Mês: Novembro 2020

  • saúde açores inoperante ou ineficaz?

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    INFORMAÇÃO IMPORTANTE COVID-19
    Venho por este meio expor a situação que me aconteceu nos últimos dias pois acho de uma extrema irresponsabilidade por parte de quem é de competência tais informações.
    A 12 de novembro de 2020, fui diagnosticada como caso positivo para a covid-19. Foi-me automaticamente solicitado pelo Delegado de Saúde do concelho da Ribeira Grande, que, uma vez que me encontrava no meu local de trabalho, reunisse todas as minhas coisas e fosse para casa, ao que lhe respondi que para mim era impensável dirigir me a casa pois a minha mãe era doente de risco e por uma questão de segurança não o deveria fazer. O mesmo respondeu-me que não me preocupasse, pois, a própria Delegação de Saúde se encarregaria de me alojar em outro local, e assim foi, vim alojada para o Hotel Lince. Importante será também dizer que neste dia fui contatada por parte do Delegado de Saúde à 12h30 através do contato do local onde me encontro a trabalhar.
    A partir deste momento, fiz o solicitado pela autoridade de saúde e desloquei a um sítio onde pudesse ficar isolada dos restantes membros (utentes e funcionárias), sendo este sítio uma casa de banho, local onde permaneci durante 6h30. Após insistência por parte da minha entidade patronal, apareceram às 19h00 para me ir buscar e trazer para o sítio onde ficaria alojada durante os meus 10 dias de quarentena. Gostaria também de acrescentar que neste mesmo dia, me foi dito pelo Delegado de Saúde, que seria contactada todos os dias para saber se apareceria algum sintoma, facto qual até dia 15 de novembro não se verificou.
    É importante referir que nos dias que se seguiram ao meu diagnóstico, o meu resultado nunca foi publicado pelas entidades competentes.
    A partir de dia 15 de novembro, fui contatada uma vez por dia no âmbito da vigilância ativa.
    No dia 20 de novembro, questionei à técnica/enfermeira que me contatou, se a marcação do teste se confirmava para sábado, dia 21 de novembro, ao que a mesma que respondeu que sim, e que no dia do teste seria contatada para me informarem da hora da realização.
    Chegado o dia 21 de novembro, aguardei informação por parte da entidade de saúde e visto não obter qualquer resposta até as 16h00, decidi por vontade própria contatar a linha de saúde 24, uma vez que no dia anterior a técnica me informou que a Delegação de Saúde da Ribeira Grande não trabalhava sábados, domingos e feriados. Posto isto, após quase 1h30 à espera que me atendessem da linha de apoio (demora elevada devido ao enorme fluxo de chamadas que recebem diariamente), a enfermeira que me atendeu, informou-me de forma extremamente desagradável que não poderia fazer nada pois só a Delegação de Saúde é que tinha acesso a esses dados. A mesma pediu-me também para ligar a Delegação de Saúde da Ribeira Grande hoje, dia 23 de novembro de 2020 para questionar sobre o sucedido.
    Mediante o ocorrente do fim de semana, hoje, dia 23 de novembro, TENTEI entrar em contacto com as entidades competentes, ao qual novamente nenhuma me conseguiu dar respostas. Posso dizer que entrei em contactos com 6 números de telefone, sendo estes o do Delegado de Saúde da Ribeira Grande, da própria Delegação de Saúde da Ribeira Grande, da Delegação de Saúde de Ponta Delgada, Hospital da Ribeira Grande, Linha de Apoio Não Médico e Linha de Saúde 24 (a qual me atendeu ao fim de 1h30 de tentativas). Importante será dizer que a linha de saúde 24 me voltou a informar do mesmo que foi dito no sábado.
    Com isto me pergunto:
    De quem é responsabilidade de informar das situações que vão ocorrendo, se o próprio sistema de saúde nem se interessa pelos utentes?
    Como será possível a ajuda da autoridade de saúde se não existe uma linha telefónica onde as pessoas diagnosticadas com Covid-19 consigam entrar em contacto rápido se tiverem algum sintoma mais forte?
    Será pedir muito que pelo menos não criem expetativas nas pessoas ou que simplesmente liguem a informar que não será possível a realização do teste?
  • açores diariamente casos de violência doméstica

