Mês: Julho 2020

  • AS LÍNGUAS DE fRANÇA

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    Quando se fala de Portugal, comparando com vários outros países europeus, esquece-se a antiguidade do nosso e o modo como os outros foram nascendo.
    Por exemplo, à data da Revolução Francesa – 1789 – apenas cerca de 12% da população falava o que se poderia entender por francês. Do ponto de vista linguístico o país, apesar da monarquia absoluta reinante, era, como muitos outros, uma manta de retalhos. Vejam-se as imagens abaixo. De um lado as diferentes línguas e dialectos e, do outro, as próprias variantes existentes na zona onde se falava “francês”.
    Em Portugal nunca houve nada que se comparasse.

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  • FRANCISCO MADURO-DIAS · O RACISMO NA PRIMEIRA PESSOA

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    O RACISMO NA PRIMEIRA PESSOA

    Esta é uma história pessoal, que me aconteceu há uns vinte anos, no Sul do Brasil. Fui convidado para uma sequência de palestras, em diversas instituições de Santa Catarina, sobre Património Cultural, museus e Comunicação Cultural, e acabei por percorrer todo o litoral do estado, com encontros, palestras e conversas com alunos das universidades ou grupos culturais locais.
    Uma noite, a conversa foi organizada no Museu do Sambaqui, que, para os menos informados, quer dizer o mesmo que concheiro, ou seja, monte de conchas, que pode ter dezenas de metros de comprimento e cinco ou mais de altura, com milhões e milhões de conchas, e onde, às vezes, eram também sepultados mortos dos que por ali andavam.
    Resultam de as pessoas desses grupos decidirem juntar, em monte, numa lixeira, as conchas e restos dos animais marinhos que comiam. Como não eram completamente nómadas, em vez de os espalharem por aqui e ali, iam arrumando tudo num monte. Trata-se de estruturas que, no caso dos Concheiros de Muge, em Portugal, têm cerca de 8 000 anos.
    No fim da minha conversa, uma antropóloga perguntou como é que eu interpretava o uso, pelo colonialista português, dos sambaquis locais para obtenção de cal para argamassa, nos séculos XVII e XVIII. Portugueses “invasores” e “destruidores” de testemunhos de populações indígenas autóctones, já desaparecidas.
    Comecei por anotar que as populações humanas vão e vêm, e que os indígenas americanos são, na realidade, oriundos da Ásia do Nordeste, tendo chegado ao continente americano há cerca de 20 000 anos e que, até ao momento em que aqueles montes de lixo começaram a ser vistos como algo de importante, eram óptimas fontes de cal para fazer argamassa, segundo a tradição construtiva que os portugueses traziam consigo. A partir daí, passaram a ser locais de investigação e património protegido.
    Mas concentrei a minha ideia no que chamei integração de culturas e memórias, dizendo que me parecia culturalmente muito mais relevante interpretar os acontecimentos e factos como nós fazemos desde a escola primária: Iberos, celtas, celtiberos, fenícios, gregos, cartagineses, romanos (e gente de todo o império, durante quase mil anos), vândalos, alanos, suevos, visigodos, árabes, berberes, normandos, etc., etc., e concluí dizendo que, com naturalidade e orgulho, nos assumíamos, em Portugal, como resultado de todas essas heranças, vocabulário, modos de fazer e ser. O Brasil também poderia seguir a mesma linha integradora, tendo em conta o riquíssimo acervo e variedade de gente que tem, mas não me competia comentar mais do que isso, pois era convidado e visitante.
    Ficou por aí a conversa.
    No dia seguinte apareceu um artigo no jornal da cidade e começava com uma descrição de mim: “Alto, de cabelos claros, olhos azuis e pele branca, não corresponde ao aspecto habitual que se tem de um português”. Depois resumia a palestra e os momentos de debate mais interessantes. Fiquei vidrado.
    A verdadeira integração cultural e a aceitação do passado e de todas as suas memórias, não é tarefa fácil!

    Publicado no DI e no Açoriano Oriental de sábado passado

  • NORBERTO ÁVILA, AS FAJÃS

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    Excerto de EM LOUVOR DAS FAJÃS
    Prefácio ao álbum fotográfico AS FAJÃS DE SÃO JORGE, de Norberto Ávila
    Edição da Câmara Municipal da Calheta / São Jorge / Açores, 1992

    Aqui e ali se despenham da rocha altíssimas quedas de água, que animam azenhas e alimentam plantações de inhame. Há as casas simples, com suas lojas de rés-do-chão transformadas em adegas; há também adegas que em pequenos períodos (particularmente em fevereiro e setembro) servem de residências. Há os lagares, que em tempo de vindimas reduzem a vinho, tinto e branco, as uvas que amadurecem no suave calor das pedras. Há os alambiques, que pacientemente destilam o espírito desse mesmo vinho. Há as casas de tear (na Fajã dos Vimes), de que saem umas colchas bem representativas do artesanato jorgense. Há o enxadrezado típico dos telhados de telha regional. Há deslumbrantes panoramas de recortes da costa sobre o mar, com inesperados enquadramentos de araucárias e dragoeiros, com ilhas quase imateriais ao fundo: Pico e Faial para as fajãs do sul; Terceira e Graciosa para as fajãs do norte. Há ainda aspetos muito particulares, como as das lagoas de beira-mar, na Fajã da Caldeira de Santo Cristo e na Fajã dos Cubres, sendo a de Santo Cristo o único sítio do Arquipélago onde se reproduzem amêijoas, justamente cobiçadas.

