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O estado da saúde em S. Miguel!
“Seja bem-vindo a mais um espaço dedicado à saúde da região.
A saúde é uma área primordial nos dias que correm. O bem-estar físico aliado a um bem-estar mental contribui de sobremaneira para o enriquecimento da população a vários níveis. Uma população saudável contribui para um elevado nível de autoestima da região o que se traduz numa maior produtividade, assim como num ambiente familiar mais enaltecido.” (…)
É este o primeiro parágrafo do “chavão” que a Secretaria Regional da Saúde e Desporto, no Portal do Governo Regional dos Açores, dá as boas vindas aos Açorianos!
Fiquei satisfeitíssimo, ou melhor dito, revoltado, com tal “chavão”! Sim, porque daqui à realidade vai uma distância de muitas milhas náuticas!
Poderão até dizer-nos que tomaram posse há pouco mais de um mês e meio, é verdade; no entanto, não poderão dizer-nos que não sabiam do estado da saúde na Região e, concretamente, na ilha de S. Miguel. Enquanto foram oposição, tinham um deputado, médico, que andou em todos os Centros de Saúde e Hospitais a apontar problemas e propostas para resolução destes mesmos problemas, ou seja, o diagnóstico estava feito por quem percebia da poda!
Revolta esta mensagem da forma como está redigida, diria que se aplica bem aquela velha expressão: “faz o que eu digo, não faças o
que eu faço”! O Governo sabe o que se está a passar em S. Miguel, residência de cerca de sessenta por cento da população dos Açores, mais concretamente, no Hospital do Divino Espírito Santo, onde aquela mãe, que tem uma filha de tenra idade, doente oncológica, desespera à espera da consulta, do exame de diagnóstico, que poderá fazer a diferença na vida da sua filha e nada lhe dizem; milhares de cidadãos viram as suas consultas, cirurgias, exames de diagnóstico adiados “sine die”, por falta de médicos especialistas nas áreas de anestesia, urologia, dermatologia, medicina interna, neurologia, pneumologia, oftalmologia, neurocirurgia, cirurgia-plástica, cirurgia-vascular e cirurgia-facial.
Em suma, um Hospital que não garante “o bem-estar físico aliado a um bem-estar mental” dos doentes Micaelenses. Um hospital onde os Micaelenses não dão credibilidade à sua administração, um hospital onde há especialistas que não entram enquanto lá estiveram determinados Directores de Serviço, um hospital que está moribundo e precisa urgentemente de entrar nos cuidados intensivos de forma a dar resposta ao fim nobre para que foi destinado, dar vida, dar saúde aos Açorianos!
Nesta área o Governo não tem os tão falados “cem dias de graça”! Estamos a falar de saúde, onde um dia pode fazer a diferença entre a vida e a morte do doente. Na saúde, os Micaelenses e todos os Açorianos exigem acção e não inacção!
Não tranquiliza em nada, este silêncio sobre o HDES, até pelo contrário, só vem inquietar os milhares de cidadãos que esperam e desesperam por uma resposta. O que pensa o Governo Regional da administração deste hospital? Qual o plano para dar resposta a estes milhares de doentes? Como afirmam “a saúde é uma área primordial nos dias que correm”… Será?
(
Carlos A César
– Correio dos Açores de 05/01/2021) — with
Carlos A César
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- Totalmente de acordo com o que escreveu, de facto o Hospital está muito mal ninguém se entende, há falta de especialistas em muitas áreas, espero há quaise 2 anos por uma cirurgia á vista como eu há muitos
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