Mês: Junho 2020

  • MACAU E O DIA DA CIDADE HÁ 398 ANOS

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    Date: Quarta, 24 de Jun, 2020
    Subject: 24 de Junho de 1622 — Foi há 398 anos o ataque holandês a Macau e a data da nossa vitória foi escolhida para Dia da Cidade
    Às gentes e aos amigos de Macau, vai um grande abraço neste dia grande da nossa memória da querida Macau de sempre! Jorge Rangel

    Macau havia sido invadida pelos holandeses em 1601, 1603 e 1607, mas a invasão holandesa de 1622 representou a primeira tentativa real de capturar a cidade.

    Introdução

    Macau, por ter uma arposição estratégica, foi atacado por várias vezes pelos holandeses (inimigos de Espanha e simultaneamente os de Portugal devido à união destes dois países entre 1580 a 1640) que queriam controlar o comércio entre a Europa e o Extremo-Oriente. Estavam invejosos pelo monopólio que os portugueses gozavam.

    O Rei Filipe III de Espanha, que estava em guerra com os holandeses, pôs um embargo aos barcos holandeses de comércio em todos os seus territórios (incluindo Portugal), por isso, estas embarcações dirigiram-se para o Oriente, causando muitos problemas para os portugueses instalados nesta região exótica e cheia de oportunidades de enriquecer. Em 1601, uma frota holandesa liderada pelo almirante Van Neck aparecia em Macau. Em 1603, barcos de guerra da Holanda bombardearam a Cidade; e nos anos de 1604 e 1607 vieram, respectivamente, as expedições lideradas pelos almirantes Wybrand van Warwijck e Cornelis Matelieff de Jonge.

    Estas tentativas de invasão holandesa obrigaram as autoridades portuguesas a levantarem um sistema defensivo para a Cidade. Mas, as autoridades chinesas impediram a todo o custo, através de ameaças, a fortificação de Macau, temendo um possível golpe de estado contra o Império chinês. Em 1614, o Imperador, através de um decreto, sancionou a construção de fortificações em Macau. Mas, apesar de tudo isto, os portugueses conseguiram construir as suas desejadas e necessárias fortificações, graças aos magníficos presentes oferecidos aos mandarins encarregues de vigiar a Cidade.

    A tentativa mais famosa de invasão holandesa começou no dia 22 de Junho de 1622 por 800 soldados que desembarcaram na praia de Cacilhas. Avançaram com cautela para o centro da Cidade, sofrendo pesado bombardeio de canhões da Fortaleza do Monte. Após 2 dias de combate, no dia 24 de Junho, um padre jesuíta disparou um tiro de canhão e acertou com precisão um vagão carregado de pólvora pertencente aos holandeses, desconcertando as forças invasoras. É também neste dia que a pequena guarnição militar de Macau (composta aproximadamente por 200 soldados e por algumas fortalezas, nomeadamente a Fortaleza do Monte e a Fortaleza da Guia) derrotou as forças invasoras. Os holandeses, derrotados, jogaram-se ao mar na tentativa de alcançar os barcos. Muitos se afogaram e um dos barcos, superlotado, afundou-se. Dizem os registos portugueses que morreram algumas dezenas de portugueses e que morreram em combate ou afogados cerca de 350 holandeses. Para Macau, desprevenida, a vitória foi considerada um milagre. Após a vitória, os moradores de Macau passaram a comemorar o dia 24 de Junho, dia da vitória, como o Dia da Cidade. É também neste dia que comemora o São João Baptista, o Padroeiro da Cidade. Conta a lenda que pelo seu manto, foram desviados os tiros dos inimigos, salvando a Cidade dos invasores holandeses. Este dia é feriado público e comemorado todos os anos com grandes festas e alegria até 1999, data da transferência da soberania de Macau para a China. Após a transferência, este dia deixou de ser feriado público e virtualmente esquecido.

    Após esta tentativa de invasão holandesa, as autoridades portuguesas, a partir de 1623, passou a enviar um Governador para Macau. Antes da sua chegada, esta pequena cidade era administrada e governada pelo Leal Senado.

