Mês: Setembro 2020

  • autógrafos ISABEL NOLASCO

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    Estarei na Feira do Livro de LISBOA na sexta-feira, dia 11, às 15h, no Pavilhão A15, para uma sessão de autógrafos do meu livro “Latitudes da Semelhança”.
    Lá vos espero com alegria!
    Bem hajam, e se puderem partilhem!
    Image may contain: text that says "மக Sessão de autógrafos Feira do Livro de Lisboa FE/RA LIVRO ISBOA 2020 Isabel Nolasco 11.09.2020 15h00- -18H00 Isabel Nolasco LATITUDES DA SEMELHANÇA PAVILHÃO A15 € poética edições www.poetica-livros.com/loja Facebook: @poeticalivros"
  • JOÃO DE MELO Da independência dos Açores e de certos mitos POR Vamberto Freitas Nas Duas Margens

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    Da independência dos Açores e de certos mitos As ilhas não mais seriam iguais, nem a noite o dia o saber os sonhos de cada um João de Melo, Livro De Vozes E Sombras Vamberto Freitas Vamos ao que ma…

    Source: Nas Duas Margens

  • joão de melo e o revisionismo histórico

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    Roberto Y. Carreiro

    MANIPULAÇÃO, MISTIFICAÇÃO E REVISIONISMO HISTÓRICO

    No passado dia 27 de Junho, o escritor açoriano João de Melo concedeu ao DN de Lisboa (link abaixo) uma entrevista, a propósito da publicação do seu último romance intitulado «Livro de Vozes e Sombras», no qual é abordado três momentos complexos da nossa História recente : o independentismo açoriano, a guerra colonial e a deriva totalitária ocorrida durante o PREC.

    Não vamos comentar e/ou criticar a obra literária acima referenciada, pois não é da nossa «especialidade», mas tão só comentar um parágrafo algo patético da lavra do jornalista que apresentou e conduziu a entrevista.

    Ora, o dito jornalista, inicia assim a sua prosa : « Só ao cabo de trinta livros é que o escritor João de Melo investe totalmente numa questão muito polémica da nossa história como foi a da ação terrorista da Frente de Libertação dos Açores. Pelo meio revisita a guerra colonial, a questão dos ‘retornados’ e a deriva esquerdista e populista do Verão Quente, que se segue à Revolução de Abril de 1974. ]

    Atribuir «acção terrorista» à FLA é manifestamente uma autêntica mentira histórica, tendo em atenção a conturbada e complexa conjuntura político-militar que se vivia.

    Essa adjectivação – «terrorista» – é muito recorrente na historiografia oficial portuguesa e tem sido bengala para muitas dissertações políticas e jornalísticas quando se aborda a erupção independentista açoriana da década de 70′. Inclusive dentro do nosso arquipélago há quem subscreva – grupos minoritários que nunca aceitaram a vontade do povo açoriano naquele período histórico – essa narrativa.

    Acontece que a FLA – embora sendo a precursora no combate directo às tentações totalitárias dum MFA espúrio e duma «esquerda» social-fascista – não actuou muito diferente daqueles partidos e organizações que hoje são considerados «pilares» da democracia portuguesa.

    No Verão Quente todos actuaram contra todos. Assaltos a sedes partidárias, atentados, assassinatos, saneamentos, expulsões do país, prisões, etc, etc.

    E há aqui uma manifesta dualidade de critérios. Enquanto a FLA não tem no seu «cadastro» nenhuma morte, os grupos terroristas portugueses continentais MDLP do General Spínola – com o ELP, seu braço armado -, vários grupos associados ao CDS, PSD e PS (assaltos a sedes partidárias adversárias, perseguições, roubos de armas e de explosivos militares,etc.) – têm no seu «cadastro» várias mortes e muitos atentados bombistas. E não esquecer a extrema-esquerda e os seus grupos PRP/Brigadas Revolucionárias e FP-25, responsáveis por dezenas de assassinatos.

    Para Portugal – e os seus lacaios – a FLA foi considerada uma «organização terrorista» – e até foi feita uma alínea constitucional para o efeito … – e os seus responsáveis foram perseguidos, julgados e muitos tiveram que fugir para os EUA e Canadá.

    Já o General António de Spínola, golpista e responsável politico e moral por dezenas de atentados bombistas e mortes – assim como muitos activistas militares e civis próximos dele – foram «recuperados» para a democracia, amnistiados , chegando o dito General à posição honorífica de Marechal.

