Mês: Julho 2020

  • ANTÓNIO BULCÃO · Gente que se julga II

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    Gente que se julga II
    Imagine o leitor que constrói uma casa de raiz e, mal-avisado sobre o bicho ruim que por aí anda, decide meter madeira que é feio na habitação.
    Ele é tectos à vista de criptoméria, ele é sobrado de roseira, ele é janelas de eucalipto. Anos passados, numa noite está a ver televisão, tentando descobrir quem quer casar com um agricultor, e cai-lhe uma pisca de farelo no ombro. O leitor não liga nenhuma. Coisas da natureza, pensa, pois um caruncho aqui outro ali é coisa normal, que o parasita também tem direito à vida…
    Semanas passadas começam as queixas da mulher. Que não tem mãos a medir nas limpezas, vassoura de manhã, aspirador à tarde, é farelo por tudo o que é canto. O leitor assusta-se e decide investigar. Chama de urgência um técnico da especialidade desparazitadora que cheira, espreita e lambe, no fim produzindo um relatório aterrorizador: isto está tudo tomado pelas térmitas.
    Tratamentos para cima das maceradas madeiras. Coisa para matar, verniz para conservar, uma fortuna em químicos mal cheirosos, tudo indica que a casa se vai aguentar mais uns tempos grandes. Mas um olho em cada farelo, que o bicho ruim por vezes toma os tratamentos por maionese e ketchup, até parece que ganha mais apetite para roer, Nosso Senhor seja louvado…
    Não se imagina o zeloso leitor a dizer “deixa andar” para a mulher, ou “quando cair o tecto logo se vê”, para si mesmo, pois não? Se não cuidarmos daquilo que é nosso, quem vai cuidar por nós?
    Só que tenho uma má notícia para si, caro leitor: a casa que é de todos, a Casa da Autonomia, está a ficar cheia de térmitas. Analisemos algumas espécies.
    Há a praga denominada “Parasitus Sellulariis Quaestibus”. Traduzido do latim, é o parasita sedentário, classe formada por aqueles que já andam há mais de vinte anos na política e que se preparam para continuar até à reforma das profissões que abandonaram e para as quais não querem voltar de maneira nenhuma.
    Mas há outra espécie, muito mais perigosa e agressiva, denominada “Chicus Subtiliter”, em tradução livre “Praga dos Chicos Espertos”. Não quer dizer que não haja chicos espertos entre a praga sedentária. Só aqui na ilha conheci dois, um retirado, outro no activo. Mas a espécie pura é formada por rapazes que nunca exerceram uma profissão e que ingressaram directamente na vida política.
    Bicharoco tremendamente atrevido e invasivo, tem uma predileção por tectos. Por outras palavras, querem chegar ao cume o mais depressa possível. E muitos já o conseguiram. São secretários regionais, líderes de grupo parlamentar, o que vier à rede é peixe.
    Suspenderam os cursos superiores que estavam tirando para responder à necessidade imperiosa de tratar da vida de todos nós. O problema é que não se mostram preparados para zelar pelo colectivo, uma vez que nunca deram provas de serem capazes de cuidar das suas vidas pessoais.
    O conhecimento e a preparação para fazer leis ou governar só podem vir de duas fontes: de saberes académicos ou da experiência da vida. O ideal é vir das duas, simultaneamente.
    O problema é que, no caso dos chicos espertos, não vêm de nenhuma delas. Rapazins bem- falantes (alguns), vestidinhos como quem acabou de sair da comunhão solene, metem-se no partido do poder que lhes pode resolver a vidinha e vão trepando pela árvore acima, tomando a casca, roendo o miolo.
    As razões pelas quais preferem a política a acabar os seus estudos e abraçarem uma profissão, são por demais evidentes, embora as possamos analisar futuramente. Mas uma coisa é certa: na cabeça destes chicos espertos, a política é o melhor para eles.
    A chatice é que não é o melhor para nós…
    Como começar a desparasitação, erradicar as térmitas de uma vez por todas e manter a Casa da Autonomia livre de espertismos, é tarefa colectiva. A não ser que queiramos tratar a casa comum pior do que tratamos das nossas…
    António Bulcão

  • património a apodrecer em Santa Maria

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    9 hrs

    Estás abandonado, mas o Baú da Avó tem uma solução para ti.

