Mês: Novembro 2020

  • AÇORES SURFAR A NATUREZA

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    arolina Couto

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    Day Dreams. Surfing the island anywhere. Não temos a nazaré, mas temos algo igualmente imenso, a natureza.
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  • ainda não ouvi clamor nacional contra o SEF -PAÍS DE MANSOS

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    CRIME NO AEROPORTO – VERGONHA NACIONAL
    MAIS REVELAÇÕES SOBRE O FUNCIONAMENTO DO SEF
    “Não foi só o ucraniano que apanhou ali. Muita gente teve problemas. Vi surras que muitos apanharam. Levam para aquela salinha que nós chamávamos dos remédios e batem. Várias pessoas foram postas naquela sala e saíam roxas e rebentadas, a coxear. Algumas saíam de cadeira de rodas. Vi vários factos acontecer do estilo do ucraniano. Quando vinham os inspetores e levavam para a salinha já sabíamos que era para a surra. Também fazem no banheiro, porque não tem câmaras.”
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    Simplesmente chocante. Afinal, que país somos nós onde coisas destas acontecem, quase 50 anos depois de Abril? E mais chocante ainda, o silêncio da maioria das autoridades e líderes políticos sobre estes factos vergonhosos. Onde o clamor nacional contra o que se passou? Onde a exigência de um inquérito rigoroso e aprofundado e de uma transformação de alto a baixo de um serviço de polícia que é a primeira imagem do país face ao estrangeiro? Será que não se dão conta de como tudo isto prejudica seriamente a nossa diplomacia no mundo inteiro?

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  • crónica 368 DO IBERISMO AO 1º DE DEZEMBRO

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    crónica 368 DO IBERISMO AO 1º DE DEZEMBRO
    qUANDO ESTA CRÓNICA FOR PUBLICADA, A DATA TERÁ PASSADO SEM GRANDES MANIFESTAÇÕES PÚBLICAS NACIONAIS OU REGIONAIS SOBRE A SUA IMPORTÂNCIA, E UM POVO QUE NÃO CUIDA DA SUA HISTÓRIA ESTÁ CONDENADO AO IDÊNTICO OLVIDO

    Gostava de ter algumas réstias do meu sempiterno otimismo, mas a reserva desoladamente está no nível mínimo desde há décadas. Quando, ano após ano, a chuva cai e não molha corações pois esses secaram para sempre, quando dia após dia nos lavam o cérebro com uma pandemia que eliminou as mortes por gripe mas fez aumentar outras mortes temos de assumir que esta casa em que vivemos, a sociedade, é de péssima qualidade e estes “mestres” de construção não passam de biscateiros incapazes de fazerem uma obra como deve ser. Mas vamos todos cantando e rindo para o matadouro das vacinas que nos obrigam a tomar. Raras vezes as pessoas param para pensar, mesmo os que ainda não desaprenderam tal exercício. Menos ainda as vezes que estudam a história e dela retiram ensinamentos. É esta a tradição e não é de hoje, vem de há muitos anos como constatei ao traduzir este parágrafo:

    Enquanto a Terceira e as ilhas próximas resistiam ao assalto dos espanhóis à Coroa portuguesa, S. Miguel franqueou-lhes a entrada. Isto deveu-se ao facto de o Corregedor Ciprião de Figueiredo estar sedeado em Angra. Fiel apoiante do Prior de Crato, terá proferido a frase “antes morrer livres que em paz sujeitos”. … a capitania de S. Miguel estava na mão da influente família Gonçalves da Câmara. Além disso, residia em S. Miguel o Bispo dos Açores, D. Pedro de Castilho, fiel a Filipe II. Viria a ser Vice-Rei de Portugal em paga da fidelidade à causa castelhana. Mais tarde, o Capitão do Donatário de S. Miguel recebeu o título de Conde de Vila Franca. Abundam ainda agora os que esquecem o terror do domínio castelhano e pressurosos querem entregar o país ao vizinho ibérico. Miguel Urbano Rodrigues escrevia em 2006[1]:

    Os iberistas, ao esboçarem uma Espanha pletórica de energias, de progresso e criatividade, simulam esquecer a mais alta taxa de desemprego da União Europeia. Não aludem ao racismo e à xenofobia que fazem hoje da pátria de Cervantes um dos países europeus onde os imigrantes, sobretudo os magrebinos, equatorianos e colombianos, são mais discriminados. Preferem discorrer sobre a localização da capital, a estrutura institucional do Estado, Federação ou simples transformação de Portugal em mais uma Região Autónoma, e, o papel do Rei. Fala-se do bacalhau, do fado, do flamenco, de marialvas e senhoritos, dos dois idiomas, … longe de serem «muito parecidos», portugueses e espanhóis distanciaram-se progressivamente, exibindo atitudes quase antagónicas. Trabalham e comem a horas diferentes, transformam o culto do aperitivo num instrumento de convívio.

