Mês: Novembro 2020

  • PANDEMIA AGRAVA DESEMPREGO

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    Pandemia agravou a perda de empregos nos Açores
    O inquérito ao Emprego relativo ao 3º trimestre do corrente ano, recentemente divulgado pelo SREA, mostra que a população empregada, em alguns setores, já tinha começado a diminuir no final do ano passado, situação que se agravou com a pandemia.
    O emprego no sector do Comércio e Serviços, onde se inclui o turismo, por exemplo, começou a diminuir no final do 3º trimestre de 2019, depois manteve a curva descendente com os efeitos da COVID, resultando numa quebra total de 7,1%.
    Se se analisar, em separado, o caso particular do turismo, verifica-se que esta atividade empregava cerca 9600 funcionários no final do verão passado, porém, esse número começou a descer face à acentuada sazonalidade do setor e continuou a diminuir em resultado das medidas implementadas para fazer face à COVID , fazendo com que o sector perdesse mais de mais de dois mil funcionários, o que corresponde a um decréscimo de aproximadamente 17%.
    Agricultura diminui oferta de trabalho
    Com alguma surpresa, pior neste período, foi a agricultura que perdeu 16% dos postos de trabalhos, desde Setembro de 2019, um setor que habitualmente funcionava como “tampão” das crises, dando empregos a pessoas saídas de outros atividades que enfrentam dificuldades económicas.
    Foi um setor que muitas vezes que teve muitas vezes no passado uma função social, mas que, agora, face a diversas causas deixou de o ser.
    Hoje é, em muitos casos, uma atividade familiar, facilitada com a ajuda de equipamentos mecânicos.
    A Indústria e a construção no conjunto do último ano também registaram quebras na população empregada, todavia, nos dois últimos trimestres, registaram significativos aumentos.
    Foram, de resto, sectores que se mantiveram sempre em atividade e apesar da pandemia registaram crescimentos de emprego de 3% na construção e 6% na indústria.
    No caso da construção este valor é visível, de igual modo, no aumento de venda de cimento que cresceu cerca de 10 % de Janeiro a Outubro.
    O sector com maior crescimento foi o da Administração Pública, que já registado crescimentos no 3º trimestre de 2019 e manteve a curva ascendente nos dois últimos trimestres, no forte da pandemia, em particular o sector da saúde com uma subida de 15,5%.
    Texto e Gráfico de Rafael Cota
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  • NOMES NA SAÚDE DOS AÇORES