    Comments
    • Ana Pereira Muito bem!
      Não entendo como ninguém responsável por esta relíquia, não teve a sensibilidade de o recuperar.Faz parte da História e património do Aeroporto!!
      Mas nada no Aeroporto me espanta, muito já foi por água abaixo sem dó nem piedade.🤦‍♀️🤯😬

      Humberta AraujoHumberta Araujo replied

      1 reply 39m

    • Rui Torres Nunca houve sensibilidade para isto. Começando em Lisboa e acabando nos Açores. Fazer novo( em cimento) é mais fácil !!
    • Chrys Chrystello em 2006 quando vi sta maria pela primeira vez fiquei menente e tive ideias..nada se passou…transcrevo do livro chronicaçores Quando estive pela primeira vez em Santa Maria, viajei de volta à minha adolescência tendo fascinado prédios e instalações antigas, em especial as instalações do enorme aeroporto, da Vila do Porto. Tudo me encanta e remete ao passado azafamado da Segunda Guerra, quase coetâneo do meu nascimento. Até pensei em tentar fazer um projeto de recuperação das instalações. Nessa data – e já lá vão uns anos – ainda não era a Câmara Municipal responsável por esses equipamentos urbanos. Imaginem só, a vila quase não possui pontos turísticos e se fosse possível das instalações desativadas construir um verdadeiro museu em homenagem ao esforço da Segunda Guerra, seria possível reproduzir artesanalmente dentro daquele espa-ço incrível a vida no tempo da guerra. Haveria lugar para o artesanato que os visitantes poderiam levar de lembrança, criando oportunidades e revitalizando a Vila do Porto. Deixaram acabar quase tudo o que era importante preservar. Assim se reporia a verdade sobre um povo maravilhoso que merecia maior respeito pela história e património, realmente uma pena… Agora falta converter num Museu vivo e recolher exem-plares que andem espalhados de relíquias da guerra.
  • CHEGA de hipocrisia, falsos perfis e trabalho privado

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    -3:06

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    Esquerda Net

    Moisés Ferreira desfaz hipocrisia de André Ventura

    🔥 Deputado do Chega faltou a reuniões sobre COVID 19 na Comissão de Saúde

    🔥 André Ventura tem mais faltas do que presenças em reuniões de Comissão

    🔥 André Ventura privilegia hobbie de youtuber em vez do trabalho parlamentar

    🔥 Falta às reuniões para fazer pareceres na consultora financeira em que trabalha?

    🔥 André Ventura tem 20 mil contas falsas nas redes sociais

    🔥 André Ventura defende privatização do Serviço Nacional de Saúde e despedimentos de profissionais de saíde. Como é que o CHEGA responderia à crise da COVID 19?

    🔥 André Ventura é fã do clã Bolsonaro. Em Portugal não queremos valas comuns, queremos um Serviço Nacional de Saúde forte.

  • peste bubónica nos açores

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    Apontamentos sobre a peste bubónica em Vila Franca do Campo

    A peste negra ou peste bubónica é uma doença causada pelo bactéria Yersinia pestis, que desencadeou uma pandemia, na segunda metade do século XIV, matando um terço da população europeia.

    Com origem na Ásia central, a infeção é transmitida pelas pulgas de roedores que com a morte destes, os seus hospedeiros naturais, procuram outros entre os quais os humanos, originando assim as epidemias.

    Alguns autores, põem a hipótese de fatores climáticos estarem associados ao aumento das populações de roedores e de pulgas numa dada região, em épocas determinadas.

    Em Portugal Continental o último surto de peste bubónica ocorreu em 1899, o arquipélago da Madeira foi atingido pela doença em 1905 e os Açores em 1908, tendo persistido neste arquipélago durante cinco décadas.