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    Suspeito de violência doméstica fica impedido de se aproximar da vítima
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    Um homem de 27 anos foi detido, na última segunda-feira, pela PSP da Esquadra de Investigação Criminal da ilha de São Miguel pelo crime de violência doméstica. Está agora impedido de se aproximar da vítima e vigiado por pulseira electrónica.
    Os factos remontam à semana passada. No dia 19 de Novembro, a PSP recebeu uma denúncia, tendo recolhido provas que levaram posteriormente à detenção do suspeito.
    “No seguimento da denúncia dos factos susceptíveis de enquadrarem um crime de violência doméstica, vieram-se a recolher elementos que indiciam suficientemente um indivíduo do género masculino, com 27 anos, que cometeu os factos de que era suspeito”, explica a polícia, em comunicado.
    “Após a autuação da totalidade dos elementos probatórios recolhidos, foi solicitada a intervenção da Autoridade Judiciária competente, no que concerne à emissão de Mandados de Detenção fora de flagrante delito, visando o primeiro interrogatório do arguido a fim de lhe ser aplicada medida de coação diversa de termo de identidade e residência”, tendo sido o homem detido.
    Ao arguido presente à Autoridade Judiciária competente, foi-lhe aplicada as medidas de coacção de “afastamento da vítima, para além da proibição de se aproximar a menos de 150 metros, e com sujeição de controlo por pulseira electrónica”.
    No mesmo comunicado de actividade policial, a PSP dá conta da ocorrência de oito acidentes de viação na segunda-feira, dos quais resultaram um ferido grave, dois ligeiros e danos materiais.
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  • covid-fase-3 DUAS CRÓNICAS

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    COVID FASE 3 NO ADMIRÁVEL MUNDO NOVO CRÓNICA 364 DE 25.10.2020

    DIA 1 DE JANEIRO 2021, COMEÇA HOJE UMA NOVA ERA, a União Europeia decretou e deu poderes plenos aos estados membros para implementarem, de imediato, na medida das suas disponibilidades técnicas, as novas medidas de saúde púbica, necessárias para se lidar com a pandemia SARS-COV2 que alastrou, de forma descontrolada, por todo o mundo.

    Assim, a partir de hoje, o Estado decide quem pode sair de casa, quem se pode dirigir ao emprego e a qual emprego, quem pode ir aos super e hipermercados fazer compras, decidindo também o que cada um pode comprar se o Estado considerar tais compras essenciais e de primeira necessidade. Nem todos os itens expostos podem ser adquiridos por qualquer pessoa.

    Os levantamentos bancários continuam suspensos enquanto se introduzem as novas moedas virtuais e se faz a conversão de débitos e créditos em bitcoins e outras moedas.

    Os programas de reconhecimento facial serão lentamente introduzidos em todos os países para permitirem um maior controlo de ameaças terroristas e de grupos que visam desestabilizar a sociedade, contrariando as medidas de controlo da pandemia e de bem estar e saúde de todos os cidadãos.

    Todas as viagens para fora dos concelhos de residência e do país, terão de ser previamente autorizadas através do novo cartão de cidadão e de seus créditos sociais.

    As viaturas privadas só podem circular se previamente os seus proprietários tiverem obtido os créditos sociais necessários para circular e apenas nas áreas autorizadas.

    O novo sistema da EU permitirá aos cidadãos e empresas uma recompensa ou punição pelo respetivo comportamento social, como forma única de se debelar a grave crise de saúde que a Europa atravessa.

    Este novo sistema de créditos sociais inclui toda as ações que possam afetar a honestidade e idoneidade de cada pessoa (exemplos: não atravessar a rua nas passadeiras e zebras, escrever falsidades nas redes sociais, difamar, propagar boatos ou notícias falsas relativamente ao Estado e seus membros, não reciclar os resíduos urbanos, ter dívidas não pagas, ter comportamentos de alcoólatra, excesso de tempo gasto em jogos online, etc..

    Só assim será possível alcançar “harmonia social” nos campos da saúde, higiene e planeamento familiar; segurança social, cuidados com os mais velhos e caridade; trabalho e emprego; educação e investigação científica; cultura, desporto e turismo; proteção ambiental e poupança energética; aplicações e serviços de Internet; vida económica e social.

    Tudo o que for publicado online será rastreado e incluído na pontuação de cada cidadão, o que significa que quem postar mensagens positivas sobre o país, o governo, o sistema social, a economia, etc., terá uma classificação mais elevada (e vice-versa, é claro).

    Mas o que é ainda maior garante da justiça deste novo sistema, e a fim de evitar fraudes, é que os cidadãos não terão controlo total sobre a sua própria pontuação, pois a mesma depende também do que amigos e familiares disserem e fizerem online. Ou seja, se o cidadão X tiver o azar de ser amigo ou familiar de alguém que faça um comentário negativo online, ou que incorra em algum tipo de comportamento “desadequado”, o resultado é que o mesmo terá consequências negativas na sua classificação baixando-o e mesmo que X não tenha absolutamente nada a ver com o assunto.