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    Berto Cabral será o novo Director Regional da Saúde
    O farmacêutico terceirense Berto Cabral será o novo Director Regional da Saúde, confirmou ao nosso jornal fonte da coligação.
    Berto Cabral, da Praia da Vitória, é o representante nos Açores da Associação Nacional das Farmácias e é formado em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
    É uma escolha do novo Secretário Regional da Saúde, Clélio Meneses, com quem mantém uma relação de trabalho político há alguns anos, juntos na autarquia da Praia da Vitória e no PSD da ilha Terceira.
    Gustavo Borges Coordenador da Saúde Pública
    Gustavo Tato Borges, médico especialista em Saúde Pública no Porto, será o novo Coordenador de Saúde Pública nos Açores, uma entidade a criar pelo novo governo de José Manuel Bolieiro, mas que exercerá a sua actividade independente do Executivo.
    De acordo com a nossa fonte, Gustavo Borges, que é Vice-Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, deverá chegar aos Açores depois de amanhã e irá trazer consigo mais um especialista em Saúde Pública para se juntar a outros especialistas daqui dos Açores que formarão a nova equipa para dirigir toda a Saúde Pública da Região, incluindo a gestão da pandemia.
    Gustavo Borges é considerado um dos maiores especialistas em Saúde Pública e é assistente convidado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
    Novo Governo toma posse hoje
    O novo Governo dos Açores, que junta PSD a CDS e PPM, tomará posse hoje à tarde na Assembleia legislativa dos Açores, na cidade da Horta.
    “A sessão solene da tomada de posse do XIII Governo Regional dos Açores terá lugar no próximo dia 24 de novembro de 2020, pelas 15h00, na sede da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na cidade da Horta”, lê-se numa nota enviada à imprensa pela Presidência do Parlamento açoriano.
    Face ao “actual contexto de pandemia que se vive na Região”, é acrescentado, a cerimónia “ocorrerá de forma diferente do habitual, com um reduzido número de convidados e sem jantar oficial”.
    O líder do PSD nos Açores, José Manuel Bolieiro, é o Presidente indigitado pelo Representante da República a tomar posse, juntamente com a sua equipa.
    O novo Governo será maior do que o actual, com 10 secretarias regionais e uma subsecretaria, além de Presidência e da Vice-presidência.
    O novo Executivo deixará de ter uma secretaria para a Solidariedade Social e passará a ter uma Secretaria específica para as Finanças e outra para o Emprego.
    A Cultura, Ciência e Transição Digital também terão uma nova Secretaria Regional, enquanto Transportes e Turismo ficam concentrados na mesma tutela.
    O executivo anterior tinha secretários regionais adjuntos da Presidência para os Assuntos Parlamentares e para as Relações Externas, passando agora o governo a ter apenas um subsecretário regional da Presidência.
    Os titulares
    Antigo Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro é licenciado em Direito, foi assessor nos governos de Mota Amaral (antes de o PS assumir o poder há 24 anos) e líder da bancada parlamentar do PSD.
    A Vice-presidência do Executivo açoriano e a Secretaria Regional do Ambiente serão entregues ao CDS-PP, enquanto o PPM fica com a pasta do Mar.
    O líder regional centrista, Artur Lima, médico dentista e deputado regional desde 2005, será o vice-presidente do XIII executivo açoriano.
    Alonso Miguel, engenheiro do ambiente e deputado regional centrista na anterior legislatura, será o novo Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas e o advogado Manuel São João o indicado pelo PPM para Secretário Regional do Mar e Pescas.
    O ex-líder do PSD/Açores e antigo eurodeputado Duarte Freitas, economista, será o Secretário egional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego.
    Já o engenheiro civil Joaquim Bastos e Silva, que foi secretário regional das Finanças no último governo de Mota Amaral, voltará a desempenhar estas funções, assumindo a Secretaria Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública.
    Também a engenheira civil Ana Carvalho, que foi Directora Degional nos executivos liderados por Mota Amaral, voltará a integrar o governo, como secretária das Obras Públicas e Comunicações.
    Mário Mota Borges, licenciado em Organização e Gestão de empresas e quadro da ANA, será o novo Secretário Eegional dos Transportes, Turismo e Energia.
    A Secretaria Regional da Saúde e Desporto ficará a cargo do advogado Clélio Meneses, antigo líder da bancada parlamentar do PSD, e à frente da Agricultura e Desenvolvimento Rural estará o engenheiro zootécnico António Ventura, actual deputado à Assembleia da República.
    A professora Sofia Ribeiro, que desempenhou funções como dirigente sindical e foi eurodeputada, terá a pasta da Educação.
    Já Susete Amaro, funcionária da ANA – Aeroportos de Portugal e ex-vice-presidente da Comissão Política Regional do PSD, será secretária regional da Cultura, Ciência e Transição Digital.
    Por fim, a Subsecretaria Regional da Presidência será tutelada por Pedro Faria e Castro, quadro da função pública e professor convidado da Universidade dos Açores.
    Empresários querem “soluções”
    O Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), Mário Fortuna, disse esperar que o próximo Governo dos Açores, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, “avance rapidamente com soluções” para os “problemas” da região.
    Em reacção aos novos membros do Executivo regional, conhecidos na sexta-feira, Mário Fortuna realçou que valoriza mais as “políticas que forem seguidas” do que os nomes dos secretários regionais.
    “Aquilo que nos oferece dizer é tão só esperar que este elenco governativo avance rapidamente com soluções para os problemas que existem nos Açores e sobre isso há muitas áreas em que as câmaras do comércio já se pronunciaram”, afirma.
    O líder da CCIPD sublinha que, independentemente do elenco governativo, o que importa é implementar políticas com “segurança e celeridade” e que as “escolhas da responsabilidade política devem ficar no mapa da discussão política”.
    “Vamos estar particularmente atentos àquilo que vem a seguir e não propriamente ao elenco governativo”, afirmou.
    Mário Fortuna considerou que as finanças públicas “sempre tiveram autonomia” e salientou que a “repartição” de competências por várias secretarias “pode ajudar” a tomar decisões com maior celeridade.
    “O momento exige celeridade, a repartição por várias secretarias de algumas funções pode ajudar a que se possa fazer mais depressa”, apontou.
    Referindo que é possível “organizar as coisas de várias formas”, o professor universitário reiterou que o que “preocupa” os empresários açorianos é “como é que faz e o que é que se faz”.
    Enfermeiros esperam “diálogo”
    A Ordem dos Enfermeiros diz esperar que o novo Governo dos Açores tenha um “olhar atento” em relação aos problemas que afectam a classe e a saúde na região, destacando “a experiência política” das escolhas para as novas pastas.
    “As nossas expectativas são altas neste momento, porque são duas pessoas (Artur Lima e Clélio Meneses) que têm experiência política e a experiência de trabalho propriamente no terreno”, afirma o Presidente do Conselho Directivo Eegional da Ordem dos Enfermeiros dos Açores, Pedro Soares, comentando a composição do novo Executivo açoriano.
    Pedro Soares disse que, em termos de actuação na área da saúde, espera “o combate imediato à Covid-19”, lembrando que a Ordem divulgou na quinta-feira um documento com a sua visão para “uma actuação imediata, com vista a um controlo e gestão da saúde nos Açores”, uma “proposta de visão estratégica que poderá ajudar” o novo Governo Regional.
    Ainda no âmbito da área da enfermagem, a Ordem espera que a nova tutela tenha “um olhar atento aos enfermeiros” e que faça “uma análise às grandes dificuldades que os enfermeiros passam actualmente, nomeadamente em termos de reposicionamentos na carreira”. Outra das “preocupações” da Ordem é a actividade assistencial ao doente não-Covid. “Achamos que o combate à recuperação das listas de espera é fundamental neste momento e a descentralização dos cuidados é outra das matérias que a saúde na região tem neste momento grande necessidade”, sublinhou o presidente do conselho directivo regional, para quem terá de haver “uma visão para além das ilhas ditas principais e um investimento nos recursos humanos e na melhoria de equipamentos”.
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    Joaquim Ponte, Carlos Decq Mota and 29 others
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  • SATA EM LAYOFF