    Também – e pela mão de Mário Soares – muitos membros da FP-25Abril , a começar pelo seu estratega politico e moral, Otelo Saraiva de Carvalho, foram amnistiados pela República.

    Os que nos Açores lutaram pela libertação da sua terra e contra a ameaça duma nova ditadura militar de sinal contrário são considerados «terroristas». Já aqueles que no Continente puseram o país a ferro e fogo, foram e são considerados grandes «democratas» e comendadores da República.

    Por aqui se vê o que faz a «lavagem cerebral»… que alguns foram alvo e objecto….

    https://www.dn.pt/…/parece-que-nunca-fomos-cruzados-inquisi…

    @ Ryc

  • A Airbnb precisa de mudar. Temos de regressar ao essencial – Viver – Revista Must

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    A Airbnb sofreu um golpe de mil milhões de dólares com a pandemia — enquanto enfrentava acusações de fomentar o aumento das rendas e incentivar o turismo excessivo. O seu cofundador, Brian Chesky, conversou com John Arlidge sobre como a sua empresa perdeu o rumo — e o que vai fazer para retomá-lo.

    Source: A Airbnb precisa de mudar. Temos de regressar ao essencial – Viver – Revista Must

  • CURVA EPIDEMIOLÓGICA, MANIFS DE RUA, AVANTE E OUTRAS TRETAS

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    Rui Lima

    A curva Epidemiologica da Alemanha e os vários protestos nas ruas, sem máscaras e sem distanciamento.

    0 efeito
    Não houve nenhum drama
    15 dias depois não houve nada
    As medidas são placebo.

    Não se preocupem com o Avante, festas de vizinhos… Preocupem-se com a perda de liberdades actual e o que mais vão inventar dia 15 de Setembro…

    #sairdecasa

  • VÍRUS INTELIGENTE

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    A GRANDE INTELIGÊNCIA DO VÍRUS MISTERIOSO

    “Covid 19 é o vírus mais misterioso que já existiu.
    É muito perigoso porque se espalha rapidamente, mas leva 14 dias para incubar e morre com água e sabão.
    É incrível como ele desaparece quando há grandes grupos de pessoas com papeletos e bandeirolas, mas se fores ao cinema, a um concerto ou a um evento desportivo, ele atacará com toda a sua fúria.
    Se fores a uma loja de roupas ele pega-se a ti, mas isso não acontece dentro dos supermercados – ele não te contagia quando passas por todos os corredores e te cruzas com os clientes, mas tens que ficar a 2 metros de distância para entrar e, para pagar. Além disso, se comprares numa loja de esquina ou num café, bar ou restaurante, ele vai lá ter contigo; mas não vai ao Continente, Lidl ou Pingo Doce, aí não!
    O vírus vigia as tuas compras de álcool: se comprares um pacote de 6 minis ou 1 garrafa de vinho, vais ficar muito susceptível ao contágio, principalmente se passar das 20h.
    É incrível como ele se prolifera em pesos, aparelhos de ginástica, bolas de basquete e bolas de futebol, mas não sobrevive em carrinhos e cestos de supermercado.
    Este vírus é atraído por estilistas, massagistas, dentistas, mas não é atraído por caixas de banco, máquinas automáticas, parquimetros ou funcionários de supermercado e entregadores de fast food.
    Chega a ser tão inteligente que não incomoda as primeiras 10 pessoas reunidas num local, mas se forem 11 aí já infecta. Portanto, conta bem quantas pessoas existem antes de ires a algum local, mas fica tranquilo porque isso não se aplica aos supermercados nem aos transportes – porque o vírus é tão inteligente que se circulares de carro ou moto, ele infecta imediatamente, mas se fores de transportes públicos (sabe-se lá quantos e quem entrou), nada acontecerá contigo, porque o virus não atua nos transportes públicos.
    Se fores à praia o vírus descobre e persegue-te, mas o vírus não fica nas moedas ou nas luvas de quem te cobra as compras ou os impostos, nem nos variados locais de trabalho (certamente por respeito a quem trabalha).
    Começou por ir à escola, mas 6 meses depois desistiu. As escolas são agora seguras porque o virus já aprendeu tudo e, graduou-se com distinção.
    Este vírus sabe o que tu queres e vê o que tu realmente precisas. Se quiseres fazer as unhas ou cortar o cabelo, nem a máscara vai te ajudar. Mas se precisares de um canalizador porque o wc entupiu, o vírus enfraquece e a máscara protege-te imenso.
    A sua virulência aumenta depois da meia-noite, então os negócios de restauração têm que fechar, assim como os bares e discotecas. O vírus também se espalha nas tardes de sexta-feira até segunda-feira às 7h, quando tens que ir trabalhar.
    Este é todo um ciclo que confunde os melhores cientistas do mundo e baralha a evidência científica.
    Que vírus estranho este.”

