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À semelhança do que está a acontecer no continente, também nos Açores as vacinas para a gripe esgotaram-se.
Fonte de uma farmácia de Ponta Delgada disse ao nosso jornal que as farmácias possuem listas enormes em fila de espera, “alguns dos quais acima dos 65 anos e outros pertencentes a grupos de risco”.
A mesma fonte afirma que muitos dos seus clientes dirijam-se à farmácia porque não têm resposta por parte dos Centros de Saúde.
A mesma denúncia é feita pelo Sindicato Independente dos Médicos, que garante que os centros de saúde no continente estão a ser informados pelas respectivas administrações regionais de que a última tranche de vacinas só vai chegar no final deste mês.
Nas farmácias, o cenário repete-se.
De acordo com o presidente do sindicato, a escassez de vacinas é muito pior do que em anos anteriores.
Segundo dados disponibilizados na semana passada pela ministra da Saúde, já foram vacinados um milhão de portugueses e havia ainda oitocentas mil vacinas em ‘stock’.
A ordem é agora desmarcar e remarcar as tomas agendadas.
DGS admite não haver para toda a a gente
A elevada procura da vacina contra a gripe vai fazer com que nem todos consigam ser vacinados, mas a directora-geral da Saúde assegura que as mais de dois milhões de doses abrangem a “grande maioria” dos grupos de risco.
Milhares de utentes dizem que não conseguem vacina contra a gripe, uma situação que Graça Freitas atribui à elevada procura e ao facto de, neste momento, o acesso ao centro de saúde poder ser mais difícil.
Mas a vacina vai continuar a ser administrada: “Neste momento já temos 1,8 milhões de doses entregues nos centros de saúde”, disse a directora-geral da Saúde em entrevista à agência Lusa.
As autoridades estimam que cerca de 1,3 milhões de vacinas já tenham sido administradas, havendo ainda meio milhão para aplicar.
Falta ainda receber a última tranche de 270 mil vacinas, que deverá chegar entre o final de novembro e o princípio de dezembro, um prazo que as autoridades estão a tentar antecipar.
“Como há uma grande procura, algumas pessoas vão ficar sem vacina, é óbvio que sim, basta fazer contas. Nós temos mais pessoas nestes grupos etários e nestes grupos de risco do que aquelas vacinas que o país conseguiu comprar, mas isso tem a ver com a disponibilidade de vacinas que havia a nível mundial”, explicou Graça Freitas.
O Serviço Nacional de Saúde conseguiu um pouco mais de dois milhões de doses de vacinas, a somar às cerca de 500 mil no sector privado.
Contudo, nunca se vacinou tanto “em tão poucas semanas” como em qualquer outra época da gripe, apesar de todos os constrangimentos causados pela pandemia de covid-19.
“Nos outros anos costumamos vacinar cerca de 200 mil pessoas na primeira semana de vacinação e neste vacinamos 300 mil pessoas”, elucidou Graça Freitas.
A última época gripal foi o ano em que se vacinou mais em Portugal, com a taxa de vacinação a ser das melhores da Europa nos idosos. Nos anos anterior, eram compradas cerca de 1,5 milhões doses de vacinas.
“Fomos expandindo a nossa compra paulatinamente ao longo dos anos porque havia capacidade para vacinar cada vez mais pessoas, sendo que houve anos no passado em que a adesão à vacinação não foi assim tão grande e, neste momento, é superior a 65%”, adiantou a directora-geral, especialista em saúde pública.
A expectativa para 2020 sem covid era na ordem dos 1,6 milhões de doses de vacina, que são encomendadas com muita antecedência. “Este ano quando houve a questão da covid, fomos rapidamente ver se conseguíamos comprar mais doses – porque termos um inverno com duas doenças ao mesmo tempo não seria o cenário melhor – e, na altura, conseguimos trazer para o Serviço Nacional de Saúde mais de 400 mil doses e foi tudo o que nós conseguimos encontrar no mercado disponível”, afirmou.
As farmácias nem sequer conseguiram atingir o que costumavam comprar, e o SNS adquiriu mais do que o habitual.

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