e mulheres que tanto investigaram para que milhões de pessoas pudessem resistir e salvar-se…
    Em seu lugar, fala-se à boca cheia, dos laboratórios e das empresas que produzem as vacinas já aprovadas e que vão ganhar milhões e milhões com as patentes…
    Enquanto milhares e milhares de pequenas empresas sucumbiram face ao sars-cov-2, e milhões de desempregados perderam o emprego, aí está o maior negócio dos anos 20 deste século – o negócio das vacinas.
    Em volta dele desencadeiam-se guerras comerciais, “fake news” -falsas notícias, sobre graves efeitos secundários desta ou daquela vacina – como se qualquer medicamento não tivesse efeitos secundários negativos…
    A guerra das vacinas no seu melhor, em benefício dos grandes laboratórios de medicamentos, em prejuízo da saúde dos povos mais vulneráveis.
    Já se percebeu que este tempo cavará um fosso ainda maior entre ricos e pobres, entre países desenvolvidos e sub-desenvolvidos, sem capacidade para investirem na saúde da suas populações.
    A nível global, se não funcionar a solidariedade internacional reclamada pelo Secretário Geral da ONU António Guterres, às pequenas comunidades tarde ou nunca chegarão as vacinas.
    Nós por cá aguardamos que as migalhas caiam da mesa dos ricos, e mesmo sendo região ultra-periférica da União Europeia, poucos farão caso da nossa pequenez e indigência.
    É que não passamos de um pontinho, quase invisível no mapa no meio do Atlântico e só valemos como porta-aviões, quando os poderosos aliados o querem.
    Tem sido sempre assim, durante os 500 anos de vida nestas ilhas.
    Pergunto: não haverá remédio para esta terrível doença do isolamento que atrofia a grande dimensão da nossa zona económica exclusiva? Ou o mal está em nós que nos habituámos a estender sempre a mão, como agora acontece com as vacinas, e não lutamos para defender e reclamar os nossos direitos e a nossa dignidade, junto seja de quem for?
    Como Ciprião de Figueiredo dizia: Antes morrer livres que em paz sujeitos!
    José Gabriel Ávila
    jornalista
    22 março 2021
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  • Cronica-387-fim-a-discriminacao-a-gramatica-e-sexista-

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    esta e anteriores em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

    Crónica 387 Fim à Discriminação, A Gramática é Sexista 21.3.21

  • ADORO ROTTNEST ISLAND WA AUSTRALIA

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    ESTE É O QUOKKA…

    May be an image of animal and outdoors
    It’sfinallyFridayinourbeautifulregionandthatiscertainly a reason to smile likethislittleguy! 😀

    Happinessiscontagiouson

    RottnestIsland, Western Australia

    , home to ourfavourite marsupial theQuokka, thispreciouspictureradiatesexactlytheenergywewant to take intothisweekend! 💗

    📷 the_traveler_l_f (IG)

    Já a ilha Rottnest é um polo intenso de turismo com a antiga prisão convertida em pousada. Dispõe de parques de campismo, e pequenos cafés. Com o seu imponente farol branco Bathurst, RottnestIsland é um dos lugares mais bonitos de Perth. A ilha fica a 20 km do porto de Fremantle. Além de abundante vida marinha, podem ver-se diversos marsupiais, focas, gaivotas e bancos de corais com milhares de peixes coloridos. As pessoas não usam carros, andam a pé, de bicicleta ou de autocarro, embora estes não possam deslocar-se a todos os locais. A ilha tem animais estranhos, que parecem pequenos cangurus, e pulam como eles, trata-se de um roedor, parecido com o esquilo, porém maior, o Quokka (Setonixbrachyurus) que é nativo da ilha. Além destes, também há pavões soltos pela ilha.

     

    JÁDORMINAANTIGAPRISÃOORACONVERRTIDAEMHOTEL…

  • Norberto Ávila A PAIXÃO SEGUNDO JOÃO MATEUS (Romance Quase de Cordel)