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    Grupo Sata entra em lay-off a partir de dezembro
    A medida irá abranger “por enquanto cerca de três dezenas de trabalhadores”, segundo a empresa.
    O Grupo Sata vai entrar em lay-off a partir do próximo mês. A medida abrangerá cerca de três dezenas de trabalhadores
    Em resposta a um e-mail enviado pelo Expresso, a empresa confirma que, “tendo em conta a redução da atividade operacional que se regista, o grupo SATA voltará a recorrer à figura de Lay-Off, a partir do próximo mês”.
    Serão abrangidas, explica também, “as funções que são habitualmente mais afetadas pela sazonalidade da operação aérea, em particular, na companhia aérea Azores Airlines”. “Nestas circunstâncias e por enquanto, encontram-se cerca de três dezenas de trabalhadores”, acrescenta a empresa na resposta ao jornal.
    Já em abril, durante a primeira vaga da pandemia de covid-19, a empresa, em que trabalham, no total, 1400 pessoas, colocou mais de 1000 trabalhadores em lay-off. Destes, 441 foram colocados em lay-off total e 563 em lay-off parcial, segundo uma notícia da RTP.
    Na altura, o Conselho de Administração do Grupo SATA justificou que se tratava de “um instrumento adequado” face aos impactos da pandemia.
    (Em atualização)
    (Helena Bento – Expresso de 24/11/2020)
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    • Será que a lay-off vai abrangir também os incump… tes da administração?!duvido
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    • E os amigos da Lisboa vai ser igual ao primeiro Lay- Off.
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  • Na Madeira, nem tolerâncias de ponto, nem “cercas!

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    ÚLTIMA HORA: Na Madeira, nem tolerâncias de ponto, nem “cercas!
    A Madeira não vai conceder tolerância de ponto ao setor público nem suspender as aulas nos dias 30 de novembro e 07 de dezembro, indicou hoje o presidente do executivo, sublinhando que também não será proibida a circulação entre concelhos.
    “É fundamental perceber o seguinte: nós não temos uma situação (pandémica) equivalente àquilo que se está a passar no continente”, disse Miguel Albuquerque, à margem da inauguração de 15 novos pavilhões no Parque Industrial de Câmara de Lobos, na zona oeste da ilha da Madeira.
    O presidente do Governo regional, de coligação PSD/CDS-PP, afirmou que o decreto que regulamenta o novo estado de emergência, em vigor desde as 00:00 de hoje, motivou “alguma interpretação errónea”, nomeadamente ao referir que o disposto entre os artigos 3.º e 31.º e entre os artigos 45.º e 53.º “é aplicável a todo o território nacional”.
    “Não temos, neste momento, uma situação equivalente à maioria dos concelhos do continente e, por conseguinte, as medidas cá serão adequadas à nossa realidade e não vamos aplicar cegamente o decreto nacional”, disse, reforçando: “Obviamente, há uma omissão, mas que do ponto de vista da interpretação é clara, que é a circunstância de aquele decreto ser aplicado ao território continental.”
    Miguel Albuquerque indicou que foram já solicitados esclarecimentos sobre a situação aos gabinetes do primeiro-ministro e do Presidente da República, e remeteu para quarta-feira o anúncio de novas medidas de contenção da covid-19 no arquipélago.
    O chefe do executivo deixou, no entanto, claro que não haverá tolerância de ponto nem suspensão da atividade letiva nos dias 30 de novembro e 07 de dezembro, e também não será proibida a circulação entre concelhos.
    “Isso não vai acontecer na Região Autónoma da Madeira porque o nosso índice de infeção por 100 mil habitantes é 58”, disse, sublinhando que o arquipélago ainda não tem transmissão comunitária ativa.
    De acordo com os mais recentes dados da Direção Regional de Saúde, a Madeira regista 166 infeções ativas de covid-19, num total de 691 casos positivos assinalados desde 16 de março.
    Apesar da posição do Governo Regional, a Câmara Municipal do Funchal, liderada pela coligação Confiança (PS/BE/PDR/Nós, Cidadãos!), já anunciou que vai aplicar o disposto no decreto que regulamenta o estado de emergência em relação à tolerância de ponto e ao uso obrigatório de máscara pelos funcionários nos locais de trabalho.
    Também os Açores indicaram, através do gabinete do representante da República, que as medidas decretadas pelo Governo da República se aplicam naquele arquipélago, com exceção das restrições aplicadas aos concelhos de risco elevado, muito elevado ou extremamente elevado, uma vez que a região não tem concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 15 dias. (LUSA)
  • António Bulcão · Máscara ou coroa

