Arquivo mensal: Maio 2020

EXPURGAR-O-MEDO-E-REFORMAR-NATALINO-VIVEIROS

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Expurgar o medo e reformar

Transcrevo
Editorial Jornal Correio dos Açores
24 de maio de 2020

1- Nove semanas depois da declaração do Estado de Emergência e da entrada em confinamento, com todo o séquito de restrições que o acompanharam, assim como as consequências dramáticas para a economia e para as famílias que se seguiram, eis chegado o momento de começar a abrir portas ao trabalho para a retoma das empresas e dos serviços tão necessária para suportar a saúde, que depois do tsunami gerado pela COVID-19 precisa ser repensada na Região.

2- Depois da gripe A em 2009, o governo reconhecendo as deficiências do serviço Regional de Saúde afloradas na ocasião, procedeu a uma reforma legislativa da saúde, que tinha como objectivo, além de criar uma entidade Coordenadora da Saúde Pública na Região, acabar com o sentimento de insegurança e de conflito que poderia influir no bom funcionamento do Serviço Regional de Saúde e dar maior “eficiência e flexibilidade”.

3- A gripe A não teve as consequências da COVID-19, mas originou um reforma há dez anos, e é tempo de, sem complexos, e com a participação activa dos profissionais da Saúde, fazer-se uma profunda reflexão sofre a forma como a Autoridade Regional de Saúde Pública geriu todo o processo e os efeitos quanto à forma e conteúdo das medidas aplicadas.

4- Não se entende que um hospital que serve mais de metade da população dos Açores tenha durante um profunda crise, uma administração em teletrabalho, deixando um barco sem comandante.

5- Não se compreende como é que a orientação da autoridade de saúde é para testar tudo e todos, e os médicos de serviço quando têm um doente que precisa ser testado, têm de pedir autorização para testar, e essa autorização tem de vir da Terceira, e muitas vezes é negativa, sem qualquer fundamento. Como se compreende que falte autonomia a um médico do hospital para mandar testar um doente que tem necessidade de ser testado?

6- Pelo que vamos conhecendo, o grande objectivo da reforma legislativa de 2009 que pretendia impôr eficiência e flexibilidade no SRS, não se concretizou, e criou uma pirâmide de poderes que decidem por conta própria como se fossem pequenos “tiranetes”. Onde está a fiscalização do poder legislativo?

7- Precisa-se de uma Autoridade Regional de Saúde, mas com conhecimento e legitimidade para tomar decisões que implicam com a vida da sociedade e dos cidadãos e, por isso, defendemos que essa entidade deve ser eleita na Assembleia Legislativa e responder perante ela, tal como é o Presidente do Conselho Económico e Social.

8- Já o dissemos e voltamos a repetir: temos de expurgar o medo que tomou os cidadãos quanto à pandemia. A COVID-19 e as suas mutações vieram para ficar e vamos incluí-la nas demais doenças com as quais convivemos todos os dias, como o cancro, a diabetes, a gripe, ou a doença coronária.

9- Se continuarmos amarrados ao medo e não se retomar, com os necessários cuidados, a actividade produtiva, estará a cavar-se a sepultura de muitas empresas que nasceram e cresceram pela aposta feita no Turismo. Esse sector precisa de saber com o que conta e quando conta.

10- O Turismo cá dentro não se consegue mobilizar de uma hora para a outra. Tem de passar-se à acção, e é isso que as empresas e os seus empresários exigem, uns com mais voz do que outros, mas o sentimento é geral, e daí a importância de quebrar a cadeia do medo.

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  • João Mota Vieira https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2020/05/EXPURGAR-O-MEDO-E-REFORMAR-NATALINO-VIVEIROSPages-from-2020-05-24.pdf O Jornal Correio dos Açores publica hoje um editorial que merecer ser ponderado pelo poder politico, quer o que governa, quer a oposição, bem como por todas as forças vivas da nossa sociedade.

já chega de tapar a TAP

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For my Portuguese friends: A TAP deveria ir à insolvência, obter protecção de credores, restruturar-se como empresa privada de dimensão e estrutura de custos adequadas à realidade pós-pandemia e com gestão competente.

Nunca deveria ser injectado dinheiro dos contribuintes nesta companhia aérea que tem uma operação meramente comercial, sem valor estratégico para o país, contrariamente à publicidade politica que se ouve – nem sequer cobre as principais rotas de emigração nacional – e que tem sido gerida com frequência na maior incompetência e irresponsabilidade, sempre na proximidade do poder político.

A responsabilidade de governos socialistas nesta matéria – e de protegidos seus – é elevada e indesculpável. Injectar dinheiro dos contribuintes na TAP é favorecer mais incompetência, mais tráfego de interesses, mais compadrios e mais corrupção.

Haverá melhor gestor do que aquele que gasta tudo como bem lhe apetece e, com um buraco gigantesco, consegue um resgate quase de borla do Estado?
JORNALECONOMICO.SAPO.PT
Haverá melhor gestor do que aquele que gasta tudo como bem lhe apetece e, com um buraco gigantesco, consegue um resgate quase de borla do Estado?
Haverá melhor gestor do que aquele que gasta tudo como bem lhe apetece e, com um buraco gigantesco, consegue um resgate quase de borla do Estado?