    Outra omissão é a falta de referências à colonização económica de Portugal pela Espanha. O processo em curso é avassalador. Há três décadas a Espanha não existia como parceiro comercial. Hoje ocupa o primeiro lugar nas importações portuguesas. A banca espanhola conquistou parcela importante do mercado português. O mesmo ocorre com a hotelaria e as grandes transnacionais como El Corte Inglês e Zara. As imobiliárias espanholas invadem as cidades. O processo de colonização pacífica assume facetas particularmente alarmantes no Alentejo onde capitalistas espanhóis compraram as melhores terras no Alqueva. Adquiriram milhares de hectares para criação de porcos, instalação de lagares e plantação de oliveiras e vinhas. A invasão é festejada pelo Governo e pela grande burguesia. Agradecem.

    Saúdam os espanhóis como agentes do progresso. Com a espontaneidade da nobreza de 1383 a saudar D João De Castela e a nobreza de 1580 a alinhar com Filipe II. Essa forma de dominação económica encobre uma modalidade de intervenção imperial. Hoje, ninguém se surpreenderia se Portugal passasse a dependência espanhola, como se de um banco se tratasse. Como se falássemos em abrir um escritório no litoral já que o interior está desertificado de gentes e de economias de mercado viáveis. Por outro lado, despontam iniciativas de união ibérica, nem sempre dissimuladas, que causam engulhos.

    Por ser um estudioso que condensou o que penso, sigamos Carlos Fontes,

    O iberismo é típico do séc. XIX. … As pequenas nações condenadas a serem absorvidas pelas grandes (teoria darwinista). É uma manifestação patológica de indivíduos que sofreram influência espanhola ou se assumiram como agentes de interesses espanhóis. Quando a situação é melhor no outro lado da fronteira, a integração surge como a solução para resolver a crise, sem trabalho. Alguns assassinatos de iberistas ficaram célebres, como defesa de valores fundamentais – dignidade, identidade cultural e liberdade -, mas também respeito por si próprios. Um povo que não se respeita a si próprio, nunca será respeitado por outros. Ora, o iberista sempre manifestou um profundo desprezo pela dignidade e liberdade do português, agindo de modo a destruir a comunidade que o viu nascer… As mortes de dois iberistas assumiram uma enorme carga simbólica na história

    A morte do Conde de Andeiro, fidalgo galego, foi o símbolo de liberdade de um povo que recusa as ingerências externas e os jogos palacianos. Este traidor castelhano participou em conspirações ao serviço de Portugal e de Inglaterra. Em Lisboa, ascendeu a uma elevada posição na corte, tendo recebido de D. Fernando o título de Conde de Ourém, e na crise de 1383-85, esteve ao serviço de Castela. Foi assassinado, em 1383, por D. João, mestre de Avis e futuro rei. A sua nefasta ação traduziu-se numa violenta guerra civil que só terminou quando os portugueses exterminaram os aliados de Castela.

    Já a morte de Miguel de Vasconcelos exprime simbolicamente a afirmação da identidade cultural de um povo, cuja forte individualidade saiu reforçada após uma opressão de 60 anos. Ficou tristemente célebre pelo ódio que nutria pelos seus concidadãos. Em 1634 tentaram-no matar. Se o tivessem feito, muitas vidas teriam sido provavelmente poupadas. Na manhã de 1 de dezembro de 1640, quando os portugueses restauraram a independência foi o primeiro a ser morto… depois, o povo português travou, durante 28 anos, uma sangrenta guerra na Europa e na América do Sul pela defesa da sua liberdade e dignidade.

    Ora bem, como ninguém estuda História, episódios como este perdem a força e não são transmitidos de geração para geração, perdendo-se a memória coletiva do povo. Continuemos com as palavras de Carlos Fontes. Nas últimas décadas, órgãos de comunicação social, usando da liberdade de expressão, têm procurado abrir fraturas na sociedade. O objetivo é:

    1. Mostrar através de “sondagens” encomendadas ou “discussões” públicas que na sociedade portuguesa existe um grupo cujo objetivo é a dissolução do Estado português;
    2. Dar “voz” à hipotética minoria iberista portuguesa. Ao mesmo tempo, a imprensa espanhola mostra a aceitação à integração.
    3. Os supostos iberistas não constituem uma corrente de opinião nem um movimento organizado[2].

