J.m. Soares de Barcelos CURIOSIDADES NOS FALARES DO POVO

J.m. Soares de Barcelos
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CURIOSIDADES NOS FALARES DO POVO

O NOME DAS COISAS
O nome das coisas varia muito de lugar para lugar. As palavras têm significados diferentes consoante o lugar. Mas, do que sei de regionalismos, não há coisa que tenha mais nomes do que o engenho de tirar água dos poços, que vem a ser um pau que se move num eixo, com uma vasilha presa numa corda a uma das extremidades e um contrapeso na outra. Antes dos motores elétricos era muito comum por todo o país. Pois, se em Torres Novas lhe chamam cegonha, noutros lugares é assim chamado: balança (Soure), bimbarra ( Ucanha), burra (Nisa), burra-cega (Cebolais de Cima – Castelo Branco), burro (Soure), cambão (Nisa), cavaleiro (Nelas), cegonha, como já disse (Torres Novas e Soure), cegonho (Bairrada, Miranda do Douro), gaivota (Ferreira do Zêzere, Oleiros), picanço (Fundão, Guarda), picota (Soure, passim), poço armado ou poço com vara (Travanca de Lagos), sarangonha (Carregal do Sal), varola (Carregal do Sal), zangarela (Arganil) e zatumba em Cabanas,Carregal do Sal.
São todos nomes registados pelo sábio José Leite de Vasconcellos, na grande obra intitulada ‘Etnografia Portuguesa’.