    Este texto não fui eu que escrevi, mas estou completamente de acordo. Está na hora de acordar, e perceber o que realmente é verdade ..

    😂😂😂

    Comments
    • João Costa Espetaculares ironias 🤣🤣🤣
    • Luis Filipe Matos Há uma coisa que se chama probabilidade… Ainda ontem critiquei meterem 50 pessoas num autocarro entre a gare e o avião, quando 2 minutos antes tínhamos de estar a 2m de distância… Mas, diminuindo o tempo em que estamos sujeitos, percentualmente também estamos a diminuir a probabilidade… Portanto, por muito engraçados que estes textos sejam, ou ridículas que sejam as regras, temos de ver esta questão.
    • Paulo Batista Muito bom
    • Fernando Noronha da Costa É o “Bicho papão” de que tanto ouvimos falar.
    • Joao Pacheco Desliguem as televisões que o vírus passa 🤣
    • Maria João Mendonça Fontes Covid-19 não é o vírus. Covid-19 é a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2 ou novo coronavírus.
    • Mario Medeiros Divinal !
    • Helder Vieira Fortes Fortes Nem mais e’ o virus da manipulacao… Caimos na armadilha e quem morreu a morte estava proxima e outras doencas tambem desapareceram!!
    • André Raposo Martins Aos poucos, estamos a acordar pra fraude que estamos a viver. Rejeitar o medo imposto, e pesquisar o tema é o melhor que temos a fazer. Mesmo com toda a censura, aconselho vivamente pesquisarem nas plataformas habituais o Dr Rashid Buttar, Dr Richard Bartlett, Dr Steve Gundry, entre tantos outros que vos aparecerão. Sheep no more!! 💪🏻
    • Toni Medeiros BE SMART ::NOT DUMB
    • Eduardo Leal A dois dias ando a fazer viagem França Bélgica e vise versa e paramos em várias villas e cidades e vemos as esplanadas cheias de gente então não consigo perceber mas eu respeito e estou a conprir usar a máscara
    Write a comment…
  • PRÉMIO FOTOGRAFIA

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    #FindYourAzores 24H Photo Challenge
    É com alegria que anunciamos os vencedores e selecionados para exposição do nosso primeiro concurso de fotografia. Mais de 60 fotografias depois, anunciamos os vencedores.
    Inauguração da exposição a 11 setembro às 18h30 na Praça do Emigrante.

    It is with joy that we announce the winners and selected for the exhibition of our first photography contest. More than 60 photographs later, we announced the winners.
    Opening of the exhibition on September 11 at 6:30 pm at the Emigrant Square

    PRÉMIO JÚRI
    MÁQUINA FOTOGRÁFICA:
    Paulo de Medeiros “Tenho em mim todos os sonhos do mundo”
    TELEMÓVEL:
    Carina Silva “A writer is someone who pays attention to the world”

    PRÉMIO PÚBLICO
    MÁQUINA FOTOGRÁFICA: Daniel Fernandes “Emigrantes intemporais”
    TELEMÓVEL: Pedro Alves “É preciso ter lata”

    SELECCIONADOS PARA EXPOSIÇÃO
    MÁQUINA FOTOGRÁFICA:
    José Maria Sousa “Novo Mundo”
    Pedro Rosa “A nossa Terra”
    Rodrigo Teixeira Pereira “Destino iluminado”
    Henrique Silva “A Terra vista do Espaço”
    TELEMÓVEL:
    Cristina Pita “Povo pelo Mundo”
    Gabi Pontes “Rumo a novos horizontes”
    Carina Silva “Folding my dreams into paper planes”
    Gabi Pontes “Emigrantes Açorianos”

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  • A sociedade dos empregos de merda

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    A sociedade dos empregos de merda

    Posted: 04 Sep 2020 09:09 AM PDT

    #Publicado em português do Brasil

    Como o capitalismo contemporâneo cria sem cessar ocupações inúteis, enquanto remunera muito mal as mais necessárias. Quais as alternativas? Garantia de trabalho? Ou Renda Cidadã Universal?