    Leia mais na íntegra em https://bit.ly/2YQVJmR

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  • o covid parou o Hilton da Lagoa

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    Carmen Ventura

    Antena 1 Açores – Estão paradas há meses as obras de construção do Hotel Hilton, no Tecnoparque da Lagoa.
    A Empresa admite que devido à Covid 19, houve necessidade de suspender as obras em Março, mas garante que o calendário previsto para abertura mantém-se.

    “A construção do hotel Double Tree, do Grupo Internacional Hilton, está parada há vários meses.
    Trata-se de um investimento de 12 milhões de euros. A unidade hoteleira de 4 estrelas tem as obras paradas desde Março, admite António Luis Teixeira, em nome do Grupo hoteleiro.
    António Luís Teixeira explica que as obras devem ser retomadas dentro de pouco tempo. Só falta assinar contrato para a segunda fase.
    A entidade promotora deste investimento, a Let’s Sea Azores – Sociedade de Investimentos e Turismo, tem sede no Nonagon, o parque de Ciência e Tecnologia dos Açores.
    António Luis Teixeira justifica porquê e anuncia que em breve será mudada para o próprio hotel.
    O novo hotel terá 101 quartos e foi concebido a pensar no apoio logístico ao futuro Hospital Internacional dos Açores.” (CV)
    https://www.rtp.pt/play/p1248/e484672/jornal-das-18-00 (a partir minuto 4’43)

  • biblioteca da lusofonia

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    Chrys Chrystello talvez uma partilha através dos Colóquios?…

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    AILD

    1h

    É escritor lusófono?
    É lusodescendente?
    É escritor residente nas Comunidades Portuguesas?
    Vive em Portugal, mas escreve sobre as Comunidades Portuguesas?
    Então, venha fazer parte da maior biblioteca da lusofonia que estamos a criar! Inscreva-se e saiba mais, enviando-nos os seus contactos para: biblioteca@aild.pt

  • TURISMO NO ESQUECIDO ATAÚRO, TIMOR

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    REPORTAGEM: As dificuldades de Ataúro, o destino turístico com mais potencial de Timor-Leste