    Os portugueses repelem o ataque holandês. Porto de Macau (“Makou”). Navios de guerra holandeses disparando canhões. Torre em uma colina disparando canhões. Desenho de 1665.
    Veja o vídeo descritivo da RTP sobre esta batalha e leia a crónica, clicando nos dois links em baixo:
    Batalha
    deMacauGuerra
    Luso-Holandesa
    Data22 de Junho de 1622–24 de Junho de 1622
    LocalMacau, China
    DesfechoVitória decisiva portuguesa
    Beligerantes
    Portugal Império PortuguêsProvíncias Unidas
    Comandantes
    Lopo Sarmento de CarvalhoCornelis Reijersen,
    Hans Ruffijn †
    Forças
    c. 150 tropas portuguesas
    Número desconhecido de escravos africanos
    1.300 (800 no desembarco)
    13 barcos
    Baixas
    6 portugueses (ibéricos) mortos
    Pequeno número de escravos mortos
    ~20 feridos
    300+ mortos (136 holandeses)
    126 feridos
    4 barcos afundados
    Mapa da península de Macau em 1639, após a melhora das fortificações e defesas da cidade.
    Em 1871, um monumento da batalha foi erguido no Jardim da Vitória em Macau.

    Comemoração

    Sendo uma grande vitória para os portugueses em Macau, a batalha foi comemorada de várias maneiras. Quando o viajante inglês Peter Mundy chegou a Macau em 1637, ele descreveu uma dança infantil que representava uma “batalha entre os portugueses e os holandeses … onde os holandeses eram vencidos, mas sem qualquer discurso reprovador ou acção desonesta para aquela nação”. Além disso, após a vitória, os moradores de Macau começaram a comemorar em 24 de Junho como o dia da cidade para comemorar a vitória. Este dia foi feriado na Península de Macau e foi observado todos os anos até a entrega de Macau à China em 1999. Wikipédia (excertos)

    https://www.revistamacau.com/2016/08/17/sao-joao-baptista-padroeiro-da-cidade/

    As vicissitudes do tempo e o Padroeiro. O Boletim do Governo Ecclesiastico da Diocese de Macau, números 119 e 120 (Maio e Junho de 1913), nas páginas 168 e 169, referia-se à festa de S. João do seguinte modo: “A festa do Padroeiro da cidade, o glorioso Precursor, tambem não decahiu do seu tradicional esplendor, apezar das vicissitudes do tempo.

    Compilação de João Lucas

  • mas foram os europeus quem baniu a escravatura

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    Parabéns, autor deste artigo. Mas comunico-lhe algo, o Senhor ainda não convenceu os anglos-sáxões desta realidade…Portugal e a Espanha foram os grandes esclavagistas…….eles são as senhores modelos de humanismo, racismo crasso e impiedade….

    Entrevista ao historiador João Pedro Marques, que acaba de publicar Combates pela Verdade – Portugal e os Escravos (Guerra&Paz), livro que reúne crónicas publicadas em vários jornais, incluindo o DN. Explica como a escravatura foi um terrível fenómeno global.
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    DN.PT
    Entrevista ao historiador João Pedro Marques, que acaba de publicar Combates pela Verdade – Portugal e os Escravos (Guerra&Paz), livro que reúne crónicas publicadas em vários jornais, incluindo o DN. Explica como a escravatura foi um terrível fenómeno global.
  • há gente que só com multas e confinamento obrigatório

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    Confirmar numero; e para estes sim lugar para confinamento obrigatório. Multa ao menino; até porque disse que nao lhe tinha sido imposta quarentena

    Muito importante.
    Dá um contato não atribuído.
    Não respeita isolamento.