    David Graeber*, entrevistado por Eric Allen Been, na Vice | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins

    Em 1930, o economista britânico John Maynard Keynes previu que, no final do século 20, países como os Estados Unidos teriam – ou deveriam ter – jornadas de trabalho de 15 horas semanais. Por que? Em grande medida, a tecnologia tiraria de nossas mãos tarefas sem sentido. Claro, isso nunca ocorreu. Ao contrário, muitíssimas pessoas, em todo o mundo, estão submetidas a longas jornadas como advogados corporativos, consultores, operadores de telemarketing e outras ocupações.

    Mas enquanto muitos de nós julgamos nossos trabalhos muito aborrecidos, algumas ocupações não fazem sentido algum, segundo o escritor anarquista David Graeber. Em seu novo livro, “Bullshit Jobs: A Theory” [“Trabalhos de Merda: Uma Teoria”], o autor argumenta que os seres humanos consomem suas vidas, muito frequentemente, em atividades assalariadas inúteis. Graeber, que nasceu nos EUA e que já havia escrito, entre outras obras, Dívida: Os Primeiros 5000 anos e The Utopia of Rules [ainda sem edição em português] é professor de Antropologia na London School of Economics e uma das vozes mais conhecidas do movimento Occupy Wall Street (atribui-se a ele a frase “Somos os 99%”).

    A “Vice” encontrou-se há pouco com Graeber para conversar sobre o que ele define como “emprego de merda”; por que os trabalhos socialmente úteis são tão mal pagos, e como uma renda básica assegurada a todos poderia resolver esta enorme injustiça.

    Em primeiro lugar, o que são empregos de merda e por que existem?

    Basicamente, um emprego de merda é aquele cujo executor pensa secretamente que sua atividade ou é completamente sem sentido, ou não produz nada. E também considera que se aquele emprego desaparecesse, o mundo poderia inclusive converter-se num lugar melhor. Mas o trabalhador não pode admitir isso – daí o elemento de merda. Trata-se, portanto, em essência, de fingir que se está fazendo algo útil, só que não.

    Uma série de fatores contribuiu para criar esta situação estranha. Um deles é a filosofia geral de que o trabalho – não importa qual – é sempre bom. Se há algo em que a esquerda e a direita clássicas frequentemente estão de acordo é no fato de ambas concordarem que mais empregos são uma solução para qualquer problema. Não se fala em “bons” trabalhos, que de fato signifiquem algo. Um conservador, para o qual precisamos reduzir impostos para estimular os “criadores de emprego”, não falará sobre que tipo de ocupações quer criar. Mas há também partidários da esquerda insistindo em como precisamos de mais ocupações para apoiar as famílias que trabalham duro. Mas e as famílias que desejam trabalhar moderadamente? Quem as apoiará?

    Até mesmo os empregos de merda garantem a renda necessária para que as pessoas sobrevivam. No fim das contas, por que isso é ruim?

    Mas a questão é: se a sociedade tem os meios para sustentar todo mundo – o que é verdade – por que insistimos em que os trabalhadores passem sua vida cavando e em seguida tapando buracos? Não faz muito sentido, certo? Em termos sociais, parece sadismo.

    Em termos individuais, isso pode ser visto como uma boa troca. Mas, na verdade, as pessoas obrigadas a tais trabalhos estão em situação miserável. Podem considerar: “estou ganhando algo por nada”. Bem, as pessoas que recebem salários bons, muitas vezes de nível executivo, certamente de classe média, quase sempre passam o dia em jogos de computador ou atualizando seus perfis de Facebook. Quem sabe, atendendo o telefone duas vezes por dia. Deveriam estar felizes por ser malandros, certo? Mas não são.

    As pessoas contratadas para tais trabalhos relatam, regularmente, que estão deprimidas. E se lamentarão, e praticarão bullying umas contra as outras, e se apavorarão com prazos finais porque são de fato muito raras. Porém, se pudessem buscar uma razão social no trabalho, uma boa parte de suas atividades desapareceria. As doenças psicossomáticas de que as pessoas padecem simplesmente somem, no momento em que elas precisam realizar uma tarefa real, ou em que se demitem e partem para um trabalho de verdade.

    Segundo seu livro, a sociedade pressiona os jovens estudantes para buscar alguma experiência de emprego, com o único objetivo de ensiná-los a fingir que trabalham.

    É interessante. Chamo de trabalho real aquele em que o trabalhador realiza alguma coisa. Se você é estudante, trata-se de escrever. Preparar projetos. Se você é um estudante de Ciências, faz atividades de laboratório. Presta exames. É condicionado pelos resultados e precisa organizar sua atividade da maneira mais efetiva possível para chegar a eles.