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    Máscara ou coroa
    Um rosto é um rosto. Tem mais que olhos. Por muito que digam serem os olhos o espelho da alma, um rosto tem também nariz, e boca. Que são espelhos de muitas outras coisas.
    Por alguma razão se inventou o “franzir” do nariz. E o “esgar” da boca. Por alguma razão dizemos sem falar que não gostamos daquele sabor ou que aquela pessoa nos mete nojo. Os olhos sozinhos não conseguem tanto…
    Uma pessoa sem rosto perde a sua individualidade. Dizem que não há duas caras iguais. Por isso a cara toda é importante. Para vermos sorrisos. Um nariz torcido. Subtis mordidas de lábios. Uma ponta de língua a convidar.
    Por alguma razão há pessoas que têm olhos bonitos mas não basta para que sejam bonitas. Por alguma razão há homens que dizem a mulheres “tens os olhos bonitos” em vez de “és muito bonita”. Se o nariz é curvo ou os lábios sem carne, restam os olhos para impedir a indelicadeza de “és feia como a morte”. Quando restam. Porque se for tudo feio, resta o silêncio.
    Por alguma razão os cartões de cidadão têm a nossa fotografia de rosto inteiro, não apenas dos olhos. Mesmo sem conhecer até hoje uma única criatura que tenha ficado minimamente apresentável no cartão de cidadão, fica lá estampada “a cara que Deus lhe deu”, a de cada um. Não há a expressão “os olhos que Deus lhe deu”.
    Não me imagino a viver numa cultura em que só veria o rosto inteiro da mulher escolhida ou que me escolhessem depois do casamento. Com a sorte que tenho, saía-me um estafermo de certeza. Eu a tirar o véu da antes noiva agora já esposa, com a mesma esperança com que confiro os números do euromilhões e a dizer para dentro, “pois, tinha de ser…”, antes de apagar a luz.
    Gente a passar por mim e a cumprimentar. E eu a retribuir, sem fazer a mínima ideia de quem é. Os mais afoitos a levantar a ponta da máscara, assim como quem diz “não te safas de saber quem sou”. E eu “ah, és tu…”.
    Já não há a expressão “estás com cara de caso”. Impossível ver um caso só pelos olhos, para se inventar o dito “estás com olhos de caso”. “Estás com má cara” foi igualmente à vida. Ninguém vai dizer que “estás com má máscara”, a não ser àqueles que a usam só a tapar a boca, ou o queixo, há malta que julga que o corona ataca queixos.
    “Tá na cara que é aldrabão” desapareceu. “Tá na máscara que é sonsa” não me parece alternativa.
    Os meus alunos e alunas de máscara. Sentados longe de mim. Tristes. Só olhos.
    Entram na sala, desinfectam as suas carteiras e sentam-se, como quem espera a pior sentença. Sorrisos apenas pressentidos, risos de pano ou cirúrgicos, entalados, estrangulados.
    Os do 11º ano já os conhecia do ano passado. Sei como são. Os do 10º não faço a mínima ideia. Se são tímidos ou marotos. Sonsos ou gozões. Límpidos como aquários ou venenosos como escorpiões. Vamos ver na lista. Na lista estão os nomes e as fotografias. Mas as fotografias ou são antigas, ou são como as do cartão de cidadão, só que às cores…
    Claro que são precisas, as máscaras. Com elas está desta maneira, sem elas já tínhamos marchado todos. Mas está a ser tão difícil não ver rostos inteiros.
    Se nos tiram a individualidade, tiram-nos a liberdade. Mesmo que seja para nosso bem. Somos cada vez mais todos iguais. Presos atrás de panos, sejam de várias cores, sejam do azul-bebé da farmácia.
    Um último pedido: enterrem-me com máscara. Não quero que nenhum verme me reconheça.
    António Bulcão
    (publicada hoje no Diário Insular)
  • respeitem Rabo de Peixe

