não caiu da janela mas das escadas

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18NOVEMBRO2024
Vladimir Shklyarov, um dos rostos mais conceituados do ballet russo, morreu aos 39 anos após cair do quinto andar de uma varanda do Teatro Mariinsky, onde o bailarino costumava actuar.⁠
⁠Após uma investigação preliminar…, as autoridades putinheiras apontam para um “acidente” e asseguram que não se trata de um “crime”. De acordo com a responsável pelo serviço de imprensa do Teatro o que aconteceu foi um “acidente estúpido e insuportável”.⁠
⁠Vladimir Shklyarov já tinha criticado a guerra na Ucrânia dias após a invasão. Vários críticos do conflito acabaram presos ou foram mortos em circunstâncias idênticas.
 

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foto de eduardo bettencourt pinto

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Derive happiness in oneself from a good day’s work, from illuminating the fog that surrounds us.
[Henri Matisse]
[Please respect the copyright]

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António Bulcão · Tem o humor limites?

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Tem o humor limites?
Muito antes de a questão chegar aos tribunais, pela mão dos Anjos contra Joana Marques, já me tinha interrogado sobre a mesma.
A primeira vez que senti a minha sensibilidade beliscada, foi quando Herman José levou a um dos seus programas pessoas alienadas. Diga-se, desde já, que gosto muito do Herman. Acho o homem um génio e, sem a menor dúvida, o comediante que mais me fez rir em Portugal.
Mas não gostei quando meteu diante das câmaras pessoas com problemas mentais. Lembro-me de uma senhora que se julgava rainha e de um homem que se tinha como faquir. Herman entrevistou uma e outro fingindo acreditar nas suas demências, pondo a plateia e o País a rir deles. A pobre mulher a descrever audiências em palácios que só existiam na sua cabeça, o desgraçado faquir a gemer em cima de uma cama de pregos, sem querer dar parte de fraco.
Uma coisa é rirmos de uma anedota sobre doidos, outra coisa é o doido ter cara e gozarmos com ele.
Outro comediante, mais tarde, gozava com um vulcão da Islândia, cuja erupção condicionou o tráfego aéreo na Europa durante semanas. Dizia o tal cómico que “não se viam tantas cinzas nos céus da Europa desde Auschwitz”. Chocou-me. Para mim, há coisas com as quais não se brinca e uma delas é o holocausto. Os milhões que morreram de forma horrenda merecem respeito.
Também os Gato Fedorento brincaram com a morte de Saddam Hussein. Ditador iraquiano, foi julgado e condenado à morte por enforcamento. Um cretino qualquer decidiu filmar a execução e espalhou o vídeo pela internet. O condenado a falar na sua língua, aquelas que seriam as suas últimas palavras, e o Gato Fedorento a traduzir para português, mas adulterando, pondo Saddam a dizer que deviam pôr flanela à volta da corda, que seria muito áspera, e outras coisas do género.
Por mais horrorosa que fosse a figura, e era, não se brinca com uma pessoa que está prestes a morrer. Para além de ser contra a pena de morte, seja em que circunstâncias for, acho que os últimos instantes de um ser humano no planeta deviam merecer respeito, apesar de os seus actos praticados em vida serem mais que condenáveis.
Claro que a acção judicial contra Joana Marques foi uma tontice. Os tribunais têm matérias mais dignas e importantes sobre as quais se debruçarem. Mas a pergunta ficou: deve o humor ter limites? Pois eu acho que sim. ´
O humor é uma forma de expressão, e qualquer expressão deve ser livre. Mas a liberdade de expressão tem limites constitucionais e legais. Não se pode difamar, ou injuriar, ou por qualquer outra forma atentar contra o bom nome de alguém, recorrendo quem ofende àquilo que acha ser liberdade de expressão.
Se um cidadão usa, por exemplo, as redes sociais, para ofender gravemente um governante, chamando-lhe nomes feios, ultrapassa os limites da liberdade de expressão e pode dar consigo no banco dos réus, onde será certamente condenado. O que nada tem a ver com o direito que cada um tem de expressar livremente a sua opinião. Mas uma coisa é achar que a ministra da saúde é incompetente, outra coisa é chamar-lhe besta ou assassina. Podemos discordar sem ofender.
Ricardo Araújo Pereira, no seu programa “Isto é gozar com quem trabalha”, muitas vezes ultrapassa os limites da liberdade de expressão, gozando com pessoas concretas, expondo-as ao País inteiro. Não gosto de algumas dessas pessoas, mas isso não me faz achar bem que se ridicularize de forma barata.
Mas lá vem Ricardo escudar-se no humor. Que o mesmo não deve ter limites. Nem mesmo quando deixa de ser humor, Ricardo? Não basta pôr cartazes no programa, a mandar “rir agora” à assistência, quando o programa é emitido. É preciso que tenha mesmo graça e… não ofenda. E muito menos humilhe.
(publicada hoje no Diário Insula