    Porém, os empregos oferecidos aos estudantes frequentemente implicam não fazer nada. Muitas vezes, são funções administrativas onde eles simplesmente rearranjam papéis o dia inteiro. Na verdade, estão sendo ensinados a não se queixar e a compreender que, assim que terminarem os estudos, não serão mais julgados pelos resultados – mas, essencialmente, pela habilidade em cumprir ordens.

    E os empregos tecnológicos ou na mídia. Seriam, também, de merda?

    Certamente. Por meio do Twitter, pedi às pessoas que me relatassem seus empregos mais sem sentido. Obtive centenas de respostas. Havia um rapaz, por exemplo, que desenhava bâners publicitários para páginas web. Disse que havia dados demonstrando que ninguém nunca clica nestes anúncios. Mas era preciso manipular os dados para “demonstrar” aos clientes que havia visualizações – para que as pessoas julgassem o trabalho importante.

    Na mídia, há um exemplo interessante: revistas e jornais internos, para grandes corporações. Há bastante gente envolvida na produção deste material, que existe principalmente para que os executivos sintam-se bem a respeito de si próprios. Ninguém mais lê estas publicações.

    A automação é vista, muitas vezes, como algo negativo. Você discorda deste ponto de vista, não?

    Certamente. Não o compreendo. Por que não deveríamos eliminar os trabalhos desagradáveis? Em 1900 ou 1950, quando se imaginava o futuro, pensava-se: “As pessoas estarão trabalhando 15 horas por semana. É ótimo, porque os robôs farão o trabalho por nós”. Hoje, este futuro chegou e dizemos: ”Oh, não. Os robôs estão chegando para roubar nossos trabalhos”. Em parte, é porque não podemos mais imaginar o que faríamos conosco mesmo se tivéssemos um tempo razoável de lazer.

    Como antropólogo, sei perfeitamente que tempo abundante de lazer não irá levar a maioria das pessoas à depressão. As pessoas encontram o que fazer. Apenas não sabemos que tipo de atividade seria, porque não temos tempo de lazer suficiente para imaginar.

    Pergunto: por que as pessoas agem como se a perspectiva de eliminar o trabalho desnecessário fosse um problema? Deveríamos pensar que um sistema eficiente é aquele em que se pode dizer: “Bem, temos menos necessidade de trabalho. Vamos redistribuir o trabalho necessário de maneira equitativa”. Por que isso é difícil? Se as pessoas simplesmente assumem que é algo completamente impossível, parece-me claro que não estamos em um sistema eficiente.

    Um dos pontos mais interessantes do livro são suas observações sobre como os empregos socialmente valiosos são quase sempre menos bem pagos que os empregos de merda.

    Foi uma das coisas que, pessoalmente, mais me chocou na fase da pesquisa. Comecei a tentar descobrir se algum economista havia observado o fenômeno e tentado explicá-lo. Houve antecedentes, na verdade. Alguns eram economistas de esquerda; outros, não. Alguns eram totalmente mainstream.

    Mas todos chegaram à mesma conclusão. Segundo eles, há uma tendência: quanto mais benefícios sociais um emprego produz, menor tende a ser a remuneração – e também a dignidade, o respeito e os benefícios. É curioso. Há poucas exceções e não são tão excepcionais como se poderia pensar. Os médicos, é claro, são um caso notório: é evidente que são pagos com justiça e oferecem benefícios sociais.

    Porém, há um argumento recorrente: “Não seria bom que pessoas interessadas apenas em dinheiro ensinassem as crianças. Não se deve pagar demais aos professores. Se o fizéssemos, teríamos gente gananciosa na profissão, em vez de professores que se sacrificam”. Há também a ideia de que se um trabalhador sabe que sua atividade produz benefícios, isso pode ser o bastante. “Como, você quer dinheiro, além de tudo?” As pessoas tendem a discriminar qualquer um que tenha escolhido um emprego altruísta, sacrificante ou apenas útil.

    Aparentemente, você é pouco favorável à ideia de garantia de trabalho, defendida entre outros por Bernie Sanders [candidato de esquerda à presidência dos EUA], por preferir a garantia de renda cidadã.

    Sim. Sou alguém que não quer criar mais burocracia e mais empregos de merda. Há um debate sobre garantia de trabalho – que Sanders, de fato, propõe, nos EUA. Significa que os governos deveriam assegurar que todos tenham acesso ao menos a algum tipo de trabalho. Mas a ideia por trás da renda universal da cidadania é outra: simplesmente assegurar às pessoas meios suficientes para viver com dignidade. Além desse patamar, cada um pode definir quanto mais deseja.