     

    A razão por que escolhi este tema é a data que ora se celebra, o dia da Restauração da Independência de 1 de dezembro de 1640. Para que os mais jovens nunca o esqueçam e deixem de a tratar como um dia sem aulas. Infelizmente, é para a maioria, um dia como qualquer outro nos Açores, sem que o povo se dê conta do seu significado:

    “…arrebatados do generoso impulso, saíram todos das carroças e avançaram ao paço. Neste tempo andava D. Miguel de Almeida, venerável e brioso, com a espada na mão gritando: — Liberdade, portugueses! Viva El-Rei D. João, o Quarto!”

    A ideia de nacionalidade esteve por trás da restauração da independência plena após 60 anos de monarquia dualista. Cinco séculos de governo próprio haviam forjado a nação, rejeitando a união com o país vizinho. A independência fora sempre um desafio a Castela. Entre os dois estados houve sucessivas e acerbas guerras, as únicas que Portugal travou na Europa. Para os Portugueses, os Habsburgo eram usurpadores, os Espanhóis inimigos e os partidários, traidores. Avançara depressa a castelhanização do País de 1580 a 1640. Autores e artistas gravitavam na corte espanhola, fixavam residência, aceitavam padrões espanhóis e escreviam em castelhano, enriquecendo o teatro, a música ou a arte pictórica espanholas. A perda da individualidade cultural era sentida por portugueses, a favor da língua pátria e da sua expressão em prosa e poesia. Contudo, os intelectuais sabiam perfeitamente que os esforços seriam vãos sem a recuperação da independência política. Muitas razões que justificavam a união das coroas ficaram ultrapassadas. O Império Português atravessava uma crise com a entrada em jogo de holandeses e ingleses. Perdera o monopólio comercial (Ásia, África e Brasil) e a Coroa, a nobreza, o clero e a burguesia haviam sofrido severos cortes de receitas.

    Os Espanhóis reagiam contra a presença portuguesa nos seus territórios, mediante vários processos, entre os quais a Inquisição. Isso suscitou grande animosidade nacionalista em Portugal aprofundando o fosso entre os dois países. Margarida, duquesa de Mântua, neta de Filipe II, exerceu o governo de Portugal de 1634 a 1640, como vice-rei e capitão-general. Economicamente, a situação piorara desde 1620 e estava longe de brilhante. Os produtores sofriam com a queda dos preços do trigo, azeite e carvão. A crise afetava as classes baixas, cuja pobreza aumentou. O agravamento dos impostos tornava a situação pior. Para explicar os tempos difíceis, a solução apresentava-se fácil e óbvia: a Espanha, causa de todos os males.

    A conspiração independentista era heterogénea [nobres, funcionários da Casa de Bragança e do clero]. Em novembro conseguiram o apoio do duque de Bragança. Na manhã do 1º de dezembro, um grupo de nobres atacou a sede do governo[3] prendeu a duquesa de Mântua, matou e feriu membros da guarnição militar e funcionários, como o Secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos. Já dizia Camões: “Também dos Portugueses alguns traidores houve, algumas vezes…” (Os Lusíadas, C. IV, 33). Seguidamente, os revoltosos percorreram a cidade, aclamando o novo estado, secundados pelo entusiasmo popular, a mudança do regime foi recebida e obedecida sem dúvida. Só Ceuta permaneceu fiel à causa de Filipe IV.

    1. João IV entrou em Lisboa a 6 de dezembro. Proclamar a separação fora fácil, difícil seria mantê-la. Tal como em 1580, em 1640 os portugueses estavam desunidos. As classes inferiores mantinham a fé nacionalista em D. João IV, mas o clero e a nobreza, com laços em Espanha, hesitavam. O novo monarca estava numa posição pouco invejável.

    Do ponto de vista teórico, tornava-se necessário justificar a secessão não como usurpador, mas a reaver o que por direito legítimo lhe pertencia[4]. Do lado espanhol, a Guerra dos Trinta Anos (até 1659) e a questão da Catalunha (até 1652) atrasavam ofensivas de vulto. A guerra, que se prolongou por 28 anos, teve altos e baixos até se assinar o Tratado de Lisboa, em 1668, entre Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, em que este reconhece a independência do nosso País.

