Mês: Março 2020

  • COVID19 EM NÚMEROS JORGE BUESCU

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    Através de Jorge Buescu:

    AS MEDIDAS ESTÃO A TER EFEITO? CALCULADOR DE BOLSO

    Já expliquei várias vezes por que razão não se pode atribuir demasiado significado a variações diárias. Os dados diários estão contaminados por ruído externo, a maior fonte do qual está associado a underreporting (sub-registo) de casos, que no dia seguinte é corrigido. Assim, as variações diárias não têm grande significado na identificação de tendências; é necessário observar uma variação pelo menos 3 dias consecutivos para podermos falar em tendência.

    Os números de hoje continuam dentro do expectável e do já descrito ontem. Foram detectados menos casos em absoluto (792 contra 902 de ontem), mas em bastante menos testes: o número de pessoas testadas decresceu de 7323 para 5288. Assim, a densidade de testes positivos aumentou: o número dos testes decresceu para 72% de ontem, o número de casos positivos apenas para 87% . Ou seja: o número de casos positivos cresceu menos porque fizemos menos testes.

    Assim, o quociente entre o número de infectados de ontem (5962) e de hoje (5170), que conduz à variação diária de 15%, não corresponde à variação diária real. Para a saber, temos de fazer aquilo a que se chama normalização: se tivessem sido feitos os mesmos testes que ontem, qual seria a variação diária? Feitas as contas, obtemos 21%. Um pouco melhor do que os cerca de 25% médios dos últimos 10 dias, mas não significativamente. De novo: temos de esperar pelo menos mais dois dias antes de falar numa tendência.

    A pergunta que mais vezes me é feita é se as medidas de contenção e quarentena estão a ter efeito. A resposta é que, sendo provável que venham a ter efeito, é improvável que estejamos a observar, já hoje, algum efeito delas. Com efeito, no lockdown de Hubei, extremamente violento, é muito claro identificar o instante em que as medidas começaram a ter efeito: foi do dia 12 para o 13 do lockdown. Também em Itália, os efeitos do lockdown total se começaram a sentir no dia 13 (infelizmente, o lockdown italiano foi bastante menos severo do que o chinês, e a sua eficiência ainda não foi suficiente para congelar o contágio. É provável que as medidas em Itália endureçam ainda mais. O monstro que combatemos não cede a meias-medidas.

    E em Portugal?

    Desde o início que acho que as nossas medidas foram demasiado brandas. A eficiência das medidas não é proporcional às medidas; a resposta é não-linear. Há estudos que indicam que, se a contenção social for inferior a 70%, o efeito é muito pequeno, mas acima de 80% o seu efeito dispara. Estaremos a fazer o suficiente? O grande risco que corremos é que estejamos abaixo dos 70%. Se assim for, todos os sacrifícios que (quase) todos estamos a fazer terão muito pouco efeito. Se estivermos acima da linha crítica, os efeitos serão muito bons.

    Mas o facto é que, hoje, ninguém sabe.

    Assim sendo, com o sempre precioso apoio do José Carlos Pereira, preparei para os leitores uma “calculadora de bolso” a que chamei “Medidor de Efeitos da Quarentena” para aferirem por si próprios diariamente se, quando, e até que ponto as medidas adoptadas pelo Giverno português estão a ter efeito.

    O processo é simples e o leitor pode ir acompanhando diariamente a evolução dos acontecimentos. Damos os dados, em tabela e gráfico, da evolução previsível do número de infectados ao ritmo actual. O dia 12 do nosso “lockdown português suave” é 2 de Abril. Até lá deveremos estar dentro dos limites fornecidos. A partir daí podemos esperar ver um abaixamento dos dados reais face às nossas projecções. Quando o limite inferior dos valores que forneço for cruzado, isso assinala que as medidas começaram a ter efeito visível.

    Em contrapartida, mantermo-nos dentro do intervalo calculado para lá de dia 3 de Abril é mau sinal: significa que a evolução se mantém e que não há efeitos significativos do sacrifício que estamos a fazer. Em suma, que as medidas adoptadas não estão a funcionar.