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    Aos meus amigos que vivem em território continental, por favor atentem a este texto e façam chegar aos doutos senhores que comentam nos canais nacionais como se de tudo soubessem, e revelando na verdade uma ignorância atrevida, ao serviço da indignação da moda . Ficarei agradecida!
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    OPINIÃO
    Respeitem Rabo de Peixe!
    Nos últimos dias, Rabo de Peixe tem sido referida como exemplo negativo do desenvolvimento social.
    Sentados no Terreiro do Paço, os comentadores políticos falam da maior freguesia dos Açores (com o dobro de habitantes de ilhas como, Graciosa, Flores ou Santa Maria) como “uma pequena aldeia”. Ignoram ser a freguesia mais jovem da região, com uma das menores taxas de envelhecimento e índice de dependência demográfica do país e onde as taxas de natalidade (11,8‰), fecundidade (44 ‰) e crescimento natural (4,3‰), em 2018, foram significativamente superiores aos valores médios regionais. É bom lembrar que os Açores estão a perder população e em 2018 registavam uma taxa de crescimento natural negativo (-0,2‰), ou seja, morreram mais pessoas do que as que nasceram.
    As narrativas desses comentadores, emanadas do alto da sua continentalidade, só podem ser fruto de uma profunda ignorância. Foi dito e escrito, a propósito de Rabo de Peixe, que está no “fundo do fundo” da miséria, porque 30% das famílias recebem RSI (José M. Tavares no Público de 21/11/20); é uma comunidade falhada, insustentável do ponto de vista económico, um sítio marcado por uma quantidade de droga que, há 20 anos, deu à costa, onde a pobreza é objeto de “turismo” e as mulheres não podem ir ao mar (Eixo do Mal de 20 de novembro).
    Esta visão estereotipada ignora a riqueza económica desta comunidade, onde se situa o maior porto dos Açores e os principais produtores de hortícolas e frutícolas da ilha. Mas, sobretudo, desconhece a sua riqueza sociocultural. Na comunidade piscatória, apesar dos baixos rendimentos que resultam da divisão tradicional por quinhões, todos contribuem para o clube desportivo e para as festas do Padroeiro. As mulheres podem não ir no barco, mas muitas trabalham na Conserveira e são elas quem resolve os problemas administrativos, tratam dos “papéis”, e colaboram na preparação do isco, mesmo quando não são reconhecidas e pagas por isso.
    Esta é uma comunidade onde é evidente a força dos laços de parentesco que, ainda agora, alimentam a relação com aqueles que emigraram.
    Há famílias com dificuldades económicas? Sim, ninguém o nega. E isso explica-se pela precariedade do rendimento da pesca, e do setor primário em geral, onde não há contratos de trabalho e se está sujeito às condições do clima, particularmente na pesca artesanal.
    Essa subsidiodependência, de que tantos falam, tem permitido apoiar o pescador quando não pode ir ao mar (Fundo Pesca) e investir na qualificação dos mais jovens, para que acedam às licenças de pesca. Não há sustentabilidade no setor primário sem investimento na qualificação, na diversificação dos produtos e em novas formas de conservação e comercialização.
    Nunca se fala das histórias de sucesso dos jovens desta comunidade, subestimados em discursos catastrofistas, que arrasam a autoestima de quem ali vive e reside.
    Falemos de Rabo de Peixe, pela positiva, como uma comunidade de fortes tradições culturais, solidária, que vive intensamente o culto ao Espírito Santo, sente a música como poucos, ao som das castanholas do balho dos pescadores e das filarmónicas, e fez nascer uma orquestra OI Jazz, a partir de um projeto escolar. Uma comunidade jovem, com potencial de crescimento, que precisa de continuar a acreditar em si.
    Rabo de Peixe merece um discurso de respeito.
    (Piedade Lalanda)