para rir Pontos finais podem incomodar a Geração Z, alertam linguistas.

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Pontos finais podem incomodar a Geração Z, alertam linguistas.

De acordo com especialistas em linguística, os jovens muitas vezes se sentem intimidados pelo uso de pontos finais nas comunicações nas redes sociais. Essa pontuação é frequentemente interpretada como um sinal de raiva, principalmente entre adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos, conhecidos como Geração Z, que estão mais acostumados a enviar mensagens curtas sem o uso de pontos finais. Além disso, um estudo realizado na Universidade de Binghamton, em Nova Iorque, indicou que indivíduos que concluem as suas mensagens com pontos finais podem ser percebidos como insinceros. Agora, especialistas em linguagem estão a tentar descobrir por que os adolescentes veem um texto pontuado corretamente como um sinal de que alguém está irritado.

A discussão recomeçou quando a escritora Rhiannon Cosslett tuitou: “Pessoas mais velhas – vocês percebem que terminar uma frase com um ponto final soa um pouco abrupto e hostil para os jovens em um e-mail/chat? Estou genuinamente curiosa.” Muitos utilizadores do Twitter acharam isso difícil de acreditar, e uma pessoa chegou a acusá-la de ser excessivamente sensível, apesar de ela própria usar ponto final.

A escritora de romances policiais Sophie Hannah respondeu: «Acabei de perguntar ao meu filho de 16 anos – aparentemente isso é verdade. Se ele recebesse uma mensagem com pontos finais no final das frases, pensaria que o remetente era “estranho, malvado ou muito direto”». Especialistas explicam que os jovens que estão acostumados a se comunicar eletronicamente muitas vezes preferem dividir os seus pensamentos enviando cada um como uma mensagem separada, em vez de usar um ponto final. Eles reservam os pontos finais para indicar aborrecimento ou irritação.

Alguns argumentam que usar ponto final em mensagens de texto é desnecessário, pois o simples envio da mensagem já indica sua conclusão.

De acordo com o The Telegraph, a linguista Dra. Lauren Fonteyn, da Universidade de Leiden, na Holanda, tuitou: “Se você enviar uma mensagem de texto sem ponto final, já fica óbvio que você concluiu a mensagem.” Adicionar esse marcador extra para indicar conclusão pode levá-los a interpretá-lo como uma entonação descendente ou tom negativo. Owen McArdle, linguista da Universidade de Cambridge, disse ao jornal: “Não estou totalmente convencido sobre e-mails. Suponho que dependa do grau de formalidade. Mas, na minha experiência, os pontos finais são uma exceção e não a regra nas mensagens instantâneas [dos jovens], e têm uma nova função de indicar um tom de voz abrupto ou irritado.”

A possível mudança no significado do ponto final na comunicação online tem sido um tema de debate entre linguistas há muitos anos.

O professor David Crystal, renomado especialista em linguística, sugere que o uso do ponto final está passando por uma revisão significativa. Em seu livro “Making a Point”, ele propõe que o sinal de pontuação agora funciona como um “marcador de emoção”, sinalizando ao destinatário que o remetente está chateado ou irritado. Crystal escreve: «Veja a internet ou qualquer troca de mensagens instantâneas — qualquer coisa que seja um diálogo rápido. As pessoas simplesmente não colocam pontos finais, a menos que queiram enfatizar algo. O ponto final agora está a ser usado nessas circunstâncias como um marcador de emoção.»

Em 2015, um estudo da Universidade de Binghamton, em Nova Iorque, sugeriu que indivíduos que concluem as suas mensagens com pontos finais são considerados insinceros.