    Neste último caso, espero que tenhamos todos noção do enorme risco que estamos a correr e que tenhamos a consciência cívica de exigir dos nossos governantes medidas bem mais duras para a segunda quinzena do Estado de Emergência, para bem de todos nós.

    Jorge Buescu, 29/3/2020
    Coronavírus: factos a partir de números

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  • COVID-19: ‘It may turn out that the world has been deceived’ hints Russian Military Intelligence Agent – Fort Russ

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    By Ekaterina Sazhneva 03/29/2020 – 10:29am –  Ekaterina Sazhneva interviews renowned expert Alexander Evsin Against the backdrop of the panic “We are all going to die!”, Terrifying revelations of doctors and patients, quarantined states and apocalyptic news from Italy, I want to hear the voice of common sense. Alexander Evsin ( pictured below ) – head of […]

    Source: COVID-19: ‘It may turn out that the world has been deceived’ hints Russian Military Intelligence Agent – Fort Russ

  • Expresso | Investigadores alertam: coronavírus pode estar a provocar mais vítimas mortais do que as registadas

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    Em termos homólogos, o mês de março regista uma taxa de mortalidade muito superior ao esperado. Centenas de mortes provocadas, direta ou indiretamente, pela pandemia podem estar a escapar ao radar das autoridades públicas, alertam investigadores.

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  • O videoclipe português que dá esperança nesta pandemia e que se tornou viral

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    Está-se a tornar no hino da esperança face à pandemia do novo coronavírus. Tornou-se viral e é da autoria de dois portugueses, o cantor e compositor Flávio Cristóvam e o realizador Pedro Varela. Chama-se “Andrà Tutto Bene”, ou “Vai Ficar Tudo Bem”, em português, e é um videoclip que já conta com mais de 140 mil visualizações … Continued

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  • Fique em casa por amor de Deus

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    “Ninguém se salva sozinho.” (Papa Francisco)
    Ninguém se contagia sozinho…
    Fique em casa, pela NOSSA saúde!

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  • O EMOCIONANTE REGRESSO A CASA, DE UM ENFERMEIRO

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    Herberto Gomes
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    PT-MSN.com

    E ainda achamos que estamos a sofrer alguma coisa por ter de ficar em casa…

    Imagens partilhadas pelo médico Sergio Zúñiga Sánchez no Facebook tornaram-se virais e mostram momento em que um enfermeiro saudita tem de rejeitar o abraço imediato do seu filho.

  • SE ESTIVER A PASSEAR EXPLIQUE ESTA FÓRMULA AOS POLÍCIAS

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    Eduardo Rêgo

    Hoje fui interpelado pela guarda durante a minha caminhada na veiga de Afife…
    Perguntaram-me a idade, onde morava, o que andava a fazer… Que deveria estar em casa!

    Primeiro, educadamente, pedi-lhes que mantivessem a distância de segurança dos 2 metros, porque estavam sem máscara e vieram falar comigo sem se lembrarem dessa regra básica!

    Depois, a brincar com eles lembrando-lhes que “nunca se pergunta a idade a um senhor”, respondi o óbvio:

    “Eu estou a caminhar! No percurso que faço mais de 300 dias por ano, com algumas variações”.

    Citei-lhes a alínea h do decreto que menciona as curtas deslocações para actividade física. E ainda a alínea d que refere cuidados de saúde, explicando-lhes que o meu cardiologista me ordenara há uns anos a caminhada diária,”faça chuva ou faça sol!”.

    Insistiram que deveria estar em casa, porque assim colocava em risco os outros e eu próprio!

    Perguntei-lhes se me diriam o mesmo à entrada para o supermercado. “Que não, porque isso era uma saída mesmo necessária”.

    Disse-lhes que entre morrer de fome ou de problemas cardíacos, sempre escolhia a primeira, porque me daria muito mais tempo para fazer o balanço da vida e me despedir dos meus queridos.