    Por outro lado, se cometer um ato heroico, fizer doações, participar em programas de voluntariado poderá ter mais pontos na sua classificação pessoal, uma espécie de Euromilhões que lhe permitirá ter mais benefícios como internet mais rápida, mais viagens, mais compras, inscrever os filhos nas escolas de topo, obter empréstimos bancários, candidatarem-se a benefícios da segurança social, concorrerem à função pública, poderem trabalhar no setor da restauração e hotelaria, na indústria da medicina, bem como na transação de certo tipo de ativos; conduzirem comboios ou aviões; visitarem certos restaurantes, hotéis, clubes, adquirirem seguros de natureza variada; renovarem a própria casa e, finalmente, e como já referido, sofrerem imposições à velocidade da Internet, que ficará mais lenta..

    Tudo vai depender do seu nível de confiança e credibilidade.

    Para muitos analistas, há muito que os vários governos vinham solicitando autorização para este novo sistema de monitorização e classificação individual. E já vivemos há anos num mundo onde algoritmos preditivos determinam se somos uma ameaça, um risco, um bom cidadão ou se somos de confiança, pelo que a ameaça COVID veio permitir finalmente criar uma sociedade mais harmoniosa e funcional.

    No entanto, como nota discordante, surgiu em Portugal um movimento contestatário intitulado “Cidadãos pela liberdade” (já devidamente identificados e assinalados como perigosos desordeiros atentando contra a ordem pública) que pretende declarar a inconstitucionalidade das novas normas através de uma providência cautelar.

    A publicação deste artigo de minha autoria, comprovada que foi a sua originalidade e não plágio, dará um crédito de 5 pontos ao seu autor

    .

    Chrys Chrystello, Jornalista,

    Membro Honorário Vitalício nº 297713

    [Australian Journalists’ Association] MEEA]

    [Diário dos Açores (desde 2018)

    Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) e

    Tribuna das Ilhas (desde 2019)]

     

     

     

     

    365, não faça planos, eles já os fizeram por si, 2 nov 2020

    É oportuno recordar um conselho de Confúcio: “se tiveres planos para um ano, planta arroz; para dez anos planta árvores; para cem anos, educa as crianças.” Em democracia, isto seria muito difícil pois os políticos desta sábia visão não seriam reeleitos.

     

    Com esta história do Covid se não morremos da doença, morremos da cura, mas entretanto os nossos direitos constitucionais podem ainda ter utilidade e ser usados como papel de parede. Aproveite para usar sempre a máscara, já não precisa disfarçar o sorriso. Aceite o que os governos e a OMS lhe mandam, é para seu bem e no fim, ainda lhe oferecem a vacina (a da gripe existe há décadas e a gripe continua como há séculos mas podia ser pior, dizem-me). Fazem bem os que não ouvem os cientistas (enganam-se tantas vezes…) e os que antecipam cataclismos, tudo pode acontecer, um meteoro destruidor (como já sucedeu); um tsunami avassalador, a erupção de Yellowstone ou Cracatoa. Nesta indiferença suicida, aproveitem os dias que restam antes do fim, continuando a poluir os oceanos com os plásticos, que já comemos na alimentação diária, que já respiramos e absorvemos nos pulmões, beba a água que falta em muitos cantos do mundo enquanto não paga por ela e enquanto a torneira estiver aberta. Quem sabe, se a IA (inteligência artificial), que povoa fábricas e escritórios, finalmente decide que não temos inteligência suficiente para continuar a viver e nos condena ao extermínio, como fizemos a tanta civilização que descobrimos quando explorávamos os oceanos (lembro-me de Pizarro e Cortéz nas Américas).

     