    in, Açoriano Oriental, 24 de Novembro / 2020

  • transparência, impostos, eletricidade

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    É o que precisamos.
    E é o que não tivemos nos anos de PS e, quem sabe, desde que a Autonomia se instalou nos Açores tivemos pouca.
    Fomos assistindo a decisões e escolhas baseadas em meias verdades ou em mentiras completas e na mais eficaz dissimulação de toda a informação, transformada em propaganda depois de adulterada, suavizada ou açucarada.
    A informação de tudo o que é público é dos cidadãos e não dos governos ou dos funcionários públicos, cuja única razão de existir deve ser a satisfação das necessidades da população.
    E este novo governo, se quiser responder ao mandato que lhe foi dado, tem de colocar os problemas e as opções de forma bem diferente aos Açorianos e resistir à onda de repressão continental que aí vem.
    Apenas um exemplo: “Orçamento de Estado para 2021 estabelece
    que a produção de electricidade a partir de gasóleo e fuelóleo nos Açores e Madeira passa a ser tributada. Segundo a proposta preliminar a que o Jornal Económico teve acesso e divulgada por este jornal, esta taxa começa nos 25% em 2021 e vai depois subir gradualmente até atingir os 100% em 2025”.
    Quem é o pai deste assalto aos Açorianos? É aquele rapaz do PS da energia continental portuguesa (acho que secretário) que tem uma carinha laroca, gordinha e condizente com o nome de quem não quer comer só a sua fatia de bolo, mas o bolo todo e ainda lamber o prato, olhando-nos com aqueles olhinhos a brilhar de lítio.
    A falácia por trás de toda esta intrujice da energia começa por ser a pretensa igualdade dos portugueses e Açorianos perante os meios de produção.
    Para ele, um pobre povo de 250.000 almas em nove ilhas bastante isoladas umas das outras a tentar produzir energia barata para sobreviver no meio de mais de um milhão de km2 de mar que lhe pertencem por direito e absorvem todas as suas emissões e a maioria das continentais é a mesma coisa que os seus amigos do Terreiro do Paço e as suas energias pseudo renováveis e pseudo limpas, que transformaram a fatura energética e a vida dos portugueses remediados e pobres num inferno.
    Ainda esta semana morreu mais um idoso a juntar a milhares de vítimas da pobreza energética deste governo PS do continente, morreu na pira funerária do incêndio da sua casa onde tentava aquecer-se queimando lenha.
    É a complementação da desastrosa gestão da vaga do vírus, com milhares de infeções e mortes nos lares de idosos e a desnecessidade de continuar a discutir sequer a eutanásia.
    Mas voltando aos Açores, temos todo o direito de contestar mais este ataque que se junta a muitos que desde há séculos sempre foram colocando entraves ao desenvolvimento harmonioso com impostos, taxas, proibições e imposições e este governo PS só se destaca pela hipocrisia com que o faz.
    Para onde vai o dinheiro assim extorquido aos Açorianos?
    50% para o Sistema Eléctrico Nacional ou para a redução do défice tarifário do sector eléctrico, no mesmo exercício da sua cobrança, a afectar ao Fundo para a Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético (FSSSE); 50% para o Fundo Ambiental.
    Eles nem sabem bem, mas vai para “fundos” do continente um é o FSSSE, parece coisa nazi com todos esses Ss, e para que é preciso os pobres açorianos contribuírem para a Sustentabilidade deseja o que for no Continente?
    O resto vai para o “Fundo Ambiental” e esse parece que vai ser o DCIAP e a Judiciária a dizer-nos para onde vai e tem ido o dinheiro.
    Curioso que nem uma palavra de impostos ambientais sobre a produção de electricidade queimando lixo na Terceira e em S. Miguel. Essa sim, com a quase certeza de a queima de plásticos nos envenenar a atmosfera com dioxinas e outras porcarias.
    E enquanto por todo o mundo prosseguem esforços para minimizar o impacto das centrais térmicas, aqui pelos Açores nem se fala disso muito menos se tenta.
    Nem dos 40 milhões de euros que cabiam aos Açores dos 1500 milhões da intrujice do hidrogénio (o cúmulo da roubalheira que vai fazer as renováveis falsas parecerem quase boas ao dar diheiro para algo que não só não existe, mas poderá nunca ser possível) e que, claro, vão ficar também à disposição do Galambão para o que lhe aprouver subsidiar.
    O caceteiro de serviço no governo PS, filósofo político de formação, para quem não viu chamou ao Prof. Clemente Pedro Nunes professor catedrático do IST “um aldrabão” e “um mentiroso do pior”.