    Abertura – Caso positivo de COVID-19 na Ribeira Quente. O resultado do teste só foi conhecido depois do infetado ter saído da Região.
    Saes Furtado/jornalista– Na Ribeira Quente foi detetado um caso positivo de COVID-19. Trata-se de um jovem que esteve a passar uns dias nesta freguesia de São Miguel, onde tem familiares. O seu resultado positivo só foi conhecido depois de ter saído da Região.
    Trata-se de um jovem de 27 anos que desembarcou em Ponta Delgada, no passado dia 15 de junho, vindo do continente. Após resultados inconclusivos, foi diagnosticada a infeção pelo novo coronavírus ontem, ou seja, uma semana depois da sua chegada aos Açores.
    O jovem, que esteve por estes dias, na Ribeira Quente, onde tem familiares, já regressou ao continente, onde aguarda a realização de novo teste.
    Entretanto já foram feitos testes a dois familiares com quem contactou e os resultados foram negativos para a COVID-19.
    O jovem apresenta situação clínica estável e a delegação de saúde concelhia está já a fazer recolhas para testes aos seus contactos próximos.
    Isso mesmo confirma Tiago Lopes, da Autoridade de Saúde Regional, entrevistado agora há instantes pela Antena 1.
    Tiago Lopes – “Já ontem tinham sido identificados os contactos próximos e estamos a terminar a recolha de amostras biológicas a todos os contactos próximos identificados que são cerca de 70 pessoas que foram identificadas. Mais uma vez, conforme também já tivemos oportunidade de transmitir, estamos a identificar contactos próximos por excesso, ou seja, são aqueles contactos próximos de 1ª e 2ª linha que poderão ter estado de forma mais próxima ou menos próxima o caso positivo.”
    Jornalista – E são todos da freguesia da Ribeira Quente? Ou extravasam o âmbito da freguesia?
    Tiago Lopes – “Não. São todos dali, da freguesia da Ribeira Quente. Durante o dia de hoje foi montado um Centro de Colheitas na freguesia, de forma a que todos pudessem deslocar-se presencialmente até ao Centro de Colheitas e procedemos à recolha de amostras que já estamos, praticamente, a concluir e, pronto, agora vamos ver também o resultado destas análises, sendo que é como eu estava a dizer, as duas pessoas mais próximas que estiveram em contacto com o caso positivo, que são os dois coabitantes, conforme eu transmiti, tiveram já um resultado negativo. De qualquer das formas, embora tenham resultado negativo, nós iremos manter os mesmos procedimentos que mantivemos ao longo de todo este surto aqui na Região, que é colocar estas pessoas de quarentena e vigilância ativa por parte da Delegação de Saúde para fazerem os 14 dias de quarentena e vigiarmos o surgimento de sinais ou sintomas.
    É importante também dizer isto: qualquer um destes contactos próximos identificados estão todos assintomáticos. Não há ninguém com sinais ou sintomas de infeção, há uma grande percentagem de pessoas infetadas que são assintomáticas e, por essa via, é que estamos a fazer estes testes, para depois também fazermos um 1º diagnóstico da situação inicial e depois mantermos a vigilância ativa, durante um período de 14 dias de quarentena, para depois fazermos então novamente testes no final e assegurarmos que efetivamente não houve aqui contágio para outras pessoas da ilha de São Miguel.”
    Jornalista – Ouvimos o Presidente da Junta de Freguesia a falar-nos que havia um certo alarme social. As pessoas estavam assustadas. Há razões para isso?
    Tiago Lopes – “Neste momento nada aponta nesse sentido.”
    Jornalista – Este individuo esteve praticamente 1 semana ou mais, completamente à vontade, a fazer contactos, portanto, não respeitou a ordem de confinamento. Não houve aqui, também, uma falha das autoridades em fazê-lo respeitar? Chamá-lo à atenção? Vigiá-lo? Puni-lo?
    Tiago Lopes – “Pese embora todo o esforço que foi feito da Delegação de Saúde concelhia no contacto com este indivíduo, não houve cumprimento dessas orientações e dessas recomendações, claro que isto depois leva-nos ao início do mês de março, quando nós tínhamos precisamente esta metodologia, ou seja, acreditávamos e confiávamos na atitude e no comportamento correto dos cidadãos no cumprimento das orientações e das recomendações por parte das delegações de saúde, o que é certo é que depois disso acabou por evoluir e escalar para a determinação de quarentenas, de modo a que conseguíssemos efetivamente assegurar que o cumprimento das orientações e recomendações das delegações de saúde e, portanto, esta é uma situação que nós, efetivamente, não conseguimos policiar cada uma das pessoas nos seus domicílios de forma a que cumpram as orientações e recomendações das delegações de saúde.”
    Jornalista – Ainda segundo Tiago Lopes o individuo infetado forneceu à chegada a São Miguel um número de telefone não atribuído, só pôde ser contactado por email, quando já tinha regressado ao continente. Só aí soube do resultado positivo por COVID-19. A Autoridade de Saúde explica ainda que a demora de 1 semana para dar como positivo, um caso inicialmente dado como inconclusivo, se deveu há pouca carga viral do indivíduo.
    FIM

  • poluição no Alasca

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    AnaBela Terceira
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    Cerca de 15,000 litros de combustível derramado numa vila nativa do Alasca no sábado, ameaçando um rio próximo e o abastecimento local de água potável.