    Hoje, gente com passaporte português celebra o 1º de dezembro como desastre ou deplorável evento. Esquecem que se tratou da reconquista da liberdade do povo e da nação subjugada pela dinastia dos Filipes de Castela. Mais vale um povo pobre e livre do que rico na gaiola dourada com as cores do reino de Espanha. Assim o dizem os galegos que se aproximam das origens portuguesas preservando a língua e cultura comuns: a memória dos homens é curta.

    São interessantes os “pequenos detalhes” que determinam a Históriae que legalizaram de pleno direito a sucessão de Filipe II ao trono de Portugal em 1580 por morte sem descendência do herdeiro varão cardeal D. Henrique (68 anos) 9º filho do rei D. Manuel I. A candidatura de Filipe era fortíssima e indiscutível pelo casamento da filha terceira de D. Manuel I, com Carlos V, pais de Filipe I (II de Espanha).

    Paradoxalmente, antes da candidatura de Filipe, a situação poderia ter sido invertida, unificando as coroas ibéricas “para o lado português”. Em 1499, foi proclamado herdeiro das coroas de Portugal e de Espanha, Miguel da Paz[5], primeiro filho de D. Manuel I com Isabel, filha dos Reis Católicos. Azar dos portugueses ou conspiração castelhana, morreu com 2 anos de idade.

    Os portugueses serão sempre saudosistas, dos espanhóis, de Salazar e do sonho chamado 25 de abril.

    — Quem diria que Portugal estaria melhor como província espanhola do que independente? (Os galegos dizem que não).

    • Quem garante que não seria Portugal uma célula independentista, tipo ETA, (aliada ou não à Galiza)?
    • E se fosse ao contrário? Se o Reino de Espanha fosse hoje uma província de Portugal?

    Que aconteceria aos Bourbon?

    Só tinham utilidade nos EUA. Lá emborcam todos os Bourbon que encontram.

    Infelizmente, aqui ao lado, entronizam-nos e chamam-lhes Reis.

    Chrys Chrystello, Jornalista,

    Membro Honorário Vitalício nº 297713

    [Australian Journalists’ Association] MEEA]

    [Diário dos Açores (desde 2018)

    Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) e

    Tribuna das Ilhas (desde 2019)]

     

    esta e anteriores crónicas em As (Ana)Chrónicas Açorianas (lusofonias.net)

    As (Ana)Chrónicas Açorianas (lusofonias.net)

    [1] Miguel Urbano Rodrigues. “Alentejo Popular” (Beja) 02-11-06

    [2] Oliveira Martins (1845-1894) é o melhor exemplo dos esbirros iberistas. É difícil de determinar a causa do profundo ódio que manifestava. Foi um típico vira-casaca: anarquista, socialista, republicano, monárquico, liberal, antiliberal. Defendeu a liberdade, mas também a ditadura. Atacou os ditadores, mas apoiou João Franco, sendo apontado como um dos introdutores das ideias socialistas e como um protofascista. Muitas das ideias foram aplicadas por ditadores (Sidónio Pais ou Oliveira Salazar). Antero de Quental (1869) era um confesso iberista, dois anos depois já nem fala no assunto, e mais tarde abomina a ideia. Algo idêntico ocorreu com Teófilo Braga.

    [3] (Paço da Ribeira)

    [4] Abundante bibliografia (em Portugal e fora dele) procurou demonstrar os direitos reais do duque de Bragança. Se o trono jamais estivera vago de direito, em 1580 ou 1640, não havia razões para eleição em cortes, o que retirava ao povo a importância que teria, fosse o trono declarado vago.

    [5] in Oliveira Marques, “A Restauração e suas Consequências”, in História de Portugal, vol. II, Do Renascimento às Revoluções Liberais, Lisboa, ed. Presença, 1998, pp. 176-201). Todo o reinado (1640-56) foi orientado por prioridades. Primeiro, a reorganização militar, reparação de fortalezas, linhas defensivas fronteiriças, fortalecimento das guarnições e obtenção de material e reforços. Paralelamente, a intensa atividade diplomática nas cortes da Europa, para obter apoio militar e financeiro, negociar tratados de paz ou de tréguas, conseguir o reconhecimento da Restauração, e a reconquista do império ultramarino. A nível interno, a estabilidade dependeu, do aniquilamento da dissensão a favor de Espanha. A guerra da Restauração mobilizou todos os esforços e absorveu enormes somas. Pior, impediu o governo de conceder ajuda às atacadas possessões ultramarinas. Mas, se o Império, na Ásia, foi sacrificado, salvou a Metrópole da ocupação pelos espanhóis. Portugal não dispunha de exército moderno, as forças terrestres escassas, as coudelarias extintas e os melhores generais lutavam pela Espanha, e a guerra se limitou a operações fronteiriças de pouca envergadura.