    Porquê???
    Clemente Pedro Nunes lembra, em declarações na SIC Notícias, que o Governo de José Sócrates aprovou tarifas subsidiadas para as energias renováveis que acabaram por sair caro aos consumidores, temendo que o mesmo ocorra com o hidrogénio. Deste modo, recomenda, referindo-se directamente ao Secretário de Estado da Energia, que devia antes preocupar-se “em ter soluções que fossem eficazes sob o ponto de vista de emissões
    de CO2 [emissões poluentes], que é uma questão global”.
    Mais palavras para quê?
    E então a Graciólica e o seu acordo de venda de energia deficitária secreto? Pois, ouvi dizer que foi comprada pela SONAE que não é conhecida por querer perder dinheiro.
    Será verdade?
    E nós a pagar. E as baterias de 40 milhões para a EDA salvar a face das falsas renováveis?
    Dava para mais dois navios como os do grupo central que salvaram o verão deles, que não o de Santa Maria.
    Mas este da energia foi só um exemplo das razões porque este novo Governo Regional dos Açores deve disponibilizar toda a informação aos Açorianos e deixar que sejam eles a ajuizar da bondade ou da maldade do que vinha sendo ou venha a ser decidido.
    No caso da EDA, já que não temos outra devemos ter acesso regularmente aos custos do KWH das diferentes energias em cada ilha e sistema produtor e de que forma contribuem positiva ou negativamente para o bolo total.
    Todos os valores dos projetos da EDA e dos sistemas de energia subsidiados devem ser divulgados, ressalvando no máximo a divulgação de nomes de particulares.
    E o mesmo deve ser aplicado em todos os setores, incluindo os valores de fundos comunitários passados, presentes e futuros.
    E no caso das empresas públicas ou privadas com subsídios não só a divulgação dos projetos, valores e justificações para os mesmos mas os Pareceres do Tribunal de Contas e, quando for caso disso, a criação de comissões de técnicos que aprofundem o controlo da execução de projetos mais polémicos.
    Não tendo querido o PS criminalizar o enriquecimento ilícito, é fundamental que se investiguem as adjudicações passadas e futuras que levantem dúvidas até ao pormenor dos sinais exteriores de riqueza de cada um dos intervenientes.
    E, doa a quem doer, é necessário sabermos que parte de cada setor da economia é real e resultante de actividades produtivas e que partes são subsídios mais ou menos escondidos ou riqueza falsa
    induzida pelos mesmos.
    Com uma radiografia imparcial da lavoura e agricultura, do turismo, das pescas, dos transportes, da indústria em geral e das actividades do Governo na saúde e educação, quem sabe as escolhas não poderiam ser outras e melhores para o futuro?
    Ou, no mínimo, perceber as razões das obras vultuosas nos portos ou da verdadeira necessidadede gastar mais de 100 milhões de
    euros em novos cabos submarinos.
    Agora que a Trumpalhada acabou, tenhamos esperança que as alterações climáticas tenham respostas que não sejam mais do mesmo, como o hidrogénio dos holandeses e dos Galambões de cá.
    E que no COP de Glasgow no ano que vem se encare o problema de frente com a aceitação de que se trata de um problema global e não dos EUA e da CE e que tem de ser resolvido com todos (ou pelo menos cortando o acesso aos nossos mercados aos países que não quiserem colaborar) e instalando um sistema de restrições assimétricas e não metas como as do Acordo de Paris, que a ser cumprido ainda aumentaria o fosso entre as cidades que tem de mudar devida e o resto que certamente não contribui da mesma forma para o problema. E nos Açores, que o novo governo, em vez de continuar a alinhar com as galambices, comece a exigir um tratamento diferente e que não leve o dinheiro que deveria ser para resolver ou minimizar o problema da vergonhosa pobreza com educação e formação, habitação social e integração a ir parar novamente aos mesmos de sempre.
    Não ia dizer nada sobre a formação do novo governo, a que desejo muita sorte, porque vai precisar de toda, e nós também, mas comparar algumas provocações e tolices completamente irrealizáveis do Chega com o coro de virgens arrependidas de alguns herdeiros ideológicos dos maiores assassinos da história, Estaline e Mao Tse Tung, só nos deve relembrar o que aconteceu aos povos que tiveram de os sofrer.
    João Paim Vieira, 21 de Novembro 2020 . www.diariodosacores.p — with

