É apresentado hoje publicamente o compromisso para uma coligação PSD-CDS-PPM com o objectivo de constituir um Governo Regional nos Açores. Os três partidos conseguem, assim, uma maioria alargada de deputados na Assembleia Legislativa Regional.
O PS, embora tenha sido o partido mais votado, só conseguiu maioria relativa, pelo que passará para a oposição, uma oportunidade para se reencontrar com a sua matriz socialista em grande parte há muito perdida, recuperar o seu património de força política democrática e fazer uma reflexão sobre as razões que conduziram à presente situação.
Durante os últimos quatro anos, o PS e o Governo Regional dos Açores socialista escaparam ao diálogo o mais que puderam, manifestaram tiques autoritários, trataram a oposição muitas vezes com sobranceria política, não resolveram muitos problemas existentes, criaram novos problemas e preparavam-se para introduzir no regime autonómico regional uma solução “dinástica” completamente absurda.
O povo cansou-se disso tudo e de muito mais, pelo que colocou o PS em minoria, embora sendo o partido com mais deputados. Ou seja: foi o PS, transformado ilegitimamente em “dono disto tudo”, que abriu caminho à direita política. É uma desilusão para muitos açorianos!
O povo açoriano não está propriamente contra o PS, deu foi um “abanão” no PS, para que o PS mude de rumo e de práticas, volte a ser um Partido verdadeiramente Socialista, e não um “Partido Familiar Monárquico”, que era o caminho que estava a seguir, contra as suas raízes democráticas, republicanas e parlamentaristas.
A coligação PSD-CDS-PPM tem obviamente riscos. Estes partidos terão de se comportar com muito juízo político e muita responsabilidade institucional, porque se assim não for prejudicarão muito os Açores e os açorianos. Que aproveitem esta oportunidade histórica, não para vinganças políticas ou partidárias, mas para solucionar os muitos problemas existentes, em clima de diálogo e de concertação, a bem da nossa terra.