    Alaska Department of Environmental Conservation
    Around 15,000 gallons of fuel oil spilled in a Native Alaskan village, threatening a nearby river and the local drinking water supply. The spill occurred during a routine fuel delivery to the Northwest Arctic village of Shungnak. There have been no injuries reported and the oil spill has not harmed….

    ECOWATCH.COM|BY ECOWATCH
    15,000 Gallon Oil Spill Threatens River and Drinking Water in Native Alaskan Village

  • não se deprima leia isto e sorria

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    VAMOS LÁ LEVANTAR O ASTRAL!

    Pensamentos óbvios:

    “Quando Galileu demonstrou que a Terra girava, já os bêbados sabiam disso há séculos!”.

    “As nuvens são como os chefes. quando desaparecem fica um dia lindo.

    “97% da população não acredita nos políticos, e os outros 3% são os políticos.”

    “A hierarquia é como uma prateleira: quanto mais no alto, mais inútil.”

    “Por maior que seja o buraco em que te encontras, sorri, porque, por enquanto, ainda não há terra por cima.”

    “Se te estás a sentir sozinho, abandonado, e a achar que ninguém te liga. Atrasa um pagamento.”

    “Se não puderes ajudar, atrapalha, afinal o importante é participar.”

    “Errar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.”

    “Antes eu tinha amnésia, hoje não me lembro.”

    “Não bebas enquanto conduzes! Porque podes entornar a cerveja.”

    “Bebo porque sou egocêntrico. gosto quando o mundo gira à minha volta.”

    “Vivemos tempos em que o fim do mundo não assusta tanto quanto o fim do mês.”

    “Eu não sou contra nem a favor, muito pelo contrário!”

    “O pára-quedas é o único meio de transporte que, quando avaria, você chega mais depressa.”

    Estes pensamentos circulam na internet e podem-lhe ser acrescentados outros!

  • jovens mimados

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    Mendo Henriques
    tS1 hpSonsorehidefr

    A sociedade está feita para satisfazer toda e cada e cada uma das nossas necessidades, exceto a mais importante de todas: a necessidade de que a vida faça sentido. E quando na nossa vida não há sentido à vista, matamo-nos, aos poucos ou de uma vez só
    Viktor Frankl, sobrevivente de Auschwitz

    Quem primeiro me falou em Frankl há muitos anos foi o dr. Pedro Cunha que foi Secretário de estado de Roberto Carneiro. Dele herdei uma disciplina a leccionar na Universidade.
    Desde então,

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    Dr. Viktor Frankl fala sobre a falta de sentido entre os jovens na sociedade moderna. Tradução: Rita. Revisão: Gabriel. Ajude-nos a continuar: https://apoia….

    tenho escrito muito sobre este tema e extraio aqui excertos de uma crónica de 2006…

    11.10.ADOLESCENTES, 19 MAIO 2006 CRÓNICA 20.

    A maioria dos pais de jovens e adolescentes costuma enfrentar a situação desconcertante de terem filhos que, por um lado, se comportam irresponsavelmente sem dar importância às coisas que teoricamente lhes deveriam interessar e, por outro lado, se manifestam devastados pelo peso dos estudos, pela incerteza do futuro ou por pequenos reveses. Em vários aspetos da vida parece que nasceram sabendo tudo mas são incapazes de enfrentarem minúsculos contratempos. Estou deprimido, é uma das expressões mais constantes nesta geração paradoxal. Inconsciência crónica com um excesso de preocupações. Da banalidade despreocupada à angústia paralisante. Como é possível, que jovens tão pouco dados a levar a vida a sério se tornem em vítimas quando veem as coisas malparadas. Estarão a exagerar? Não se tratará dum estratagema de autodesculpa, um recurso para obterem compaixão e evitarem terem de atuar como é costume? Tudo leva a crer que não é assim. Poucas vezes se trata de excesso de birras e de espavento de crianças malcriadas tentando comover os adultos assustadiços a fim de conseguirem levar a sua avante.