    Por isso, continue a proferir palavras e desejos ocos; mas cheios de boas intenções; deixe-se absorver pelo consumismo exacerbado a que a massificação da propaganda o impele; compre, mais, sempre mais; endivide-se a si, aos filhos e aos netos para “possuir” bens materiais de que não necessita (embrulhados em plástico brilhante para poluir visivelmente) mas que lhe dão imenso gozo possuir mesmo que não os use (por exemplo um catamarã para navegar no Saara, um avião para estacionar na ilha do Corvo; um submarino para a Lagoa do Fogo; acredite que tem muitos amigos no Facebook; sinta que é um bom católico e vá à missa, aos enterros e outras funções (quando não espezinha os que se cruzam consigo ou se esquece dos ensinamentos dos livros sagrados); pense que é um bom patrão (só por ser condescendente com os súbditos, perdão, agora chamam-se “colaboradores”); estacione no lugar dos “deficientes (só demora um minuto) sempre que não encontre lugar à porta do supermercado; continue a ignorar como se circula numa rotunda; use a faixa do meio ou a da esquerda quando há mais do que uma nas autoestradas e vias rápidas; atire lixo ou beatas de cigarro do veículo em andamento ou se for a andar atire para o chão que a papeleira está a 50 metros; e terá, à sua frente, um futuro tão brilhante quanto o de Marco Túlio Cícero, advogado, político, escritor e filósofo. A sua influência na história da prosa subsequente é enorme. A ele se deve a introdução e o desenvolvimento da filosofia grega no mundo romano, bem como a criação de um vocabulário filosófico novo que incluiu termos como evidentia, humanitas, qualitas, quantitas e essentia. Morreu em 43 a.C. de morte matada. As suas mãos e a cabeça foram publicamente exibidas por ordem de Marco António. Se ainda não deu destino aos seus bens, pense nisso, pode não os ter amanhã ou não os poder utilizar. Quando os empregos acabarem vai viver de quê?

     

    Há tanta civilização, conhecida e desconhecida, que desapareceu da face da terra. Algumas deixaram rastos visíveis, outras sumiram e nem conseguimos interpretar os vestígios para avaliar as causas do desaparecimento, é conjeturável que o mesmo suceda à nossa. Tudo começará do zero, com os sobreviventes, se os houver, e como a História nos ensina, serão os tecnologicamente menos atualizados, como os aborígenes australianos em contexto tribal. Demorará milhares de anos a evolução tecnológica e até lá ficarão a pairar nos céus satélites obsoletos, perecerão as torres de comunicações indispensáveis à civilização atual, a natureza ocupará os edifícios abandonados, as areias enterrarão os exageros dos Emirados Árabes, e, alguém descobrirá os vestígios desta civilização como descobriram Borobodur[1] ou como descobrimos cidades Maias, em plena selva, soterradas por séculos de abandono.

    E termino parafraseando um mago da música, Roger Waters: “This species has amused itself to death” que é como quem diz “esta espécie (humana) divertiu-se imenso até à morte”. Seja feliz enquanto pode.

     

    . Chrys Chrystello, Jornalista,

    Membro Honorário Vitalício nº 297713 [Australian Journalists’ Association] MEEA]

    [Diário dos Açores (desde 2018)

    Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) e

    Tribuna das Ilhas (desde 2019)]

     

     

     

     

     

     

    [1] (Indonésia, Java, construído no séc. IX e ressurgido em 1814 ou em 1860 parte de Angkor Vat, Camboja, que ainda não foi totalmente redescoberto)