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  • Ricardo Lima Gonçalves Também é da mesma opinião acerca da Lufthansa, da Airfrance, da Sata, da British Airways, entre outras que vão receber ajudas estatais por causa do Covid 19?
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    • Jose Antonio Salcedo Ricardo Lima – Essas empresas não têm a gestão medíocre e promíscua que a TAP tem tido ao longo dos anos, dependendo sistematicamente dos contribuintes, por isso a solução a adoptar deve ser diferente, em princípio. Defendo que o que a Suíça fez está cSee more
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  • Ernesto José Ferreira T.A.P. means:
    Take Another Plane 😀
  • Sonia Rosas Totalmente de acordo
    Pena já ter estado nesse caminho e voltou atrás

em memória MARIA VELHO DA COSTA

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UM TEXTO DE MARIA VELHO DA COSTA

Em Outubro de 1973, recebi no interior da Guiné mais uma daquelas encomendas que o meu querido amigo e poeta J. H. Santos Barros me ia fazendo chegar como contributo para a minha sanidade mental e sobrevivência no pântano. Era a manifestação possível de amizade por parte de quem já fizera a sua experiência de sobrevivência em Angola.
Essa encomenda incluía um precioso livrinho de Maria Velho da Costa, «Desescrita», editado nesse mesmo ano e que trazia um notável texto curto intitulado «Ova ortegrafia». Publicado anteriormente no jornal «República» em Junho de 1972, era um inteligente e sagaz exercício literário e linguístico sobre a censura, melhor dizendo, sobre os censores, os «cortadores» da palavra, da língua.
Convocando, em registo derrisório, alguns chavões do discurso político dominante e também os preconceitos contra o experimentalismo literário, mimetizando a «escrita do corte» (a cortegrafia), «Ova Ortegrafia» constituía ainda assim uma manifestação de experimentalismo, instaurava no seu interior imprevistas e subtis derivas semânticas e constituía uma denúncia da instituição censória, jogando abertamente no terreno do inimigo, a quem o texto seria dado a ler.
Deixo abaixo o texto, em dupla evocação: da autora e de J. H. Santos Barros, falecido abruptamente a 20 de Maio de 1983.

………………………………………………………………………………

OVA ORTEGRAFIA
Maria Velho da Costa

Ecidi escrever ortado; poupo assim o rabalho a quem me orta. Orque quem me orta é pago para me ortar. Também é um alariado. Também ofre o usto de ida. Orque a iteratura deve dar sinal da ircunstância, e não tem ustificação oral. E ais deve ter em conta todos os ofrimentos, esmo e rincipalmente os daqueles ujo rabalho é zelar pela oralidade e ordem ública – os ortadores.
Eu acho que enho andado esavinda omigo e com a grei, com tanta iberdade de estilos e emas e xperimentalismos e rocadilhos que os ríticos e eitores dizem arrocos e os ortadores, pelo im pelo ão, ortam. A iteratura eve ser uma oisa éria e esponsável. Esta é a minha enúncia ública. (Eço esculpa de esitar nalguns ortes, mas é por pouco calhada neste bom modo de scrita usta ao empo e aos odos).
Izia eu que o ortuguês que ora, nesta ora de rudência e sforço, se não reduz à orma imples, não erve a vera íngua da Pátria. (Por enquanto só orto ao omeço, porque a arte de ortar não é fácil; rometo reinar-me até udo me aír aturalmente ortado e ao eio e ao im).
Outros jovens me eguirão o rilho. Odos não eremos emais para ervir na etaguarda os que, em árias frentes, por nós se mputam.
A issão do scritor é dar estemunho e efrigério aos e dos omentos raves da istória, ao erviço dos ideais da sua omunidade; ervir a oz do ovo, espeitar a oz dos overnantes egítimos.
Olegas, em ome da obrevivência da íngua, vos eço pois:
Reinai-vos a ortar-vos uns aos outros
como eu me ortei.

(«Desescritas». Afrontamento, 1973)

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estou farto de palhaços poesia inédita

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estou farto de palhaços….
inédito 590. As 4 idades do homem, 24 maio 2013

adoro as quatro idades do homem
infante de sonhos húmidos
mil e um futuros sem pressas
adolescente de sonhos psicadélicos
a pressa do futuro que se pode perder
a meia idade de sonhos pesadélicos
com a lentidão de quem viveu
a necessidade de contemplar o vivido
reviver conquistas esquecer amarguras
na última etapa sem sonhos délicos
sem medos e sem futuro
esperando encontrar a alma
sem alzheimer nem demências

Estrategizando | Abusamos dos nossos recursos, diz a associação ambientalista ZERO! (Veja o video de 2019!)

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Os recursos do planeta para este 2020 esgotavam-se na segunda-feira, se todos os países consumissem como a média dos portugueses, segundo os cálculos da orga

Source: Estrategizando | Abusamos dos nossos recursos, diz a associação ambientalista ZERO! (Veja o video de 2019!)

recordar meio milhão de vitimas da gripe de Hong Kong

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Pouco se tem falado na Gripe de Hong Kong, que matou um milhão de pessoas e teve uma segunda vaga mais letal do que a primeira. Foi considerada como “mais uma gripe” e “rapidamente esquecida”.

Pouco se tem falado na Gripe de Hong Kong, que matou um milhão de pessoas e teve uma segunda vaga mais letal do que a primeira. Foi considerada como &…