    E além disso, argumentei, é muito mais perigosa uma ida ao supermercado do que uma caminhada deste tipo. Já que aqui não há o risco que existe nas cidades do efeito de arrasto, em que vai um, depois o outro, e às tantas está uma multidão de centenas ou milhares a cruzar-se…

    Vacilaram um pouco… Era a altura do argumento definitivo para os convencer da minha razão. Tirei do bolso o papel e mostrei-lhes a fórmula. Pareceram logo imensamente interessados. Expliquei-lhes os parâmetros. P é uma medida de “proximidade” num intervalo de tempo entre os instantes t_0 e t_1. N(t) é o número de pessoas que num dado instante t está a 10 ou menos metros de distância, ordenados por ordem de entrada no perímetro; quando alguém sai, são automaticamente reordenados. d_i(t) é a distância a que se encontra no instante t a pessoa i. E o 2 no numerador da fracção refere-se à distância de segurança de 2m. O expoente quadrático mede a não linearidade do perigo de contágio em relação com a proximidade e que é naturalmente inversamente proporcional a esta…

    Finalmente disse-lhes, e pedi-lhes que acreditassem, que cálculos experimentais feitos em dias diversos da semana mostravam claramente que uma ida ao supermercado equivalia, no mínimo, a dois meses de caminhada.

    Eles retiraram-se com o papel na mão durante algum tempo e pareceram estar a debater a questão. Pareciam animados e entusiasmados no debate. Finalmente voltaram, sorridentes:

    “Acho que o senhor tem toda a razão! Fizemos ali uns cálculos por estimativa para um período de uma meia hora, baseada nas nossas memórias de idas ao supermercado e ao que vemos por aqui… E achamos que tem razão”

    “Bom dia e boa caminhada! Não se esqueça é do protector solar que o sol já começa a ir alto nesta altura, mesmo com a mudança da hora…”

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    (P.S. Tendo tornado este post público, a pedido, para permitir a partilha, recebi uma série de comentários desagradados, alguns num tom insultuoso a que não estou mesmo nada habituado na minha ilha facebookiana. Alguns desses comentários leram o post como sendo um gozo com a “polícia”! Quero tornar claro que de modo nenhum era essa a minha intenção; era sim alertar para as contradições das leituras extremas, “à letra”, das interdições. Um extremismo que quer passar a interdições absolutas algumas das excepções ao isolamento previstas no decreto, tendo como pretexto evitar o aproveitamento ou abuso de alguns “chicos-espertos”, mesmo quando as circunstâncias tornam claro que não há qualquer perigo de ser posto em causa o objectivo do isolamento, que é simplesmente minimizar o contágio. Não obrigar todos a uma clausura desnecessariamente absoluta por mero simbolismo. Entendi também que esse suposto gozo à “polícia” estaria numa exibição de arrogância intelectual por lhes mostrar, nesta ficção satírica, uma fórmula matemática. Ora, há nisso um enorme preconceito de classe! Há guardas licenciados ou com frequência do ensino superior (basta o 1o ano de muitos cursos) que sabem o que é um integral e um somatório. O desfecho só poderia acontecer numa ficção? Talvez, mas não necessariamente por ignorância dos actores. O desfecho era elogioso para os guardas! Imaginei-os a entender a matemática e a concordar com o argumento. Já imaginar o mesmo com alguns dos autores dos ditos comentários, isso sim, seria impossível! )

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  • Um dos países mais pobres da Europa ajudou Itália quando países riquíssimos viraram as costas – Mundo – SÁBADO

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    Seguiram para Itália 30 médicos e enfermeiros da Albânia. Os recursos humanos e logísticos não são ilimitados, mas não podemos mantê-los de reserva enquanto em Itália se precisa tanto de ajuda, disse primeiro-ministro. – Mundo , Sábado.

    Source: Um dos países mais pobres da Europa ajudou Itália quando países riquíssimos viraram as costas – Mundo – SÁBADO