  • O DESMANTELAMENTO DOS NAVIOS DE CRUZEIRO

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    É preciso que tudo mude p’ra que tudo fique igual.
    I. Em 2019 a indústria de cruzeiros transportou cerca de 30 milhões de passageiros. Era uma indústria de 130 mil milhões de euros que empregava mais de um milhão de pessoas. Ao fim de pouco mais de meio ano, o cenário é bem diferente devido à pandemia. Os cruzeiros desapareceram lentamente dos mares.
    Nas docas de Aluaga, na Turquia, as gigantescas embarcações empilham-se à espera de serem desmanteladas para sucata.
    A construção destas embarcações pode custar entre 500 milhões a mil milhões e elas podem durar cerca de 40 anos. A sucata é uma alternativa pouco lucrativa. Cada navio demora cerca de seis meses a desmantelar e estima-se que pode render apenas quatro milhões.
    O turismo dos navios-cruzeiro cresceu de tal forma que representava, no ano passado, uma das principais fontes de poluição. Nas contas da Federação Europeia de Transporte e Ambiente, só as embarcações do maior operador turístico poluiam 10 vezes mais do que todos os 260 milhões de automóveis da Europa.
    Em entrevista sobre o assunto, o Presidente da Zero explicou que “o maior problema associado aos navios de cruzeiro e principalmente ao tráfego aéreo são as partículas ultrafinas e que sao particularmente graves em termos de impacte na saúde, dada a sua pequeníssima dimensão – que leva a que os compostos que transportam entrem muito facilmente no organismo através do sistema respiratório”
    Pedro Santos, da Quercus, reiterou que o aumento das emissões associadas aos cruzeiros está relacionada com dois fatores principais: “Desde logo o grande aumento do tráfego de cruzeiros que se verificou nos últimos anos. Adicionalmente, o facto de os limites de emissões para os navios serem muito alargados torna urgente a sua revisão para limites mais apertados”. Os dois aspetos conjugados provocaram um aumento recorde da poluição proveniente dos navios de cruzeiro. E não tem dúvidas quando afirma que “é urgente a revisão dos limites de emissão para este tipo de transportes”. Acrescentou ainda que o enquadramento legal atual é extremamente permissivo, quer nos níveis de emissão quer no que diz respeito à imposição de uma transição energética nos cruzeiros e navios, pelo que “é imperioso que o transporte marítimo não se estabeleça como um reduto intocável no que diz respeito à transição energética para fontes de energia renováveis, onde, os ganhos de escala deste transporte fazem das células de hidrogénio e/ou células de amónia fontes de energia de excelência”.
    Na Islândia foram tomadas medidas radicais com vista a proteger a paisagem nacional, em particular os glaciares. O governo islandês anunciou que a partir de 1 de janeiro de 2020 o uso de fuelóleo em águas territoriais vai ser proibido. A Islândia torna-se assim no primeiro país a impor este tipo de restrições ao turismo, admitindo para já a entrada de navios que tenham um sistema de purificação para reduzir a libertação de dióxido de enxofre.
    De acordo com o ministro do Ambiente da Islândia, Gudmundur Ingi Gudbrandsson, as embarcações “podem usar petróleo até outras fontes de energia passarem a ser usadas”.
    A partir de janeiro, o teor de enxofre dos combustíveis navais não vai poder exceder 0,1%. Atualmente está nos 3,5%.
    II. Pelo menos 6,7 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2019 decorreram da exposição de longo prazo à poluição do ar, fator que aumenta o risco de derrames, ataques cardíacos, diabetes, cancro do pulmão e outras doenças pulmonares crónicas. A poluição do ar é agora a quarta maior causa de morte em todo o mundo, logo abaixo do tabagismo e má nutrição. No conjunto, as diferentes formas de poluição atmosférica foram responsáveis por mais de uma em cada nove mortes em todo o mundo no ano passado.
    O Relatório anual sobre o Estado do Ar Global
    incuiu, pela primeira vez, uma análise do impacto da poluição atmosférica por partículas na saúde de recém-nascidos em todo o mundo, concluindo que este factor contribuiu para 20% das mortes de recém nascidos, ou seja, meio milhão de bebés, a maioria das quais relacionada com complicações de baixo peso à nascença e parto prematuro.
