PIMENTEL quer abolir H e Ç

Comissão de “Educasão” do Senado estuda abolir “h” e “ç” do Português

Proposta de nova reforma ortográfica tenta simplificar cortando letras do vocabulário
Proposta de nova reforma ortográfica tenta simplificar cortando letras do vocabulário
Crédito: Maria José Vasconcelos/CP Memória
Proposta de nova reforma ortográfica tenta simplificar cortando letras do vocabulário
Crédito: Maria José Vasconcelos/CP Memória
A Comissão de Educação (CE) do Senado debate uma nova reforma ortográfica propondo uma maior “simplificação” da Língua Portuguesa. De acordo com nota divulgada no site do presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), a ideia é excluir o “h” inicial de palavras como “homem e “hoje”, abolir o “ch” substituído pelo “x”, como em “flecha” e, ainda, substituir “x” e “s” por “z” nas palavras com esse som, como “exemplo” e “analisar”. O “ç” seria outra norma da língua com os dias contados, com a “educação” passando a ser escrita como “educasão”.

Entre outras alterações, existe ainda a possibilidade de abolir o “u” de dígrafos como “gue e que”, em termos como “guerra” e “guitarra”. Conforme Miranda, as alterações serão debatidas em videoconferências com professores do Brasil e de países lusófonos, como Portugal e Angola. Com a novidade proposta, “um xow de gitarra, oje, seria anunsiado asim”. Vale lembrar que, ainda faltaria um longo processo para chegarmos à possibilidade de escrever corretamente dessa forma. Caso aprovado pela CE, o projeto precisaria da aprovação da Comissão de Constituição e Justiça e de mais uma comissão específica. Posteriormente, iria a plenário, com o presidente da Casa definindo o momento adequado da votação e, caso aprovada, seguiria para a Câmara dos Deputados para mais uma votação.

O professor de Língua Portuguesa Elson Ferreira é contra as mudanças sugeridas pelo projeto. Segundo ele, a última reforma ortográfica foi para facilitar a comunicação entre os países que falam português, e não tornar o idioma mais simples. “Essas mudanças são muito radicais. Não se deve nivelar por baixo, mas fazer as pessoas estudarem mais a língua”, afirmou.

A vice-presidente da comissão, senadora Ana Amélia Lemos, declarou que o projeto se faz necessário, pois há muitas divergências em relação ao último acordo ortográfico. Ela não deixou claro se concorda com as alterações, mas que busca o debate. “Na época da primeira reforma, sequer foi feita uma consulta aos professores para a mudança da ortografia”, alegou.

Sob a coordenação dos professores de Língua Portuguesa Ernani Pimentel e Pasquale Cipro Neto, o grupo técnico de trabalho tem buscado as sugestões de alterações gramaticais com profissionais da área no Brasil e nos demais países de língua portuguesa, por meio do site Simplificando a Ortografia.

Segundo Pimentel, o objetivo é criar um sistema no qual se tenha o menor número de regras e de exceções, que seria mais econômico para a educação, pois ensinaria a língua portuguesa em menos tempo e de forma mais eficaz, sem necessidade de decorar.