    João Pedro Paim Vieira

    .

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  • FALECIMENTO Eng.º LUÍS MANUEL AGNELO BORGES

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    Pierre Sousa Lima

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    FALECIMENTO
    Eng.º LUÍS MANUEL AGNELO BORGES
    Recebi agora mesmo a notícia do falecimento do Engenheiro Luís Manuel Agnelo Borges, ilustre micaelense, por quem nutria uma especial amizade decorrente da minha atividade profissional (1999-2019) na Fundação Engenheiro José Cordeiro.
    A sua forte personalidade, aliada à sua irrepreensível conduta social e educação, fazia dele uma pessoa de relevo, um verdadeiro fidalgo, talvez o último desta ilha, pela sua atitude e modo como vivia, durante muitos anos habitou num dos espaços mais históricos desta ilha de que era proprietário, a célebre Quinta da Bela Vista, situada na Abelheira, Fajã de Baixo.
    Era um entusiasta pela história do automobilismo, tendo colecionado um interessante conjunto de automóveis de marca Jaguar atualmente existentes naquela quinta.
    Durante muitos anos, foi vogal da Fundação Engenheiro José Cordeiro, tendo sido Presidente do Conselho de Fundadores, até sensivelmente pouco tempo.
    Era sobrinho neto do Engenheiro José Cordeiro, pioneiro da Electricidade nos Açores, de quem detinha parte do seu espólio pessoal. Por meu alvitre, em 1999, doou à Biblioteca Pública de Ponta Delgada um conjunto interessante de desenhos técnicos daquele ilustre engenheiro micaelense quando foi estudante em Gand, Bélgica e na École Centrale de Paris, França.
    Em 2014, dediquei-lhe conjuntamente com o irmão Carlos Agnelo Borges e seus primos José Vaz Carreiro Agnello e Duarte Miguel do Canto Tavares a a minha obra “A Luz e as Trevas”.
    Nesta hora de dor quero enviar à família votos de sentidas condolências especialmente a sua filha, nora e netos.
    Paz à sua alma.
    Fátima Silva, José Manuel Leal and 236 others
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  • TIMOR, PARLAMENTO DESPEDE

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    Presidente do Parlamento timorense exonera secretária-geral que vai contestar decisão
    Díli, 24 nov 2020 (Lusa) – A secretária-geral do Parlamento Nacional timorense, Cedelizia Faria dos Santos, disse hoje que vai contestar judicialmente a sua exoneração do cargo da qual foi informada, por carta, pelo presidente do órgão de soberania.
    “Não sabia de nada, o senhor presidente nunca me chamou e recebi hoje de manhã, de forma inesperada, o despacho que me exonera com efeitos a partir de hoje”, disse à Lusa Cedelizia Faria dos Santos.
    “Vou contestar a exoneração. Esta decisão não é justa e tem que ser levada à justiça. Acho que a justiça tem que avaliar”, afirmou, recordando que assumiu o cargo depois de um processo de recrutamento normal.
    Segundo explicou à Lusa, a carta de Aniceto Guterres Lopes justifica a decisão de exoneração com o facto de supostamente não ter facilitado a realização de reuniões plenárias, em maio, aquando do processo de destituição do ex-presidente do parlamento, Arão Noé Amaral.
    A destituição e eleição ocorreram no meio de incidentes sem precedentes no parlamento timorense, com agressões entre deputados, mesas derrubadas, gritos, empurrões e a intervenção de agentes policiais.
    Os dois dias de tensão, a 18 e 19 de maio, terminaram com a destituição do então presidente do Parlamento Nacional, Arão Noé Amaral, do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), e a eleição de Aniceto Guterres Lopes, da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) para o cargo, com os votos de 40 dos 65 deputados.
    O CNRT considerou as votações ilegais e desde aí continua a identificar a mesa como “ilegal” nas suas intervenções no plenário.
    Além de considerar que Cedelizia Faria dos Santos não facilitou a realização desses plenários, a carta de Aniceto Guterres Lopes responsabiliza ainda a ex-secretária-geral por falhas de eletricidade.
    “Naquela altura o presidente do parlamento era o deputado Arão Noé Amaral e a convocatória da plenária não é minha competência. Se não fosse agenda, não o poderíamos fazer nós”, afirmou, considerando não ser responsável das falhas de eletricidade no parlamento.
    “É estranho depois de tantos meses a trabalhar, quase sete meses, vir agora esta exoneração. Desde a tomada de posse do atual presidente todos os processos decorreram de forma normal. Organizei tudo. O plenário, bancadas e Conselho de Administração decorreram com total normalidade”, afirmou.
    Apesar das tentativas de contacto, a Lusa não obteve um comentário do presidente do Parlamento que, publicamente, não explicou os motivos da sua decisão de exoneração de Cedelizia Faria dos Santos que assumiu o cargo a 13 de setembro do ano passado.
    ASP // SB
    Lusa/Fim
    Estevao Cabral and 2 others
  • CONDUTORES DEVIAM SER TESTADOS À ESTUPIDEZ

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    Entretanto nas Caldas da Rainha….🤔
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    You and 21 others
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