    Sobre os primeiros anos da peste bubónica nos Açores, recomenda-se a leitura da «Terceira Parte “Peste nos Açores – A campanha da Ilha Terceira (1908-1909) e a desratização do Arquipélago Açoriano”», do livro “Peste Bubónica”, da autoria de Carlos Maciel Ribeiro Fortes.

    No estudo e no combate à doença, na Ilha Terceira, notabilizou-se António de Sousa Júnior, Doutor em Medicina e futuro Ministro da Instrução, que para tal voltou à sua terra natal, tendo estado em São Miguel onde realizou algumas conferências sobre o assunto.

    De acordo com J.A. David de Morais, nos Açores, os anos mais castigados foram o de 1931, onde se registaram 151 óbitos e o de 1932, em que ocorreram 102 óbitos. Ainda segundo o autor referido, entre 1930 e 1949, ocorreram 732 mortes por peste bubónica, o que corresponde a uma média de 37 óbitos por ano.

    O jornal “Correio dos Açores”, de 3 de janeiro de1923, noticia o que terão sido os primeiros casos de peste bubónica, pelo menos naquele ano, no concelho de Vila Franca do Campo. Com efeito, a nota referida menciona que os três primeiros casos ocorreram na freguesia de Água d’Alto e que as autoridades administrativas e sanitárias se reuniram para tomar “as mais rigorosas providências para que a horrível doença não se alastre ao resto do Concelho”.

    Com a leitura da mesma notícia fica-se a saber “que antes do aparecimento d’estes 3 casos foram encontrados bastantes ratos e alguns gatos mortos, o que denota que a epizootia da peste está ali bastante adiantada”.

    A 28 de março de 1923, o Correio dos Açores publica um texto do seu correspondente em Vila Franca do Campo, onde este refere o aparecimento de um presumível caso de peste bubónica na Rua Direita.

    Para além de dar conta do aparecimento de “mais ratos pestosos”, a notícia refere que a Câmara Municipal fornece “desinfetantes para uso de todas as Repartições Públicas, escolas, Igrejas e casas de pessoas reconhecidamente pobres”.

    Em 1932, no dia 9 de janeiro, o Correio dos Açores publica um texto do seu correspondente em Vila Franca do Campo, onde este dá a conhecer vários casos de peste bubónica no concelho. Assim, segundo ele, foi detetado um caso na freguesia de São Pedro e 11 casos na freguesia de Água d’Alto, tendo nesta morrido 2 pessoas.

    Para o combate à doença a Câmara Municipal tinha marcado uma reunião aberta às autoridades de saúde do concelho com vista a tomar medidas, como a aquisição de desinfetantes para desinfeções tanto públicas como particulares, soro e vacina ati-pestosa”.

    A Igreja, outrora um dos meios mais importantes para divulgação de informações, também não ficou alheia. Com efeito, os párocos das duas freguesias referidas durante as missas fizeram “a leitura das prescrições médicas aconselhadas pela autoridade sanitária, acompanhando essa leitura de avisos salutares para que todos se compenetrem da gravidade da doença”.

    Teófilo Braga
    (Correio dos Açores, 32 169, 1 de julho de 2020, p.13)

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  • ar condicionado não afeta covid

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    😍😍😍

    A autoridade de saúde garante que está para breve a publicação de uma série de indicações para o uso destes aparelhos em edifícios públicos, de habitação, comerciais e de …

  • reembolsos do irs andam perdidos????

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    as devoluções de IRS andam perdidas em vez de crédito na conta enviaram cheques pelos CTT que extraviaram????? parece, estou á espera desde os primeiros dias de abril, ou já foi todo para o banco novo?

  • IDIOTAS E O POLITICAMENTE CORRETO

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    Angelo Ferreira
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    Isto já mete nojo! Que não se lembrem disto por cá, que eu espero ainda existam homens e mulheres com espinha.

    Uma resolução aprovada pelos democratas de Orange County na sexta-feira pede que o aeroporto deixe de ter o nome de John Wayne. Em causa está uma entr…
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    Uma resolução aprovada pelos democratas de Orange County na sexta-feira pede que o aeroporto deixe de ter o nome de John Wayne. Em causa está uma entr…