    *** António Sampaio, da Agência Lusa ***

    Beloi, Timor-Leste, 21 jul 2020 (Lusa) – Ataúro, porventura o local com mais potencial turístico em Timor-Leste, é também um símbolo das dificuldades do setor, onde se acumulam carências estruturais que vão desde a falta de infraestruturas básicas ao isolamento.
    Residentes e operadores lamentam-se das sucessivas promessas, por cumprir, de fornecimento elétrico permanente, de melhoria no acesso a água, de estradas, transportes regulares ou de soluções para as dificuldades do isolamento, quando se tem de lidar com a enorme burocracia timorense ou simplesmente ter acesso a dinheiro.
    A uma hora de ‘water taxi’ de Díli – e a duas e meia no Ferry Nakroma -, a pequena ilha de 14.000 habitantes é já um destino favorito entre a comunidade do mergulho de todo o mundo, com os recifes de corais que a circundam a serem considerados dos mais biodiversos do mundo.
    “Aqui a 300 metros já há locais fantásticos para ‘snorkel’ e um pouco mais à frente para mergulho”, conta Vorkel, o proprietário do Ataúro Dive Resort que acolhe a Lusa, numa viagem organizada no quadro da #HauNiaTimorLeste, uma ação de promoção do turismo doméstico, do programa “Tourism For All”, da USAid.
    Mesmo quem não mergulhe – vários locais são já zonas protegidas e são por isso ainda mais especiais – pode deliciar-se a ver baleias, golfinhos e usufruir de uma água cristalina.
    Ou simplesmente fazer pouco ou nada, a olhar para o mar, deitado nas redes do Ataúro Dive Resort, ou de bruços na pequena piscina do Beloi Hotel, no alto da montanha mais próxima da vila que lhe dá nome.
    Numa ilha que no total deve ter 20 carros – e alguns tuk-tuks –, os sons do mar são os dominantes, num ambiente que convida ao descanso e ao lazer.
    E se a natureza idílica e algo rudimentar e pouco desenvolvida da ilha fazem parte do seu atrativo, o mesmo não se pode dizer das dificuldades que os habitantes locais, os operadores turísticos e finalmente os visitantes continuam a enfrentar.
    A começar logo pela partida em Díli, onde continua por construir um pontão para acesso a barcos de recreio.
    No passado, antes da crise do aumento explosivo de preços das viagens aéreas para Timor-Leste, especialmente em 2019, e dos efeitos da covid-19 – o país está praticamente fechado desde final de março –, Ataúro era o principal destino de quem visitava o país.
    Visitantes da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos marcavam viagens praticamente só para vir mergulhar em Ataúro, e viajantes de mochila às costas (‘backpackers’) aproveitavam ofertas de alojamento a vários preços, com várias pensões, ‘homestays’ (alojamento local) e pequenos hotéis.
    Porém, primeiro o aumento dos custos das viagens – especialmente as provenientes da Indonésia – e agora, a covid-19, reduziram ao mínimo as chegadas de visitantes.
    Vorkel, alemão, e a mulher, Sapharahn, do Quénia – onde se conheceram – iniciaram o projeto do Ataúro Dive Resort há cinco anos: a primeira cabana serviu de casa e de escritório para acolher grupos de mergulhadores.
    A pouco e pouco foram ampliando o espaço e hoje têm vários ‘bungalows’ virados para o mar.
    A ilha, onde só há fornecimento elétrico 12 a 13 horas por dia, está sem luz há mais de duas semanas. No início do ano foram mais de dois meses e meio sem luz, supostamente porque o gerador que alimenta a ilha está estragado.
    O ‘resort’ vive com um sistema solar e um gerador próprio que liga algumas horas por dia, para manter os frios e outras necessidades.
    O mercado local é escasso em produtos, tanto pelas dificuldades que agricultores sentem em transportar fruta e verduras em estradas sem condições, como pelo ainda escasso fornecimento de Díli.
    No início do ano, Vorkel esteve na Alemanha a apresentar Ataúro num evento de mergulho: teve marcações suficientes para dois meses, que agora teme, devido ao isolamento do país, sejam canceladas em breve.
    Tem havido marcações de turismo doméstico – que aumentaram nas últimas semanas –, mas este ainda é escasso, especialmente por causa da falta de transportes mais regulares que permitiriam estadias mais curtas.
    As ligações de barco, que antes eram praticamente diárias, estão agora reduzidas a uma por semana, ao sábado, no ferry que faz a ligação entre Díli e Ataúro e entre a capital e o enclave de Oecusse-Ambeno.
    Outras alternativas – como o WaterTaxi da Compass – são mais caras, especialmente para turistas timorenses.
    José Marques, responsável da Empreza Diak – uma organização não-governamental que trabalha com 250 pessoas em vários pontos da ilha no fabrico de artesanato e no apoio à sua comercialização – queixa-se praticamente do mesmo.
    “Faltam estradas, faltam condições para escoar o produto de mercado”, explica à Lusa, notando que ainda é precisa mais formação para a comunidade local.
    As estradas entre as várias localidades da ilha estão, em muitos casos, em bastante mau estado, não havendo um único quilómetro alcatroado, o que torna a movimentação difícil e morosa.
    A ilha só tem um banco e, por isso, obter dinheiro é complicado, com a fraca internet a dificultar o acesso a pagamentos por cartão.
    Por resolver continua, por exemplo, o que fazer com o lixo da ilha, ou com o muito que chega nas correntes – as praias estão muito sujas com lixo, predominantemente plástico, transportado pelas correntes.
    Soma-se a burocracia de quem tem constantemente de se deslocar a Díli para tratar de renovar licenças, pagar impostos – o que só pode ser feito no banco na capital – ou para tratar de vistos ou outra documentação.
    A complexidade e a demora do sistema nem sequer garante que tudo se consiga tratar rapidamente, o que prolonga a viagem e os seus custos.

    *** A Lusa viajou a convite do programa Tourism for All da USAID ***

    ASP // PTA
    Lusa/Fim

    #HauNiaTimorLeste

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  • Os símbolos da ilha-prisão de Ataúro, maioritariamente protestante no católico Timor-Leste – Atualidade – SAPO

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    Três pequenos quadrados de pedra, quase tapados pelas ervas, são tudo o que resta de um dos símbolos da história mais trágica da ilha timorense de Ataúro, usada como ‘prisão’ por portugueses, japoneses e indonésios.

    Source: Os símbolos da ilha-prisão de Ataúro, maioritariamente protestante no católico Timor-Leste – Atualidade – SAPO

  • morreu a voz do Rádio Clube Português e voz do 25 de abril, Luís Filipe Costa

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    Grande voz — a voz do 25 de Abril, via Rádio Clube Português — , excecional profissional também de televisão, Homem com agá muito grande.

    😢

    Responsável pela informação no Rádio Clube Português e voz do 25 de abril, Luís Filipe Costa foi também realizador de televisão e é pai do realizador Pedro Costa.