    Aumentou substancialmente na última década o número de consultas de adolescentes nos serviços de urgência psiquiátrica. Num hospital de Barcelona as estatísticas indicam em primeiro lugar as alterações de conduta, seguidas das crises de ansiedade com quase 25% do total de casos. Se a estes acrescentarmos os 15% de tentativas de suicídio teremos de admitir que se trata dum problema grave e crescente.

    Trata-se, de facto, de intolerância à frustração. Muitos jovens não aguentam os revezes pois não foram treinados para os enfrentarem. Nasceram sobreprotegidos, acostumados a conseguirem da família mais próxima tudo o que querem, falta-lhes a experiência de sentirem necessidades ou de passarem pela penúria, carecendo de defesas face às dificuldades. Já se disse e redisse à saciedade, e com um certo fundamento, que os pais das últimas décadas criaram inválidos sem recursos para enfrentarem um mundo, regido pela competitividade e elevados padrões de exigência, quer a nível laboral quer profissional, nas relações interpessoais e integração social. Os adolescentes naufragam no trajeto entre a infância almofadada que nada lhes exigiu e um futuro eriçado de obstáculos. A geração paterna apenas tem a perpetuação desse estereótipo. A sobreproteção e a permissividade excessivas criaram jovens dependentes, sem autonomia quando se trata de fazer planos, de tomar decisões maduras e de confrontarem os próprios problemas.

    Não será totalmente justo adotar o discurso de serem os pais culpados como acontece com os diagnósticos sobre o mal-estar da juventude e a desventura da adolescência. As famílias apenas em parte são culpadas da irresponsabilidade dos filhos que pagam com angústias a sua vida mole e não adianta colocar mais esse peso nos ombros dos pais. Eles atuaram movidos pelo carinho mesmo que revestido de formas erradas. A maioria dos jovens deprimidos deixou de buscar apoio e cumplicidade nos amigos como acontecia, quando se refugiavam dos pais cheios de defeitos, mas mais eficazes a gerirem a segurança emocional que é necessária nesses momentos.

    Muitos especialistas concordam, as causas da intolerância e da frustração nos jovens estão intimamente ligadas aos valores propugnados pelos meios de comunicação. Quando, desde a nascença, um jovem recebe através da TV, mensagens, não é descabido pensar que alguém os incapacitou para enfrentar a dura realidade e esse alguém não foi nem o pai nem a mãe, incapazes de negarem os seus caprichos, mas os meios de comunicação capazes de enganar e de manipular as mentes dos recetores consumidores.

    A televisão (ou a publicidade que dirige como soberana implacável os conteúdos e as formas das mensagens) é o agente principal da frustração. Que capacidades de enfrentar os problemas terão os que nos anos mais recetivos da vida foram metralhados com promessas de felicidade virtual, de satisfação através do consumo, de êxito imediato, com visões da vida pintada como um show de diversões que nunca termina? O discurso mediático e mercantil alimenta uma falta de maturidade que só se revela quando a realidade nua e crua mostra a sua face e o jovem constata que nada é como lhe disseram, criando um desajustamento causador de insatisfação e ansiedade extrema.

    Assim como nos anos 60 e 70 se falava da geração rebelde, nos anos 90 foi a geração Prozac, agora podemos ter chegado à da frustração. Nem poderia ser doutra forma, mas a evidência não resolve o problema nem serve de consolo. Quando os adolescentes dizem que estão agoniados e deprimidos estão a falar a sério, sofrendo mais do que possamos imaginar. E convém fazer constatações mais comezinhas. A atual geração não passou em termos de privações familiares como a geração de “baby boomers” no pós-guerra (entenda-se 2ª Grande Guerra) a que pertenço. A geração rebelde que no fim dos anos 60 se revoltava contra o status quo na França e a guerra colonial em Portugal tinha algo contra que lutar. Vivia melhor que a geração dos pais em termos de conforto e de posses económicas, mas era arrastada para projetos militares que nada lhes diziam e aos quais se opunham. Queriam tomar parte na construção da História em vez de serem arrastados como nota de rodapé para ela tal como acontecera aos seus pais.