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    A PAIXÃO SEGUNDO JOÃO MATEUS (Romance Quase de Cordel)
    Romance (2004 a 2006)
    Numa viagem à Califórnia, para o lançamento do seu álbum fotográfico “As Fajãs de São Jorge”, Norberto Ávila teve a ideia de um encontro fictício com João Mateus, em Tulare, onde o também fictício poeta popular terceirense estaria radicado, então com 80 anos. Este romance é, portanto, uma rememoração de como João Mateus teria escrito A PAIXÃO e a representou durante oito anos.
    Recordamos na íntegra uma das Histórias Intrometidas que compõe a obra, com o título:
    [De como João Mateus viu o Otelo de Shakespeare em San Francisco]
    Disculpe esta interrupção. Era o Michael, a prèguntar se já tinha chigado o mê cunterrâneo, e a deixar-le as buas-vindas. É um rapaz munto delicado e atencioso. Munto sociávle. Sai ò pai (Dês le dê Céu!), o Tony Corvelo, que tendo nacido na Serreta, emigrou inda pechinchinho pra estas Calefórnias e acabou pro casar na Treceira co’a minha Deonilde. Mãs isto pra dezer qu’o Michael ficou d’apar’cer amenhã de menhã, por essas onze (i)horas. E vai ficar cunnosco inté ò domingo à noite. Certamente que o sinhor vai gostar de conhecê-lo. Tant’ mais qu’estes assúintos de que temos istado a cunversar nã le são de todo indif’rentes.
    Arrecordo-me de que há pouco menos de 10 anos, – acabava (i)eu de fixar-me nos Istados Unidos e ele istudava aiinda num colégio aqui de Tulare –, luvou-me no sê carro a San Francisco. Fomos antão a um teatro munto grande – ei tal mistério! – a ver uma peça cuijo nome agora m’iscapa. Q’alquer coisa treminada im …elo?
    Imbora ê nã precebesse nada d’inglês (que hoije semp’ vou apanhando o suficiente prò dia-a-dia), ficou-me a ideia de que seria um inredo deveras comovente e inté revoltante, pla situação de inju’tiça a que é sujeita uma das feguras princepais. (Esta Paixão, mal cumparando, que aqui tenho sobre os joeilhos, tamém num é mais qu’a denúncia duma grande, enorme inju’tiça. Mãs adiente.)
    Pois olhe o sinhor que era a hestória duma jovem sinhora, munto loira e munto linda, que se apaixona por um hóme um tanto iscurote da pele (creio que lá dessa gente das Arábias ou das Moiramas). Hóme munto expedito nas armas, ao que parece, e que amava predidamente aquela jóia d’isposa. E num é qu’entr’ambos s’atravessa o estepor dum marmãinjo, cum intrigas indecentes, a prepósito do cumportamento da sinhora, que a pouco e pouco vão invenenando o coração do marido! E porque vira e porque torna, e porque torna e porque deixa!, e porque ela tinha predido um lincinho qu’ ele le of’recera, cum uns morangos bordados, (isto me ia cochichando o mê neto, de vez im quando), e unde é que está o lenço?, unde é que meteste o lenço?, a quim foi que deste o lenço?, sua esta e sua aquela. (Parece inté que le chumava um nome munto feio, vailha-me Dês.)
    O que é certo é que, lá mais prò fim da peça, já a linda sinhora se pruparava pra se deitar, já tinha rezado as suas orações, o que havia de dar na cabeça ò malino do marido ciumento? Deitar-le as mãos ò piscoço e estrafegá-la, cego de raiva, e, pra mais ajuda, suvocá-la cum uma aumofada.
    Pois semp’ le quero dezer que, no final de contas, o intriguista mata a própia mulher (que era dama de cumpanhia da virtuosa sinhora estrangulada). O desvairado melitar da pele iscura (general, se bem m’alembro), fere co’a ispada o intriguista e, òspois duma longa fala im que par’cia mais tranquilizado, eis que puxa o punhal da cinta e, num zape, suicida-se ali mêmo, à frente de nã sei q’antos mortos e de nã sei q’antos vivos, e cai, a seluçar, sobre o corpo da pobre isposa inocente!
    Fichada a cortina, reaberta a cortina, reaparécim, dubaixo de luzes fortes, todos aqueles mortos, agora “ressu’citados”, e vêm todos, cum os que iscapárum à carnifecina, agardecer os aplausos retumbantes d’assistença. Ei, tais istrondos d’intusiasmo! (Que, pansando bem, – e se me premite a cumparação –, nim eu nim a minha gente nos pod’remos queixar do acolhimento que, ò longo daqueles oito anos – oh que soidades! – o povo da Serreta e de oitras freguesias se dignou duspansar-nos!)
    Consulte a sinopse da obra e a transcrição de outras duas Histórias Intrometidas no site do autor, em: https://bit.ly/3quQnKO
    May be an image of text that says "ROMANCE NORBERTO ÁVILA do A PAIXÃO SEGUNDO JOÃO MATEUS (Romance Quase de Cordel) Um romance que tem como assunto principal a peça de teatro APAIXÃO SEGUNDO JOÃOMATEUS com a qual o mesmo o autor havia homenageado a criatividade popular da sua ilha Terceira. norbertoavila.eu"
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  • Why a V-shaped plane may make a whole lot of sense

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    The Delft University of Technology and KLM Royal Dutch Airlines have announced a plan for a striking new plane.
    Why a V-shaped plane may make a whole lot of sense
    BIGTHINK.COM | BY BIG THINK
    Why a V-shaped plane may make a whole lot of sense
    When it comes to climate change, today’s airplane pollution is a real problem.
  • Greater Adria: Lost continent discovered in the Mediterranean – Big Think

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    Most of it was eaten by Earth’s mantle, but scraped-off bits survive in the Alps and other mountain ranges.

    Source: Greater Adria: Lost continent discovered in the Mediterranean – Big Think