    Em Portugal a poluição do ar causa cerca de seis mil mortes por ano, agrava problemas respiratórios e cardiovasculares, é responsável por dias de trabalho perdidos e contribui para elevados custos de saúde com grupos vulneráveis como crianças, asmáticos e idosos. (Relatório da Agência Portuguesa do Ambiente). Nos dados sobre a poluição das micropartículas conhecidas como PM2.5, Portugal surge com o registo de 2090 mortes no ano passado.
    III. A redução da atividade económica e da mobilidade das pessoas por causa da pandemia da covid-19 reduziu de forma drástica as emissões de dióxido de azoto, que em Lisboa chegaram aos 80% e nalguns locais do Porto aos 60%.
    Os cientistas defendem ainda que a pandemia da covid reforçou o valor do ar puro.
    Vários estudo, publicados este ano, alertam que a poluição contribui para uma maior letalidade por covid-19.
    Uma das zonas de maior interesse é a da Lombardia e Emília Romagna, onde houve mais letalidade associada à covid-19 na Europa e que também é por coincidência, ou não, uma das zonas mais poluídas da Europa. Um estudo, realizado em Itália, mostra que quando uma pessoa passa 100 dias num local com altos níveis de poluição, o risco de apresentar positivo para a covid-19 é três vezes superior. Nos Estados Unidos os investigadores também encontraram associação entre a maior poluição e a sintomatologia da covid-19. Neste caso, em termos de letalidade.
    Um dos principais poluentes apontados são as PM 2.5 (matéria particulada numa escala inferior a 2.5 micrómetros). Um aumento de apenas 1 micrograma por metro cúbico, uma coisa muito ínfima na concentração geral de partículas PM 2.5 no ar, está associado a um aumento de 8% na taxa de letalidade de covid-19. Estes resultados são significativos e indicam uma associação entre poluição do ar e a covid-19.
    Em entrevista ao Expresso, João Rufo, investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, explica que as PM 2.5 estão associadas à irritação das vias aéreas, quer em pacientes com covid-19 mas também em indivíduos com asma que têm menos facilidade em controlar os sintomas; “por outro lado, temos o facto de estas partículas, estas poeiras, poderem ajudar a transportar aerossóis. Vemos isto com os esporos dos fungos, com as endotoxinas das bactérias e é possível, colocamos aqui a hipótese, que também possam transportar moléculas do vírus. Estas duas razões podem justificar a associação entre as PM 2.5 e o aumento na letalidade da covid-19.”
    IV. Nos Açores aguarda-se o momento da retoma do turismo e da economia mas será que queremos voltar ao mesmo? Fará sentido apostar em actividades que contribuem para o aquecimento global, tal como os navios cruzeiro, ou deveremos aproveitar esta pausa para pensar uma transição ecológica que envolva todos os sectores da sociedade?
    Numa região que se quer afirmar como “Sustentável” o ambiente não deverá ser negociável. Um crescimento mais lento e mais sustentado poderá significar um jackpot a longo prazo.
    Fontes:
    Agência Lusa
    Expresso
    Observador
    Público
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  • Desapareceu o misterioso monólito de metal encontrado no deserto do Utah – DN

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    Autoridades locais disseram que desconhecidos retiraram na sexta-feira o estranho objeto, que tinha quase quatro metros de altura e parecia saído do filme “2001: Odisseia no Espaço”.

    Source: Desapareceu o misterioso monólito de metal encontrado no deserto do Utah – DN

  • VACINA OBRIGATÓRIA OU DESEMPREGO????

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    ECO, 29/11/2020: Empresas podem negar trabalho a quem não se quiser vacinar. A presidente do Comité Económico e Social Europeu, Christa Schweng, admitiu a possibilidade de uma empresa se negar a contratar um trabalhador que se recuse a ser vacinado contra a Covid-19.
    Empresas podem negar trabalho a quem não se quiser vacinar
    ECO.SAPO.PT
    Empresas podem negar trabalho a quem não se quiser vacinar
    A presidente do Comité Económico e Social Europeu, Christa Schweng, admitiu a possibilidade de uma emp