    Depois chegou o 25 de abril e as liberdades misturaram-se com as libertinagens e os jovens dos anos 70 e 80 nasceram com o rei na barriga, tudo era permitido e nada era proibido, podiam almejar a uma sociedade sem classes com acesso ilimitado a todos os bens e seriam felizes para todo o sempre. As crises económicas que atravessaram o mundo não se fizeram sentir na Europa Ocidental (exceção feita à crise do petróleo de 1972) e a máquina da publicidade assenhoreou-se da televisão e demais órgãos de comunicação social moldando aquilo que hoje temos em casa ou que dela saíram há pouco. Por mais que lhes tenhamos dito que a vida era feita de sacrifícios eles não passaram pelas nossas experiências dolorosas, nem as viram nem as sentiram. Frequentar uma universidade não era um apanágio de elites, nem mesmo frequentar universidades privadas era já considerado elitista. Os cursos facilitaram o acesso a canudos que tinham a fama de servirem para distinguir entre os que vencem na vida e os outros, embora na prática começasse a ser diferente.

    Numa conferência sobre educação e conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou citando quatro frases:

    1) A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, troça da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus.

    2) Não tenho nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível.

    3) O nosso mundo atingiu o ponto crítico. Os filhos não ouvem os seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe.

    4) Esta juventude está estragada até ao fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura.

    Após ter lido as citações, ficou satisfeito com a aprovação dos espetadores. Então, revelou a origem:

    – A primeira é de Sócrates (470-399 a.C.)

    – A segunda é de Hesíodo (720 a.C.)

    – A terceira é de um sacerdote do ano 2.000 a.C.

    – E a quarta foi escrita num vaso de argila nas ruínas da Babilónia (atual Bagdad) com mais de 4.000 anos de existência.

    Aos que são pais: RELAXEM, POIS SEMPRE FOI ASSIM… GRAÇAS A DEUS!

    As classes sociais esbateram-se e o grande fosso, entre os que tinham e os que não tinham, passou a ser uma memória do passado. Claro que como pais fizemos o que nos competia dando o máximo de bens materiais aos filhos, já que no nosso tempo não tínhamos tido livre acesso aos mesmos. Aproveitámos também para nos rodearmos desses mesmos bens e deixamos de poder viver sem eles. Parecia uma sociedade de abundância e não haver limite ao que os nossos filhos podiam aspirar a ter, a pressão dos pares a nível social e movida pela insaciável máquina da publicidade ajudou a comprar tudo e mais alguma coisa. Só que quando a árvore das patacas seca, i.e., quando os filhos saem de casa dão-se conta que as pequenas coisas têm um custo e a vida está feita de pequenas coisas, o que os irrita profundamente porque quando chega a altura das grandes coisas já não há dinheiro para nada.

    Como crianças mimadas em vez de lutarem por trabalhar mais e ganhar mais, queixam-se, entram em depressão apática e sofrem na inação e deprimem-se anda mais. Para eles tudo é um direito divino que compete aos pais satisfazer e quando estes não podem ou não continuam a alimentar a ilusória vida fácil, sentem-se traídos pela sociedade e pela família. Mas o que eles não sabem é que um dia irão ter de pagar pelas dívidas que o mundo e a sociedade dos seus pais lhes deixaram, porque só então teriam razão para se sentirem deprimidos, mas ainda não chegaram lá e não se preocupam. Parece a história deste país que habito, mas não é.

  • Desemprego. Número dispara e economistas falam em risco de bancarrota

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    Pandemia trouxe mais 100 mil desempregados em Portugal, em maio. Economistas acreditam que número poderá ser ainda superior. Pandemia trouxe mais 100 mil desempregados em Portugal, em maio. Economistas acreditam que número poderá ser ainda superior.&etilde;

    Source: Desemprego. Número dispara e economistas falam em risco de bancarrota

  • VERONA SEM PALAVRAS

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    Carlos Fino
    34 mins

    Image may contain: mountain, outdoor and nature
    Zuleika Oyola to Archeology & Civilizations

    Madonna della Corona
    historic mountainside church, circa 1625
    Verona, Italy
    For centuries, all the construction materials for it were brought up there by hand.