    Acredito que a garantia de trabalho certamente criaria mais empregos de merda. Historicamente, é o que sempre acontece. E por que deveríamos querer que os governos decidissem o que podemos fazer? Liberdade implica em nossa capacidade de decidir por nós mesmos o que queremos e como queremos contribuir para a sociedade. Mas vivemos como se tivéssemos nos condicionado a pensar que, embora vejamos na liberdade o valor mais alto, na verdade não a desejamos. A renda básica da cidadania ajudaria a garantir exatamente isso. Não seria ótimo dizer: “Você não tem mais que se preocupar com a sobrevivência. Vá e decida o que quer fazer consigo mesmo”?

    Mas todos chegaram à mesma conclusão. Segundo eles, há uma tendência: quanto mais benefícios sociais um emprego produz, menor tende a ser a remuneração – e também a dignidade, o respeito e os benefícios. É curioso. Há poucas exceções e não são tão excepcionais como se poderia pensar. Os médicos, é claro, são um caso notório: é evidente que são pagos com justiça e oferecem benefícios sociais.

    Porém, há um argumento recorrente: “Não seria bom que pessoas interessadas apenas em dinheiro ensinassem as crianças. Não se deve pagar demais aos professores. Se o fizéssemos, teríamos gente gananciosa na profissão, em vez de professores que se sacrificam”. Há também a ideia de que se um trabalhador sabe que sua atividade produz benefícios, isso pode ser o bastante. “Como, você quer dinheiro, além de tudo?” As pessoas tendem a discriminar qualquer um que tenha escolhido um emprego altruísta, sacrificante ou apenas útil.

    Aparentemente, você é pouco favorável à ideia de garantia de trabalho, defendida entre outros por Bernie Sanders [candidato de esquerda à presidência dos EUA], por preferir a garantia de renda cidadã.

    Sim. Sou alguém que não quer criar mais burocracia e mais empregos de merda. Há um debate sobre garantia de trabalho – que Sanders, de fato, propõe, nos EUA. Significa que os governos deveriam assegurar que todos tenham acesso ao menos a algum tipo de trabalho. Mas a ideia por trás da renda universal da cidadania é outra: simplesmente assegurar às pessoas meios suficientes para viver com dignidade. Além desse patamar, cada um pode definir quanto mais deseja.

    Acredito que a garantia de trabalho certamente criaria mais empregos de merda. Historicamente, é o que sempre acontece. E por que deveríamos querer que os governos decidissem o que podemos fazer? Liberdade implica em nossa capacidade de decidir por nós mesmos o que queremos e como queremos contribuir para a sociedade. Mas vivemos como se tivéssemos nos condicionado a pensar que, embora vejamos na liberdade o valor mais alto, na verdade não a desejamos. A renda básica da cidadania ajudaria a garantir exatamente isso. Não seria ótimo dizer: “Você não tem mais que se preocupar com a sobrevivência. Vá e decisa o que quer fazer consigo mesmo”?

    Gostou do texto? Contribua para manter e ampliar nosso jornalismo de profundidade: OUTROS QUINHENTOS

     

    DAVID GRAEBER

    Anarquista, antropólogo e professor no Colégio Goldsmith da Universidade de Londres . Anteriormente foi professor associado na Universidade de Yale. Graeber participa ativamente em movimentos sociais e políticos, protestanto contra o Fórum Econômico Mundial de 2002 e o movimento Occupy Wall Street. Ele é membro do Industrial Workers of the World e faz parte do comite da Organização Internacional para uma Sociedade Participativa (em inglês: International Organization for a Participatory Society)

    MAIS:

    Há seis excelentes textos de David Graeber na biblioteca de Outras Palavras. Tratam das ocupações inúteis, da crise do capitalismo, do declínio da ciência econômica e da revolução curda em Kobane, onde há fortíssimo protagonismo de mulheres. Os artigos podem ser acessados aqui

     
  • O COVID TIROU A MANTA AOS NOVOS ESTADOS POLICIAIS

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    Really, Netherlands?

    -0:14

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    Silver Turkeye

    #Netherlands #The _ Hague – August 20.

    Peaceful corona protesters face this brutal state power – NO CHANCE ‼️

    Two women are getting right here…

    The woman in the blue shirt tries to preserve your dignity and swallow the tears after the police officer’s hard punches and treatment…