TEMPLO DO SÉC XVI NOS AÇORES

Açores: Antigo «complexo religioso» do séc. XVI ou XVII descoberto em São Miguel

 

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O historiador José de Almeida Mello anunciou hoje a descoberta de um «complexo religioso de reduzidas dimensões» encoberto durante séculos pela vegetação, na ilha de S. Miguel, Açores, que a autarquia de Ponta Delgada pretende valorizar.

«Trata-se de um complexo religioso de reduzidas dimensões que está dividido em duas partes bem distintas», afirmou José de Almeida Mello, revelando que além de uma «pequena ermida de evocação desconhecida», com altar e teto em abóboda, há também um pátio, colunas em pedra, zona de refeições com mesa e duas cavernas «não muito profundas».

Designada por «templo perdido», esta descoberta nunca antes tinha sido referenciada pela historiografia local, nem se sabe quem o mandou construir, apesar de existir uma lenda que aponta para origem castelhana.

Segundo disse José de Almeida Mello, o complexo está localizado na freguesia da Covoada, numa propriedade privada, junto a uma nascente de água, num vale com densa vegetação, a uma altitude de 600 metros.

«Estamos perante um lugar cenobita, que quer dizer que é um complexo que poderá ser de finais do século XVI, início do século XVII», admitiu o historiador, que contou com a colaboração do fotógrafo Orlando Medeiros na descoberta do local, que contém «vários símbolos» gravados nas pedras, entre eles cruzes de Caravaca, raras nos Açores.

Para o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, a descoberta merece ser valorizada, pelo valor histórico que contém para o concelho e para o arquipélago.

«Nós temos de valorizar, no presente, este histórico de Ponta Delgada. Uma vez exposto, não pode voltar ao abandono. Isso seria uma crime lesa cultura», afirmou José Manuel Boleiro, na apresentação da descoberta, acrescentando que o trabalho será feito, conjuntamente, com o proprietário, a junta de freguesia, os autores da descoberta e a Universidade dos Açores.

José de Almeida Mello adiantou, ainda, que o local já foi alvo de uma ação de limpeza e remoção de terra e vegetação, estando prevista, no sábado, uma visita por um grupo de 50 pessoas, que se inscreveram previamente.

Diário Digital com Lusa e era assim descrito no passado…

Carlos Melo Bento updated his cover photo.
10 hrs · Edited ·

O historiador e etnólogo José de Almeida Mello descobre a verdadeira função da esquecida Casa dos Castelhanos na Covoada Micaelense. Sousa d’Oliveira considerava casa de repouso dos Jesuítas e defendeu o seu estudo arqueológico e ninguém o ouviu. Almeida Mello descobre tratar-se de um Eremitério destinado a retiros espirituais próprios da Companhia de Jesus, distribuída por aquela casa, cujos símbolos estudou e pelo conventinho de Belém na Fajã de Baixo, do Carmo no Livramento, no Monte dos Padres e na Grimaneza, miseravelmente destruída com capela e tudo!!! na Fajã de Cima. Parabéns ao Dr. Almeida Mello pela preciosa ajuda na descoberta do nosso passado e preservação do nosso património, felizmente agora na posse de Victor Massa, homem que respeita as pessoas de cultura. Na foto, um aspeto do eremitério dos castelhanos com um grupo de colaboradores de Sousa d’Oliveira, de cuja Fundação, Almeida Mello é Secretário-geral