  • 40 anos/Timor-Leste: Maggiollo Gouveia,

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    Antonio Sampaio
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    Lusa – Dias das Independências
    40 anos/Timor-Leste: Maggiollo Gouveia, um dos nomes mais polémicos da história timorense recente
    *** Por António Sampaio, da agência Lusa ***
    Dili, 23 nov (Lusa) – Quarenta anos depois de ser morto em Aileu, a sul de Díli, Maggiollo Gouveia continua a ser um dos nomes mais polémicos da história recente de Timor-Leste, aplaudido por uns e considerado responsável pela guerra civil por outros.
    Uma polémica que se sente tanto em Timor-Leste como em Portugal, como evidenciou a troca de críticas que em 2003, 28 anos depois da sua morte, marcou a decisão do Governo português de lhe conceder um funeral com honras militares.
    Maggiollo Gouveia foi executado na vila de Aileu, a sul de Díli, nos últimos dias de 1975 já depois da invasão indonésia de Timor-Leste, que tinha ocorrido no dia 07 de dezembro, mas o debate tem sido tanto sobre a sua morte como sobre o que aconteceu desde agosto desse ano.
    Talvez o momento mais marcante da vida de Maggiollo Gouveia tenha sido a 12 de agosto de 1975, quando o tenente-coronel vai à Rádio Díli anunciar que deixa o comando da PSP na capital timorense e que abandona o exército português: fá-lo, explica, por “verdadeiro amor” à verdade, a Timor-Leste, a Portugal e à União Democrática Timorense (UDT), que defrontou a Fretilin na guerra civil timorense.
    A 21 de agosto, e com a decisão ainda a gerar perplexidade e confusão entre portugueses e timorenses em Díli, Maggiollo Gouveia é preso pela Fretilin.
    A família recebe, em outubro e novembro, através do Vaticano, quatro cartas, mas as notícias cessam até junho de 1976 quando o bispo de Díli escreve a Maria Natália Gouveia para a informar que o marido tinha sido fuzilado.
    Nessa carta o bispo citava um antigo preso, o administrador do concelho de Maubisse, Lúcio da Encarnação, que contou que Maggiollo Gouveia fora executado juntamente com “50 a 60” outros prisioneiros, “entre 9 e 15 de dezembro”, na estrada Aileu-Maubisse.
    Foi morto depois de rezar o terço “de joelhos em terra” e de declarar: “Morro por Timor. Morro pela minha pátria e pela minha fé católica. Podeis disparar”.
    Paulo Portas – cuja presença e declarações nas cerimónias fúnebres de 2003 foram fortemente contestadas por individualidades como Vasco Lourenço, Mário Soares e Ana Gomes – disse na altura que “era tempo” de prestar uma homenagem “ao ser humano que sofreu em condições terríveis, ao português ímpar que morreu acreditando em Portugal, ao oficial do Exército português que não conjugou o verbo abandonar, mas sim o verbo ficar”.
    Reagindo na altura à decisão do Governo português, o ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri, teceu em entrevista à Lusa algumas das críticas públicas mais duras de sempre contra Maggiollo, acusando-o diretamente de ter iniciado a guerra civil que conduziu ao “holocausto” em Timor-Leste.
    “Não compreendo como uma pessoa que tenha renunciado à sua condição de militar e tenha participado tão ativamente num conflito, tenha iniciado o conflito que conduziu Timor-Leste para uma situação de holocausto, durante 24 anos, possa hoje em dia ser quase considerado um herói nacional”, afirmou à Lusa em Díli.
    “Na altura era chefe da polícia em Timor-Leste e foi praticamente com o seu apoio que a guerra começou em Timor-Leste. Abriu as portas da sede da polícia e entregou-se às forças da UDT”, afirmou.
    Questionado diretamente pela agência Lusa sobre as condições em que morreu e se a sua execução foi ordenada pela liderança da Fretilin, Mari Alkatiri garante que as instruções “foram totalmente contrárias”.
    Para Mari Alkatiri a explicação da execução do militar português deve-se a “ódios pessoais”, naturais tanto pelo papel de Maggiollo Gouveia no conflito como pela natureza “confusa” do próprio conflito em Timor-Leste.
    Mari Alkatiri considera não haver informações precisas sobre os autores da execução, que considera terem já falecido, referindo no entanto que uma das teorias até lhe imputava diretamente responsabilidade.
    “Até houve uma notícia a dizer que tinha sido eu. Só se tivesse uma grande pontaria para, de Maputo, acertar aqui na cabeça do Maggiollo em Aileu”, refere Alkatiri que partiu de Timor-Leste três dias antes da invasão indonésia, a 04 de dezembro de 1975.
    Um dos primeiros documentos sobre a morte de Maggiollo Gouveia é assinado em 1976 por Costa Gomes, chefe do Estado Maior das Forças Armadas, que na altura considera que o ex-militar morreu em consequência de “uma situação de extrema perigosidade equiparável à do serviço de campanha e de manutenção da ordem pública”.
    Foi Rui Pena, ministro da Defesa do governo de António Guterres – que autoriza a transladação dos restos mortais de Timor-Leste – que em 2002 determina a prestação das honras militares.
    ASP // JMR
    Lusa/Fim
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    Rosely Forganes, Rosa Horta Carrascalao and 45 others
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  • TIMOR A REVOLTA DE 1959

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    Image may contain: 2 people, beard, text that says "o autor, João Luís Gonçalves (esquerda) na casa de Frederico Almeida, em Dili, um dos principais mentores da Revolta de 1959 contra os militares portugueses, o qual foi deportado para Angola em 1959, juntamente com outros 68 detidos."
    Frederico Almeida faleceu a 21 de novembro de 2020 em Díli. Foi um dos líderes da Revolta de 1959 contra a ocupação portuguesa em Timor-Leste (“não contra os portugueses”, dizia ele). Foi acusado de ser pró-indonésio. Por ironia do destino os seus dois filhos foram mortos à mão dos indonésios (Anatolino morreu na resistência timorense contra Indonésia e o filho Fredi morreu no massacre de Santa Cruz). Criou a Fundação Cristal que inclui escolas e a Universidade Cristal.
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  • PSP ATUOU NA HORTA

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    PSP fechou estabelecimento na Horta por incumprimento de regras
    ACORIANOORIENTAL.PT
    PSP fechou estabelecimento na Horta por incumprimento de regras
    Um estabelecimento de restauração e bebidas, localizado na cidade da Horta, foi encerra
  • ACORES-CANCELADO-FOGO-DE-ARTIFICIO

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    AÇORES CANCELADO FOGO DE ARTIFICIOPages From 2020 11 25 2