ROBERTO DE MESQUITA (Ilha das Flores, 1871-1923), sem quase nunca ter saído da sua ilha natal, é um dos mais importantes poetas simbolistas portugueses. A sua poesia encontra-se reunida no livro póstumo «Almas Cativas e Poemas Dispersos» (1931) — onde podemos ler este soneto em alexandrinos:
Às grades da prisão, olhos extasiados
Vêem descer o Sol sobre o mar de metal.
Na tarde de âmbar há murmúrios espalhados
Como preces da Terra à estrela vesperal…
No horizonte rutilante, a toda a vela
Passa um navio; é todo de oiro e de rubis…
Onde vais, onde vais, brilhante caravela
Do rei poeta dum quimérico país?
É triste o alcácer, com salões frios e anosos,
Como as igrejas cheios de ecos cavernosos,
Com grossas portas de mosteiro medieval.
Mas desse interior taciturno, afastado,
Duma estreita janela, olhos extasiados
Vêem descer o sol sobre o mar de metal…
COMO AS COISAS MUDARAM.
Em 6 meses foi uma missão “intensa e exigente”. Pois eu conheço muitos que estiveram 2 anos ou mais em terras parecidas e foram totalmente desprezados, ignorados, mal pagos e ainda acusados de maus.
relembrando o meu poema feliz Maria Nobody (com letra) gravado composto e dirigido por Ana Paula Andrade ao piano em dezº 2015, no Conservatório de Ponta Delgada e com a excelente voz de Helena Castro Ferreira
letra:
509 (maria nobody, à maria mãe, pico, 9 agosto 2011)
maria nobody
de todos ninguém
de alguém
de um só
maria nobody
com body de jovem
maria só minha
assim te sonho
assim te habito
maria nobody
de todos ninguém
maria nobody
mãe
amante
mulher
minha maria
maria nobody
de todos ninguém
nem sabes a riqueza
que a gente tem
maria nobody
de todos ninguém
maria só minha
dos filhos também
maria nobody
mais ninguém tem.
Cerca de seis mil espécies de plantas e árvores foram introduzidas nos Açores, no século XIX, por José do Canto, cujo jardim botânico que criou em Ponta Delgada é merecedor de um livro lançado este verão.